Passo à frente

Francisco Rebouças
11/02/2015
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francisco_rebouçasA Doutrina Espírita nos esclarece que o burilamento moral e a prática do bem, constituem o clima da caminhada para frente que todos devemos empreender no Reino do Espírito. Alerta-nos para que não esqueçamos que em toda extensão do caminho, existem os naturais obstáculos que precisam ser enfrentados e superados que servem como oportunidades para testarmos o que já apreendemos e ainda para assegurar que precisamos estar sempre vigilantes na senda da elevação.

Nas escolas convencionais do mundo, formam-se alunos, através das lições e dos testes a que são submetidos, a fim de que possam melhor assimilar o aprendizado cultural que precisam adquirir das ciências do mundo, assim também, o Espírito, nas experiências da reencarnação, de prova em prova, vai adquirindo o mérito indispensável para ascender na escalada evolutiva, a caminho da perfeição e da felicidade, e o lar é a mais importante escola dos valores éticos morais para o aperfeiçoamento do Espírito Imortal que somos.

Vejam o que nos fala Emmanuel:

Como renovar os processos de educação para a melhoria do mundo?
– As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade excelsa do Cristo.

Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença.

O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo?

Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade.

Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.

Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira”. ¹

Preciso se faz entender, que toda e qualquer lição carrega em si mesma, um objetivo nobilitante a ser compreendido e alcançado, através de acurados estudos, que certamente exigirão disciplina e atenção para as possíveis dificuldades de compreensão e entendimento. Somente através do desenvolvimento intelectual do indivíduo, poderá ele desfrutar do prazer de ter desenvolvida a inteligência de que é portador, e dessa forma poder discernir com conhecimento de causa, fazendo melhores escolhas em tudo na vida.

Sobre o assunto, ouçamos Joanna de Ângelis que nos diz: “Estudar não é apenas uma proposta de absorção de valores externos, mas, um convite ao auto descobrimento através da reflexão atenta para todos os estímulos que recebemos, inclusive dos conteúdos psíquicos que emergem do nosso inconsciente, influenciando o comportamento pessoal”. Justifica-se, assim, o chamamento da Benfeitora espiritual aos médiuns e a todos nós: Estuda a Doutrina Espírita e Estuda-te.

Mas a frente Joanna afirma: “(…) Aprender é ampliar o significado da vida. Efetivamente o saber representa renovação, descobertas, possibilidades novas que se lançam de plataformas construídas a partir do que já foi adquirido impondo-se como necessidade vital”.² 

Nos incontáveis estabelecimentos de ensino, variam as matérias ministradas, e justamente pela diversidade dos ensinos adquiridos percebemos pouco a pouco que a hora do passo acima nos surge à frente, encetando-nos novas possibilidades de fazer crescer em nós, as qualidades superiores que permanecem adormecidas no imo do Ser imortal que somos, à espera dessa inevitável decisão que nos cabe tomar e que nos possibilitarão progredir em todos os sentidos.

Precisamos saber interpretar as inúmeras maneiras com que a vida nos oportuniza em forma de tentação, de ofensa, de violência, de sofrimento, para que desenvolvamos em nós a fortaleza espiritual, a ocasião de exercitar o perdão, o ensejo para a aquisição de humildade, o trabalho árduo na obtenção da paciência etc. As necessidades físicas e morais do nosso próximo precisam ser entendidas como oportunidades de serviço que a vida nos oferece para que façamos o possível no limite de nossas possibilidades para minorá-las ou até mesmo eliminá-las.

Que não nos deixemos abater quando atribulações nos visitarem, evitando a todo custo o desespero e a rebeldia, que só serviriam para agravar ainda mais as dores e as lagrimas, infelicitando-nos a vida. Deus não nos confiaria uma cruz mais pesada do que as que nossas forças suportassem, e só nos deixa pelas experiências que nos são necessárias para conquistarmos em cada oportunidade reencarnatória a subida de mais um degrau na escada evolutiva do progresso moral espiritual, que nos possibilitará conquistar a felicidade que todos sonhamos vivenciar um dia.

Graças a Soberana Sabedoria do Universo, depende unicamente de cada um de nós permanecermos acomodados à sombra ou avançar, valorosamente, para a obtenção de mais luz. A doutrina espírita não nos exige santidade, por entender que ainda nos achamos bem distantes desse estágio superior de moralidade, solicita de cada um apenas “a transformação moral e os necessários esforços para vencermos as nossas más inclinações”. ³

Francisco Rebouças

Referências:
1) Livro O Consolador – Chico Xavier/Emmanuel, perg. 112 e 113.
2) Livro Consciência e Mediunidade – Divaldo Franco/Joanna de Ângelis.
3) O Evangelho  Segundo o Espiritismo – Cap. XVII, item 4.

Imagem em destaque:
Disponível em <http://informativonucleofraterno.blogspot.com.br/2012/01/reuniao-de-evangelizadores-do-nucleo.html>. Acesso em: 11FEV2015.

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