Há vida fora da Terra?

Márcio Costa
17/10/2014
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No último dia 13 de outubro, o jornal britânico The Independent publicou uma matéria na qual pesquisadores britânicos da Universidade de Sheffield e da Universidade de Buckingham teriam encontrado provas de que a vida na Terra teria vindo do espaço. A pesquisa foi conduzida pelo professor Milton Wainwright e sua equipe, por meio do lançamento de um balão na estratosfera, a 27 km de altitude, com lâminas estéreis capazes de coletar amostras de pequenos organismos biológicos.

Para a surpresa da equipe, as lâminas captaram um microorganismo conhecido como “partícula do dragão”, cujos elementos, supostamente, coincidem com os que compõem os seres orgânicos na Terra, mas não se assemelham a nenhum organismo existente em nosso planeta.

Diversas críticas já foram levantadas pela comunidade científica sobre o referido trabalho. No entanto, ele alavanca mais uma discussão, dentre tantas outras, sobre a existência de seres extraterrestres.

A referida questão ainda é uma incógnita no campo de diversas disciplinas. No entanto, considerando apenas dados de caráter estatístico, a análise das amostras nos aponta uma inevitável resposta: – sim, tem que haver algo lá fora.

Basta olharmos um céu noturno iluminado e perceber a quantidade de estrelas que estão em torno de nós. Só na nossa galáxia, a Via Láctea, cálculos realizados estimam que até 400 bilhões de estrelas podem estar orbitando em toda a grandeza de suas espirais. Mas a conta não termina por aí. Cada um destes astros pode ter uma quantidade variada de planetas que giram em torno deles, conforme se dispõe o nosso sistema Solar. E, considerando que há tantas outras galáxias no universo, conhecidas ou não, o número de planetas tende ao infinito de nossos simplórios cálculos.

Neste ponto, as abordagens sobre a extensão do universo contidos na Gênese são esclarecedores e ao mesmo tempo inquietadores. De acordo com um dos comentários dos Espíritos transcritos na referida obra, um viajante que se colocasse à velocidade da luz, saindo de nosso planeta em qualquer direção, por séculos e séculos, quando já estivesse longe o suficiente para ser incapaz de identificar quaisquer indícios do ponto de partida, ainda assim, não teria nem dado um passo em toda a extensão do universo.

Logo, em meio a uma imensidão incomensurável, como podemos afirmar que estamos sozinhos? O que faria de nosso pequeno orbe azul o único ponto privilegiado em que culminasse o dom da vida? A lógica e a razão nos leva a crer que temos irmãos em outros mundos, sejam eles adiantados ou não.

Em toda a Doutrina Espírita vemos um caráter único de universalidade que nos aponta em cada texto um prova inquestionável da existência de vidas em outros planetas. E não precisamos ir muito longe. Abrindo o Evangelho já vemos nos primeiros capítulos a expressão do Mestre Jesus que nos diz que “Há muitas moradas na casa de meu Pai”. Dentre outros possíveis entendimentos, como, por exemplo, a condição individual de evolução, esta frase nos remonta a ideia da quantidade de planetas que nos podem servir de moradas.

Certamente, um pesquisador poderá questionar quanto à impossibilidade dos componentes materiais da vida aglomerarem-se da mesma forma em outros lugares. No entanto, e voltando a Gênese, supondo que nossa civilização tivesse se desenvolvido nas profundezas do mar, como iríamos acreditar que algo se desenvolvesse na superfície? Em sentido oposto, se nunca tivéssemos visto peixes, como poderíamos crer em organismos que conseguiriam respirar embaixo d’água?

As condições de vida são geradas conforme o meio no qual ela está inserido. A própria ciência vem se rendendo a este princípio nos últimos anos com a continuada descoberta de organismo vivendo em condições consideradas impossíveis para o cenário terrestre. Microorganismos foram encontrados em altas temperaturas. Outros foram achados em áreas extremamente gélidas. Então, por que não crer em outras possibilidades de vida se aqui mesmo podemos ter provas daquilo que é considerado impossível?

De acordo com O Livro dos Espíritos, a vida está em toda parte, mais ou menos materializada, mas sempre presente. Mundos aparentemente inabitados podem ser a morada de Espíritos bons, cuja vestimenta encarnatória é menos material e menos densa e, possivelmente, imperceptível às lentes comuns. Mas embora a ciência julgue como impossível, ele é habitado por Espíritos de segunda ordem. Assim se descrevem, por exemplo, os moradores de Júpiter, conforme a Revista Espírita de abril de 1858.

Por outro lado, embora nenhuma sonda tenha comprovado a vida em Marte, o Espírito Georges, por meio da psicografia da médium Sra Costel, relata-nos na Revista Espírita de outubro de 1860 que as condições naquele planeta estão aquém do progresso moral e intelectual da Terra. No planeta vermelho a vida ainda está em seu estado mais selvagem. Com a vestimenta carnal em sua forma mais grosseira, os Espíritos encarnados em Marte passam as suas vidas em meio a cenários desoladores, migrando de um ponto para o outro em busca da sua sobrevivência.

Por fim, não há dúvida de que não estamos sozinhos no universo. Os Espíritos habitam em toda a parte e os mundos são seus “centros de atração”, conforme as palavras do livro O Céu e o Inferno. Em torno destes orbes vivem uma comunidade de Espíritos desencarnados ou não que se afinizam com o grau de adiantamento que ali  encontram. Além disso, em diversos momentos, mundos inferiores recebem a visita de Espíritos mais elevados que buscam levar o progresso aos mais necessitados.

Provavelmente chegará um dia no qual a Terra poderá contatar outros orbes. Isto poderá ocorrer com a nossa civilização ou com os desdobramentos de nossa caminhada evolutiva. Mas, na realidade já fazemos esse contato há anos sem perceber. “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”, seja aqui ou em outro mundo.


Márcio Martins da Silva Costa

 

Referências:
KARDEK, Allan. O Livro dos Médiuns. 49. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. 577 p.
KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1997. 435 p.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. 576 p.
REVISTA ESPÍRITA: Jornal de Estudos Psicológicos. Paris, França: Instituto de Difusão Espírita, v., abril 1858. Mensal.
REVISTA ESPÍRITA: Jornal de Estudos Psicológicos. Paris, França: Instituto de Difusão Espírita, v., outubro de 1860. Mensal.
ALIEN LIFE FOUND ABOVE DERBYSHIRE PROVES WE’RE DESCENDED FROM EXTRATERRESTRIALS’, SAY SCIENTISTS. London, Uk, 16 out. 2014. Disponível em: <http://www.independent.co.uk/news/science/alien-life-found-above-derbyshire-proves-were-descended-from-extraterrestrials-say-scientists-9782153.html>. Acesso em: 16 out. 2014.                                                                     

Imagem em destaque disponível em <http://www.astronomy.com.cn/bbs/thread-218508-1-1.html>. Acesso em: 16OUT2014.

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