
O que é o Espiritismo?
Finalizando o preâmbulo do livro “O que é o Espiritismo”, Allan Kardec assim define o Espiritismo:
“ O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”
A primeira palavra que nos chama a atenção nessa definição é “ciência”, e Ciência (do latim cientia, traduzido por “conhecimento“) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas (1).
Utilizando-se do método científico, fundamentado na razão, lógica e bom senso, Kardec extraiu, das respostas dadas pelos espíritos, o conhecimento da realidade espiritual da qual fazemos parte, descortinando o mundo invisível e suas implicações em nossas vidas.
Ao tratar da natureza dos espíritos, ou seja, da nossa própria natureza, o espiritismo comprova nossa paternidade como sendo divina, e por Deus entende-se a “inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” (2), isento de qualquer tipo de defeito e de possibilidade de erro, carregando em Si a bondade e a justiça em grau máximo, de onde se deduz que as dores pelas quais passamos são de responsabilidade da criatura e não do Criador.
“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer, e ele é infeliz somente quando se afasta dela.” (3)
A justiça divina se revela também na origem e no destino dos espíritos, que necessariamente, para que esse princípio seja atendido, tem de ser igual para todos. O Espiritismo esclarece a questão dizendo que todos são criados nas mesmas condições, simples e ignorantes, com o objetivo comum a ser alcançado na condição de perfeição relativa, uma vez que perfeição absoluta pertence a Deus e a criatura não se iguala ao criador porque então também se tornaria Deus.
As diferenças entre os espíritos, encarnados ou desencarnados, estão vinculadas ao uso do livre arbítrio, que determina as reações às ações perpetradas pela individualidade, que sempre colherá que plantar. O determinismo divino induz o espírito ao progresso, independentemente do ponto em que está, e o espírito sempre poderá retomar o caminho reto, que é de sua responsabilidade para que o mérito de suas conquistas seja pessoal e intransferível.
A sociabilidade é atributo natural dos espíritos, esteja ele encarnado ou desencarnado, e ao tratar das relações dos espíritos com o mundo corporal o espiritismo desvenda todo o mecanismo dessa relação, demonstrando que a atuação dos espíritos desencarnados no mundo corpóreo se dá segundo os interesses do espírito e de acordo com sua consciência “…porque apenas se ligam àqueles que os solicitam por seus desejos ou os atraem pelos seus pensamentos.” (4)
Da diversidade de posições na escala evolutiva confirma-se que “O homem se desenvolve naturalmente, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e do mesmo modo; é assim que os mais avançados ajudam pelo contato social o progresso dos outros.” (5)
Essa ajuda é a caridade que se apresenta ao espírito como dever natural, e que os espíritos superiores, na codificação efetuada por Kardec alertam: “Nunca vos esqueçais de que o Espírito, seja qual for seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir.” (6)
Por tudo o que o Espiritismo ensina, facilmente o reconhecemos como sendo o Consolador que o Senhor Jesus anunciou para o futuro, quando já estivéssemos amadurecidos para o entendimento da realidade: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (7), e por isso se sustenta, o espiritismo, no desenvolvimento da ciência e no ensino moral que advém da mensagem evangélica.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro.
Referências:
– Wikipédia, a enciclopédia livre.
– O Livro dos Espíritos, questão n. 1
– O Livro dos Espíritos, questão n. 614
– O Livro dos Espíritos, questão n. 467
– O Livro dos Espíritos, questão n. 779
– O Livro dos Espíritos, questão n. 888a
– Jo 14-26
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