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Até logo! Reflexões sobre a morte

novembro 2, 2015

vania-mugnato-vasconcelosHá quem chore sobre túmulos, assim como chora em seus quartos, sobre fotos, cheirando as roupas de quem partiu.

Há quem acredite ter se lhe tornado proibida a felicidade, como se seguir a vida sem aquele que a morte levou fosse descaso e prova de desamor.

Há quem pense que no túmulo do ente querido todas as suas esperanças, sonhos e alegrias foram enterradas, também mortas.

Todavia, precisamos refletir.

Se a morte fosse o fim de tudo, para que serviria o túmulo senão como apoio psicológico de quem ficou, materializando ilusoriamente a presença do ente amado, uma vez que nada além de pó do que ele foi permanece dentro do jazigo? Qual seria o sentido verdadeiro? Mostrar a si ou ao mundo que ainda ama quem não mais existe?

Em sendo a morte o que efetivamente é, um meio da alma largar o que a retém na temporária vida carnal, como acreditar que sobrevivendo à morte os entes queridos, agora espíritos, permanecerão enclausurados no escuro e fétido depositário do pó que ao pó retornou? Não! A alma do encarnado que morre se liberta, e livre de suas amarras segue sua estrada evolutiva trilhando o universo.

E por conta do amor apegado que cobra presença, amor que se demonstra através da inconformação e dos lamentos questionadores das razões de terem sido “abandonados”, quantos vivos seguram aqui seus “mortos”, já não no túmulo, mas nas proximidades de si mesmos, gerando “mortos” que não conseguem “viver” e seguir em frente, retidos pela infelicidade que involuntariamente causaram?

Deus é mais pródigo que os homens. Mais sábio. Mais bondoso. Não cria para matar, eis que tudo se renova. Não cria para separar, fez do tempo a ponte que faz o verdadeiro amor atravessar e permite reencontrar quem temporariamente se ausentou.

Chorar de uma saudade sadia, viver o luto de quem está compreendendo que a vida mudou orar como quem remete cartas com notícias de como a vida segue e como espera o dia em que possam caminhar juntos outra vez, tudo isso é lícito, é bom, é necessário.

Mas o corpo morto não precisa de lágrimas. O espírito que desencarnou não precisa de gritos nem choros de revolta, isso os machuca e entristece, desequilibra e agonia. É necessário perceber que tudo está certo, tudo se encadeia, cada estrada traz experiências que fazem crescer até a perfeição possível, ao homem – nada faz sentido na Terra, se assim não for.

Enquanto se gasta tempo vivendo o luto patológico, doentio, não se tem tempo para cumprir as metas da própria vida: há mais pessoas a amar; há trabalhos de caridade a realizar; há lutas cotidianas para sobreviver, corrigir defeitos morais, exercitar virtudes: para construir felicidade.

Um pouco mais de confiança em Deus e de paciência fará muito bem a todos os que “perdem” quem amam para as mãos da morte. Ela não é inimiga indesejada, mas a amiga incompreendida que liberta todos da prisão. Saibamos esperar a nossa vez, trabalhando para que nesse dia seja uma morte feliz a nos entregar nos braços de quem já partiu através dela.

Desse modo, que finados sejam os nossos medos e permanente o nosso amor.

Vania Mugnato de Vasconcelos

Nota da autora:
Link sobre o tema, do CANAL AMIGOS DA LUZ, no Youtube.
www.youtube.com/watch?v=sHhJ9zfwVTw

Nota do editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.dailymail.co.uk/news/article-2231259/Veterans-Day-2012-President-Obama-marks-occasion-wreath-laying-ceremony.html>. Acesso em: 01NOV2015.

Vania Mugnato de Vasconcelos
Vania Mugnato de Vasconcelos

Advogada, Bacharel em Serviço Social, pós-graduada em Recursos Humanos. Casada, mãe, espírita desde os 12 anos de idade, palestrante em vários centros no interior de São Paulo. Trabalhadora do CE João Batista de Jundiaí – SP, atua na casa como palestrante e Coordenadora do Grupo de Pais. Discípula de Jesus pela Aliança Espírita Evangélica do ABC, é oradora em casas espíritas vinculadas à USE Regional Jundiaí. Também é oradora em seminários realizados pelo Instituto Chico Xavier de Itu, em parceria com outros trabalhadores da seara espírita. Articulista espírita em redes sociais, jornais e blogs, seus textos e poemas estão disponíveis ao público na internet, bem como possui canal de vídeos no Youtube contendo palestras e estudos espíritas.

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