Casca e conteúdo

Eu não consigo imaginar que possamos pensar em viver somente na artificialidade da matéria, da aparência, da “ostentação” (palavra em moda nas músicas que fazem sucesso atualmente).

Já imaginaram como será, quando partirmos para o além? A falta que nos fará isso tudo, que ficará aqui neste mundo? A nossa pele bonita, nossa roupa de marca, nosso carro luxuoso…a casa abastada, nossos diplomas e poupanças?

Vai doer demais. Vamos rastejar feito répteis em busca de algo absolutamente passageiro, efêmero, e que não existe senão para nos auxiliar, e não como item de fundamental necessidade. E aí planejaremos uma nova experimentação aqui desprovidos destes artifícios ilusórios e que em nada nos acrescentam.

Baseado nesta reflexão, penso que seja de ótima sugestão que adquiramos o salutar ideal de sermos pessoas melhores para o mundo. Mais solícitas, mais pacientes para darmos uma resposta, mas mansos para ouvirmos as mazelas que nos contam, mais prático em buscar soluções, mais fraternos quando formos avaliar que determinada pessoa “deveria ter feito isso e aquilo”, mais responsáveis com aquilo que nos propomos fazer.
Não vejo um caminho bom pra mim, que fuja destes preceitos.
Precisamos acordar para estas realidades o quanto antes, para que não venhamos a rastejar atrás da casca, e deixemos o conteúdo se estragar pelo caminho, movido pelo modismo, pela busca incessante de ter e ser proeminente.

Precisamos amar a essência da vida.
E se comprometer em servir é esta essência.

Oceander Veschi