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Como chegar num Centro Espírita

outubro 25, 2014

marcio_costa_150x150Nas reuniões públicas, evangelizações, entre outras atividades, sempre costumamos perguntar aos participantes quem está chegando pela primeira vez na casa Espírita. Para aqueles envolvidos no anonimato ou na timidez, a resposta costuma acompanhar o constrangimento natural. Outras pessoas já se sentem prestigiadas, pois identificam ali um primeiro sinal de acolhimento da casa em que estão sendo recebidas.

E acolhimento é o que esperamos para nos ajudar a buscar as soluções para os diversos problemas que assolam a nossa vida. Alguns procuram a cura de suas doenças; outros, mensagens de pessoas queridas desencarnadas; outros, ainda, para sanar a curiosidade sobre fenômenos desconhecidos; para pedir por alguém; se livrar de uma aflição; das drogas; do alcoolismo; para ganhar cestas básicas; porque vê ou escuta “alguma coisa” diferente…Enfim, a lista é extensa, mas plenamente compreensível para quem precisa de apoio.

Assim, acolhidos e confiantes em resolver todas as nossas questões, costumamos depositar nos trabalhadores das casas a responsabilidade pela solução de nossos problemas. Algumas pessoas chegam até a crer que das mãos dos colaboradores e médiuns surgirá uma receita espiritual que irá curar todas as mazelas pelas quais estamos sujeitos. Mas, por vezes, esquecemos que o principal não está só nas mãos dos que nos recebem, mas sim, dentro de nós mesmos.

Certamente as casas Espíritas proverão a ajuda necessária e até mesmo, conforme o caso, algumas propostas poderão atender plenamente o nossos anseios de resolver as turbulências. Mas sempre devemos lembrar de que a causa de muitas de nossas atribulações residem no nosso “eu”. Somos nós que contraímos, na linha de nossas encarnações, os débitos que nos são cobrados na vida atual. Buscar a solução do efeito nem sempre significa corrigir a causa.

Se, por exemplo, vamos ao Centro procurar uma forma de nos livrar da influência de “maus espíritos”, primeiramente, temos que nos desvencilhar das conexões que criamos. E que também nos mantém em sintonia com entidades perturbadoras. Assistir à reunião pública, receber um passe, comparecer ao atendimento fraterno poderá nos dar aquela sensação de conforto. Mas não surtirá efeito se as atitudes pregressas que desencadearam os transtornos voltarem a serem praticadas ao sair do Centro.

Alguns, antes de ir à casa Espírita, estão em meio a uma psicosfera negativa, cultivando dentro si o pessimismo, o egoísmo, o mau humor, a injúria, e tantos outros “plugues mentais” (como diz Divaldo P. Franco) que permitem acesso às entidades perturbadoras. Chegando ao Centro, recebem o apoio e sentem-se “curados” ou “encaminhados” para a cura. Contudo, voltando às suas casas, deixam a mente e o coração se entorpecerem novamente na dor.

As máximas do Cristo são sementes lançadas a todos indistintamente. No entanto, devemos criar em nós as possibilidades para que estes germens de amor possam crescer e se tornarem frondosas árvores de luz. Seja em um centro Espírita ou em quaisquer outras religiões que se mantenham nos sublimes propósitos do Divino Mestre, devemos estar sempre abertos a não só ouvir, como também, a por em prática em nossas vidas os ensinamentos divinos.

Isto não significa nos tornarmos perfeitos da noite para o dia, mas sim, aumentarmos a vigilância em nossos pensamentos e atitudes para que eles não sejam portas de entrada para as influências das sombras que se comprazem em nos perturbar.

Se, no entanto, formos capazes de fazer a nossa reforma íntima e ainda assim perdurarem os nossos sofrimentos, não entremos em estado de desânimo. Deus nunca nos desampara! Se algum mal nos aflige material ou moralmente, é provável que sua raiz encontrar-se-á nos mecanismos de causa e efeito os quais nos propusemos antes do berço a resgatar nesta encarnação.

