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Evita a tentação, com vigilância e oração!

outubro 8, 2015

francisco_rebouças“Vigiai e orai para não entrardes em tentação”. JESUS (MARCOS, 14: 38.)

Quando Jesus nos pede para “Vigiar” não se refere apenas ao observar, significa, principalmente, precaver-se e cuidar-se com atenção e carinho redobrados para não ser pego de surpresa pelas tentações sugeridas pelas atrações do mundo material.

Faz mais o Mestre, solicita que estejamos atentos e precavidos diante das nossas más inclinações. E quem se cuida bem igualmente trabalha por se defender das funestas propostas que nos são sugeridas por mentes ainda adoentadas e desequilibradas.

A virtude

“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho. A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das massas. S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno cura d’Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.

À virtude assim compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos; a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a consagrar-vos.

Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre desadornam as mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.

Em princípio, o homem que se exalça, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter. Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de boamente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio.

O vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Contudo, dir-lhes-ei: Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir. François-Nicolas Madeleine.” (Paris, 1863.) (1)

Quando o Mestre nos sugere estar em Oração, não fala para ninguém somente adorar a Deus e aquietar-se sem ação dignificante, acima de tudo, deseja que estejamos em comunhão com o Poder Divino que representa crescimento incessante para a luz, na procura de desenvolver em nosso mundo íntimo o verdadeiro Amor, que é serviço infatigável na seara do bem e da paz. Alerta-nos para o fato de que tudo aquilo ou todo aquele que repousa em excesso é candidato em potencial à inutilidade.

O engrandecimento da vida exige o tributo individual do trabalho.

Situar em posições distintas as próprias tarefas diante da família e da profissão, da Doutrina que abraça e da coletividade a que deve servir, atendendo a todas as obrigações com o necessário equilíbrio.

O dever, lealmente cumprido, mantém a saúde da consciência.

Examinar os temas de serviço que lhe digam respeito, para não estagnar os próprios recursos na irresponsabilidade destrutiva ou na rotina perniciosa.

Da busca incessante da perfeição, procede a competência real.” (2)

Alerta-nos para o fato de que o tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura, que a água estagnada, cria larvas de insetos patogênicos, dessa forma, não te mantenhas equivocadamente na atitude de vigilância e oração, fugindo à luta com a qual a Terra te desafia a construir teu progresso pessoal.

Lembra-te que desfrutas para isso, das bênçãos da Inteligência e das mãos, que paradas impõem paralisia ao coração que, da inércia, cai na cegueira e desta na desilusão e no erro. Vive com alegria e confiança, não permita que a vida escape, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as tuas possibilidades de ser útil ao bem, aprendendo a ajudar aos outros em teu próprio benefício, porque essa é mais sublime fórmula de vigiar e orar para não cairmos em tentação.

Francisco Rebouças


Bibliografia:
1- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, Cap. XVII, item 8.
2- Xavier, Francisco Cândido, livro: Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz – Cap. 8.

Nota do editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.comunidadesomdoceu.com.br/newsite/?p=9514>. Acesso em: 07OUT2015.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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