
Cidadania
Fala-se muito, na atualidade, sobre cidadania.
Ser cidadão é estar consciente dos próprios direitos, como estabelece o artigo 5º da Constituição Brasileira: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade…
Tais conquistas são fundamentais, sem dúvida. Podemos e devemos lutar por elas. Podemos e devemos melhorar as condições de vida de uma comunidade, atendendo a elementares direitos de seus membros.
Há outro passo, mais importante.
Ser cidadão não é apenas reivindicar direitos, mas, também, assumir deveres. É o que nos diz a questão 877, de O Livro dos Espíritos:
Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais?
R. Certo, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos procederá sempre com justiça. Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas. A vida social outorga direitos e impõe deveres recíprocos.
A observação do mentor espiritual está bem de acordo com a legislação de qualquer país, instituindo deveres que visam sustentar a ordem e o bem-estar dos cidadãos.
Nem é preciso um conhecimento mais amplo das leis para saber o que nos compete fazer, partindo do dever fundamental de não fazer nada que atazane ou prejudique o próximo.
Essa orientação não é nova. Desde os Dez Mandamentos, de Moisés, sabemos o que não nos é lícito – matar, trair, mentir, cobiçar, furtar… Observada essa orientação elementar, eliminaríamos a maior parte dos males que afetam a Humanidade.
Há um passo adiante, no caminho da verdadeira cidadania, proposto por Jesus, quando nos convida a fazer pelo próximo o bem que desejamos para nós.
Observe, leitor amigo: simplesmente não fazer nada que afete o semelhante pode ser uma forma velada de egoísmo.
– Cada um na sua. Não prejudico ninguém e não quero que ninguém me aborreça!
Com semelhante comportamento talvez tivéssemos na Terra a eliminação do mal originário da iniciativa de alguns, mas permaneceria o mal por omissão de muitos.
Posso não ser culpado pela existência de favelados, não exercitei nenhum mal para que isso acontecesse. Guardo, porém, a culpa por não estar exercitando o bem, a fim de que sejam eliminadas as favelas.
A verdadeira cidadania não se exprime apenas na observância de leis humanas, mas, sobretudo, no cumprimento das Leis Divinas, que pedem nossa integração em organizações que visam ao bem-estar social, sejam associações de moradores, clubes de serviço, centros comunitários, instituições filantrópicas e religiosas, contribuindo para uma sociedade consciente, ativa e responsável.
Richard Simonetti
Notas do editor:
Veja semanalmente no Youtube “Cinco minutos de Espiritismo”. Temas de atualidade com Richard Simonetti. <https://www.youtube.com/channel/UClDXVXE0upfUgYy2FdDxd3w>.
Nesta semana: “Palpites do Além” <https://www.youtube.com/watch?v=xBeDVGJLmL8>.
Imagem ilustrativa do filme “Os Dez Mandamentos” (EUA, 1956), disponível em <http://www.christianfilmdatabase.com/review/the-ten-commandments-55th-anniversary/>.
Acesso em: 11FEV2016.
Veja também
Ver mais
Exortação ao amor

Possessão e Obsessão
