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Os porquês da corrupção

outubro 20, 2015

joao-gubolin1Atualmente muito se fala em corrupção, mas o que é corrupção? Segundo o dicionário, é corromper, é perverter, é subornar, é adulterar, é comprar por suborno, e induzir a realizar atos contrários ao dever e à ética. Como se nota são meios que driblam a justiça, a razão, a confiança e nos roubam a paz, o bem estar, em prejuízo de muita gente.

A corrupção não é da atualidade, ela está latente nas entrelinhas das escolhas, pronta para eclodir no interagir do homem, portanto é inerente à sua ação, segundo a história registra e nos mostra suas consequências. Ela se manifesta e se expande por todas as classes sociais.

Essa imperfeição humana existe em todos os povos. Então, o porquê de sua existência? Qual a sua causa? Ela se manifesta na vontade e na cobiça desenfreada “do ter, da posse, do levar vantagem”, camuflada pelo egoísmo e orgulho que tem o comando nas escolhas e nas decisões.

Segundo os ditames catalogados pelo codificador da Doutrina Espírita, Hippolyte Léon Denizard Rivail, pseudônimo, Allan Kardec, o espírito é criado simples e ignorante e estagia em todos os níveis até o cume que é a perfeição, trajetória esta, também conhecida por: “Do átomo ao arcanjo”. A vida é uma escola e aqui estamos para mais um estágio junto com outros irmãos. Isto é, interagir envolvidos em provas e expiações, objetivando a plenitude espiritual. Nessa odisseia há muitos que estão num grau adiantado, outros intermediários, como também, há aqueles que estão muito atrasados.

Então, nessa hierarquia espiritual, há aqueles intelectualmente adiantados, mas atrasados moralmente, quer dizer, “espertos”, mas não “despertos”, que praticam ou se envolvem em ações contrárias as leis, desde contravenções até crimes hediondos, inclusive, a corrupção, noticiada pela mídia em geral.

Portanto, numa simples conjectura que se faz, os crimes ocorrem pela inobservância da máxima: “não faça ao outro aquilo que não quer que o outro lhe faça”. Esse imperativo nos adverte que não é preciso ser advogado para compreender que certas ações que não têm o respaldo da razão, da justiça e do Amor, colocam-nos na contramão das leis, dos costumes e da moral ilibada.

O nosso Criador dotou-nos de vontade para progredir com liberdade, facultando-nos o livre arbítrio que proporciona amplas escolhas, como também, “debita ou credita em nossas contas, o resultado”, cujo processo de punição, nada mais é que a vigência das leis de causa e efeito que não prescrevem, exercendo sua Divina Soberania.  Consequentemente, em certos instantes, elas nos “batem nos ombros” e nos obrigam a refletir através da dor física ou psicológica, para aquilatarmos o que estamos fazendo da vida através dos nossos comportamentos… (KARDEC, 1857)

A corrupção, então, é maquinada, engendrada, por homens que ainda são espíritos, revestidos de obscuros orgulhos e cobiças desenfreadas pela posse, portanto, tomando direção contrária ao homem de bem que visa o outro extremo da escala evolutiva. Desta forma, a corrupção está para os fora da lei, assim como as virtudes estão para a máxima do Cristo: “Sede perfeitos”.   

Em suma, nesse contexto didático, a Doutrina Espírita com seus ensinamentos não vai interferir em áreas como a política, por exemplo. Mas sim, nas condutas dos homens que a executam, propondo-lhes a substituição do interesse próprio e ganancioso pelo da fraternidade universal. Assim, a inteligência harmoniza-se com o livre-arbítrio de pleno poder moral e ético, para direcionar nossas lideranças ao pódio de um mundo mais justo, agindo com justiça, razão, e abraçados pelo AMOR, propiciando bem estar e felicidade para a maioria.

João Gubolin

Referências:
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. p. 1–604, 1857.  Cap. II. Questão 964.

Nota do editor:
Imagem em destaque disponível em <http://toquedeareia.com.br/o-teatro-treinamento-e-a-corrupcao/>. Acesso em: 20OUT2015.

João Gubolin
João Gubolin

Reside em São José do Rio Preto, interior de SP, onde trabalha como voluntário na Campanha de Fraternidade Auta de Souza na Associação Espírita Allan Kardec e como passista no Centro Espírita Francisco Cândido Xavier. Apaixonado pelo idioma Esperanto, nos últimos anos estuda-o todos os dias e tem participado de vários Congressos acerca da língua.

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