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O corpo e o espírito

agosto 6, 2015

richard-simonetti-menor– Então, Chico, como vai?

– O corpo vai mal. O espírito está ótimo.

Essa resposta do grande médium àqueles que o cumprimentavam e desejavam saber de sua saúde, precária nos últimos tempos, resume toda uma grandiosa filosofia de vida.

O corpo é apenas a máquina que usamos no trânsito pela carne. Diga-se de passagem, maravilhosa, perfeita em suas finalidades. Jamais os cientistas deixarão de encantar-se com esse incrível veículo de peças vivas, que nos faculta uma bolsa de estudos na escola da reencarnação.

Viajantes da eternidade em trânsito pela Terra, em princípio usamos a máquina física como quem desfruta de um automóvel de quilometragem zero. A plenitude física ajuda-nos a enfrentar os desafios da jornada – escola, profissão, casamento, família, subsistência…

O problema está no uso indevido, nos arrastamentos, nas viciações, comprometendo a relação corpo/espírito. O comportamento de muitos, nessa fase, sugere inversão do breve diálogo com Chico Xavier, que abre estas considerações:

– Então, como vai?

– O corpo vai bem. O espírito está mal.

É lamentável. As pessoas perdem tempo, deixam de observar seus deveres, comprometem-se em desvios por correr demais nos arrastamentos da inconsequência.

Inexoravelmente, à medida que avança a quilometragem, desgasta-se o carro. É inevitável, dentro da programação biológica da raça humana, que se estende dos oitenta aos cem anos.

O depauperamento físico nos últimos tempos ajuda-nos a reduzir a velocidade, a conter o envolvimento com o imediatismo terrestre, preparando-nos para enfrentar o trânsito da morte.

No início ou no fim, imperioso sejamos sempre os condutores, sem excessos no princípio, nem desalento no fim.

O carro suporta por algum tempo os maus tratos, mas, se não tomarmos cuidado, enfrentaremos uma relação penosa conjugando corpo/espírito.

– O corpo vai mal. O espírito também.

Se formos motoristas cuidadosos, se não cometermos excessos, haveremos de manter o controle sobre o carro, ainda que desgastado pelo uso. Conservaremos o bom ânimo e a alegria, mesmo quando estejamos avançando com dificuldade nos últimos quilômetros da jornada.

Para tanto, basta sustentar, acima de tudo, o empenho de aprender, combater mazelas, participar das lides da caridade, ajudar o próximo, cumprir nossos deveres, valorizar de forma consciente e esclarecida as oportunidades de edificação.

Nem arrastamento no início, nem desolação no fim. Sempre bem o Espírito imortal. Bem no início, quando o corpo tem plenitude de vitalidade. Bem no fim, quando a máquina começa a ratear, anunciando que seu tempo útil está no fim.

Então poderemos repetir com Chico Xavier:

– O corpo vai mal. O espírito está ótimo!

Richard Simonetti

Richard Simonetti IN MEMORIAM
Richard Simonetti IN MEMORIAM

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935 e Desencarnou em 03 de Outubro de 2018. De família espírita, participou do movimento desde os verdes anos, integrado no Centro Espírita Amor e Caridade, onde desenvolveu largo trabalho no campo doutrinário e filantrópico. Orador e Escritor espírita, teve mais de cinquenta obras publicadas.

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