Assim, leitor amigo, seguem algumas sugestões de como chegar em um Centro Espírita e usufruir da melhor forma possível dos bens espirituais que estão à nossa disposição. Certamente, os comentários a seguir não têm a pretensão de esgotar todo o assunto, e muito menos constituir um código a ser seguido. Mas esperamos que possam, de alguma forma, ser úteis.

Em primeira mão, antes de se dirigir a casa procure entender os motivos que o levam até ao Centro. Conhecer um pouco mais de si o ajudará a entender os motivos e melhor buscar as soluções. Não é necessário parar, efetivamente, para fazê-lo. Minutos de reflexão no percorrer do caminho poderão ser suficientes para elucidar questões interiores.

Se possível, procure elevar as ações e sentimentos a padrões mais elevados. Chegar estressado em um Centro dificultará a sua possibilidade de entrar em sintonia com os trabalhos conduzidos pela casa.

Da mesma forma, procure chegar no horário dos trabalhos, “sem provocar alaridos e perturbações” (Espírito André Luiz, do livro Conduta Espírita, psicografado por Waldo Vieira). Toda a casa Espírita que se mantém em reta conduta é um ponto de apoio material e espiritual. Espíritos mais elevados e os mentores dos trabalhos sempre estarão nos horários previstos dispondo dos recursos espirituais para manter a condução das atividades. Isto não significa que não seremos amparados em outros horários. Mas o cumprimento do horário exercita a necessária disciplina que nos mantém nos trilhos do progresso moral e intelectual.

Não critique, reclame ou reprove as atitudes dos outros. Faça a sua parte. Todos nós somos enfermos em um mundo de provas e expiações. Estamos sujeitos a erros, falhas e não somos perfeitos. Se receber uma palavra mal colocada ou a ausência de um sorriso, faça o contrário. A sua ação de exemplo, em algum momento, far-se-á notar para aquele que olvidou do tratamento evangélico.

Evite conversas que não sejam edificantes, bocejos exagerados, alaridos que perturbem a ordem do lar da oração. Comportamentos inadequados podem prejudicar a sintonia do ambiente envolvida na luz de benfeitores.

Procure usar roupas adequadas à sobriedade do ambiente. Despertar a atenção de outros para modismos ou exacerbações de ordem sexual não se aplica a nenhum ambiente onde o amor fraterno, a luz e a simplicidade devam ser compartilhadas.

Ceda lugar aos mais necessitados. Mesmo que esteja na sua vez, a sua compreensão em atender o que se encontra em pior situação já será um gesto de caridade e prova que você também é capaz de germinar as sementes do Evangelho em si mesmo.

Antes de questionar sobre os conceitos doutrinários apresentados, avalie e estude. Ninguém pode julgar uma religião ou outra se não entender plenamente os seus conceitos. Lembre-se de que em nenhum momento o Mestre Jesus falou da religião A, B ou C. Suas palavras sempre tiveram por base o amor universal.

Por fim, não critique as condições materiais do Centro. Uma Casa Espírita não tem a finalidade de se tornar um templo suntuoso e imenso. Suas estruturas são mantidas, geralmente, por poucos voluntários os quais nunca são exigidos dos valores com os quais contribuem. O importante em um Centro é levar o amor e a caridade por meio da simplicidade. Lembre-se de que Jesus não nasceu em um trono forjado em riquezas materiais. Escolheu uma manjedoura.

“Seja alegre, justo e agradecido. Jamais imponha o seu ponto de vista. Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você” (Espírito André Luiz, do livro Agenda Cristã, psicografado por Francisco Cândido Xavier).

Seja bem-vindo!

Márcio Martins da Silva Costa

Referências:
LUIZ, André. Agenda Cristã. 45. ed. Brasília-df: Federação Espírita Brasileira-feb, 2014. 111 p. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. 31. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. 160 p.

Márcio Costa
Márcio Costa

Membro do Conselho Editorial da Agenda Espírita Brasil, atua na divulgação da Doutrina Espírita escrevendo textos e realizando palestras.

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