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Suicídio: prevenir é o melhor remédio

agosto 29, 2015

marcus-de-marioPesquisa publicada no ano de 2012 pelo jornal inglês Lancet mostra que o suicídio é a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos e entre os meninos de mesma faixa etária só perde para os acidentes de trânsito e a violência.

Alexandrina Meleiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, lembra que normalmente a incidência maior da taxa de suicídio era na terceira idade, mas que agora isso vem crescendo assustadoramente entre os jovens, tendo essa taxa multiplicado por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas. Entre as causas do suicídio na juventude estão as gestações precoces e não desejadas, a prostituição, o abuso das drogas e o preconceito em procurar ajuda.

Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta aumento de 60% nos casos de suicídio nos últimos 45 anos e que 1 milhão de pessoas no mundo morrem dessa forma por ano. No Brasil estima-se que ocorram 24 suicídios por dia, com até 20 vezes mais quando se leva em conta o número de tentativas e que não chegam a se consumar, mas ficam nos registros hospitalares.

Ainda segundo as pesquisas, outra causa do suicídio são os transtornos mentais.

Fatores de risco

No mundo o suicídio é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 10 a 24 anos, a primeira são acidentes de trânsito. No Brasil, entre pessoas de 15 a 29 anos, o suicídio é a terceira causa de morte, atrás de acidentes e homicídios.

Entre os fatores de risco temos:
> Pobreza
> Preconceito sexual
> Distúrbios mentais
> Impulsividade
> Baixa autoestima
> Bullying
> Casos de suicídio na família
> Problemas na família, como divórcio ou morte dos pais
> Dificuldades de interação social
> Histórico de abuso sexual

Nessa lista da OMS temos, como espíritas, que colocar a obsessão como uma das causas que levam uma pessoa a cometer o suicídio.

Medidas salutares

Os especialistas no assunto indicam como medidas públicas eficientes de combate ao suicídio:
1 – Oferta de atendimento psiquiátrico à população.
2 – Controle mais restrito de venda, legislação e veiculação de propagandas de bebidas alcoólicas.
3 – Esclarecimento da população sobre os fatores associados ao comportamento suicida.

Ainda esclarecem que devemos questionar sobre ideias de suicídio e passar à pessoa confiança, acolhendo-a e permitindo que expresse seus sentimentos, ou seja, que desabafe. Também pedem que levemos a sério ameaças de suicídio, pois isso indica que a pessoa está sofrendo e necessita de ajuda. É bom lembrar que dois terços das pessoas que tentam ou que se matam expressam de alguma forma sua intenção, para amigos, familiares ou conhecidos. E nunca sentir-se impotente para ajudar, procurando sempre passar amparo e esperança a quem está pensando em suicídio.

Tratamento Espírita

Tudo o que vimos até o momento neste artigo é de grande relevância, mas falta o principal, o essencial: nossa realidade espiritual. Sim, somos espíritos imortais, criados por Deus para chegarmos à perfeição, por isso que a morte não existe, significando apenas transferência para o mundo espiritual,  de onde viemos através da encarnação e na sequência das reencarnações, pois necessitamos de muitas existências para realizar o progresso moral ao qual somos destinados.

Morrer não é acabar, não é o fim. Continuamos vivos do outro lado da vida, carregando as mesmas angústias e frustrações, e ainda com maior sofrimento, pois o suicídio é considerado pela lei divina como um atentado contra a vida, como uma fuga às provas e expiações necessárias para nosso depuramento moral. E ainda com o remorso pela falta de coragem, pela falta de fé e por termos lesado o coração de familiares e amigos.

A realidade espiritual igualmente nos mostra os casos profundos de obsessão, em que vítimas do passado tentam subjugar o algoz agora reencarnado e levá-lo ao suicídio, o que minimiza mas não tira a responsabilidade do suicida, pois o ato é sempre de livre-escolha, de não resistência ao assédio exterior. Neste caso a misericórdia divina entra em ação, pois as leis de Deus são justas, alcançando um e outro, mas a ambos impondo a expiação e a reparação, de conformidade com o grau maior ou menor de responsabilidade.

A melhor prevenção para o doloroso drama do suicídio é o Evangelho, o estudo e a prática dos ensinos de Jesus, aliado ao atendimento fraterno e as terapias da oração, do passe e do esclarecimento através da reunião mediúnica de desobsessão. Mas essas são medidas preventivas de fora para dentro, do exterior para o interior. Se não houver a prevenção interior, ou seja, a que parte da vontade da pessoa em melhorar-se moralmente, em ter maior confiança na providência divina, elegendo para si mesma metas a alcançar, de nada adiantará a prevenção fornecida pela Medicina e pelo Centro Espírita.

Agora que você está mais esclarecido, afugente de si qualquer pensamento suicida. Pelo contrário, auxilie a quem esteja em estado depressivo, fazendo com que saia desse equívoco, pois a solução dos problemas existenciais não está em fugir deles pela porta falsa do suicídio, mas em enfrentá-los com coragem, dignidade, fé e esperança, pois nunca somos abandonados, nada nos acontece por acaso ou injustamente, e Deus, Jesus e os Bons Espíritos sempre estarão conosco, apenas aguardando que façamos a nossa parte em favor da vida.

Marcus De Mario

Nota do editor: 
Imagem em destaque disponível em <http://www.huffingtonpost.co.uk/nola-chesworth/changing-clocks-and-changing-moods_b_5059899.html>. Acesso em: 29AGO2015.

Marcus de Mario
Marcus de Mario

Escritor, Educador, Consultor e Expositor. Diretor Cultural da Fundação Cristã-Espírita Cultural Paulo de Tarso (Rádio Rio de Janeiro). Diretor do Grupo Espírita Seara de Luz (Rio de Janeiro, RJ). Editor do site Orientação Espírita. Diretor Geral do Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM).

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