pena de morte

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A pena de morte

março 23, 2015

andre-sobreiroHá vários países em nosso orbe que adotam a pena de morte como forma de punição para os cidadãos que infringem as leis humanas. Em nosso país essa prática não é adotada, não sendo permitida pelo nosso Código Civil.

Nosso objetivo, na presente reflexão, é contextualizar essa forma de punição, aferindo o quanto a mesma pode ou não ser útil, e possíveis fatores prós e contras a pena de morte.

Essa prática consiste em provocar a morte física do chamado criminoso, e cada país (ou cada estado, dentro de um mesmo país) adota técnicas diferentes para consumá-la. Antigamente, a forca era muito usada como forma de levar o condenado à morte. A guilhotina também foi prática bastante usual, no passado.

Modernamente, temos mais referências sobre a injeção letal (que consiste na injeção de quantidade letal de substância líquida que paralisa o coração e ou o diafragma do condenado), a cadeira elétrica (imobilização do condenado em uma cadeira e eletrocução do mesmo, com o uso de tensões elétricas de cerca de dois mil volts) e, em algumas regiões, ainda ouve-se a respeito do fuzilamento, principalmente em regiões e épocas de guerras.

Vários irmãos usam a superlotação dos presídios para justificar a pena de morte. Alegam que, com a execução do criminoso, o problema estaria “resolvido”, diminuindo inclusive os investimentos públicos feitos em pessoas que, na opinião deles, “não valem a pena”. Evitar-se-ia com a punição máxima, as rebeliões, as fugas em massa e etc.

Vamos observar, desse ponto da reflexão em diante, a pena de morte pela ótica espírita.

Em vários pontos na “Codificação Espírita”, Kardec e o Espírito da Verdade deixam claro que a desencarnação consiste apenas da separação do espírito, em relação ao corpo, e que esse processo de libertação não nos redime, isto é, não nos liberta das nossas imperfeições.

Por consequência, a pena de morte não resolve problema algum. A “ovelha perdida” que sofre essa punição retorna ao plano espiritual com as mesmas tendências e imperfeições, continuando sua prática por lá. Muitas vezes, o irmão assassinado, ao adentrar o plano espiritual, continuando com suas tendências más, forma ali grandes organizações para a prática do mal, liderando-as ou delas participando. Usam toda a sua inteligência e capacidade de organização, montando várias equipes para que não percam seu poder e domínio, aumentando-o até.

Como também nos é relatado na “Codificação”, o corpo físico serve de limitador vibratório e, ao mesmo tempo, funcional. Estando a ele ligado (encarnado, portanto), o espírito encontra-se limitado, pela necessidade de conduzi-lo. Usando a conhecida metáfora: estamos nós (os encarnados) encarcerados a esse corpo que nos possibilita o progresso.

Portanto, levar o “criminoso” à desencarnação pela pena de morte significa libertá-lo da limitação corporal, dando-o liberdade consideravelmente maior, inclusive para penetrar nosso mundo mental. Estando encarnado, as trancas de porta e as grades e cadeados nas janelas nos manteriam seguros. Desencarnado o malfeitor, só a moral nos manteria imunes as suas investidas invisíveis.

Em O Livro dos Espíritos, Kardec questiona os espíritos da seguinte forma:

760. Desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte?
“Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós”.

Nossas considerações tentam reforçar a expressão “não julgueis” sugerida por Jesus, uma vez que nossa consciência ainda encontra-se enodoada de nossos erros pretéritos. E também porque só devemos oferecer ao próximo, aquilo que queremos para nós mesmos.

André Luiz Iesi Sobreiro

Nota do Editor:

Imagem em destaque – filme “À espera de um milagre” – disponível em <http://www.movieroomreviews.com/green-mile/photo/green-mile-movie-pictures-40>. Acesso em 23MAR2015.

André Luiz Iesi Sobreiro
André Luiz Iesi Sobreiro

Expositor, dirigente de estudos, trabalhador do CE Portal de Luz e da Rede Amigo Espírita.

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