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Cizânia

fevereiro 16, 2016

O espírito de cizânia que predomina em muitos grupos humanos decorre dos conflitos de indivíduos que não se encontram psicologicamente amadurecidos para o convívio em sociedade.

Sempre encontram razão para gerar dificuldades, nos relacionamentos, apontando erros e poupando-se a solucioná-los.

Enfrentando desafios interiores de ajustamento e equilíbrio pessoal, transferem para os outros os tormentos de que são objeto, criando situações embaraçosas, perturbando a ordem, apresentando-se como salvadores dos demais e vítimas de todos.

Atormentados, em si mesmos, não creem nos valores ético-morais do grupo em que se encontram, tornando-se, invariavelmente, aqueles que sempre discordam, que possuem melhores e mais profundos conhecimentos, no entanto, que se dizem perseguidos e malsinados.

Apresentam-se, não poucas vezes, travestidos de uma humildade que estão longe de possuir, ou são arrogantes, prepotentes, atribuindo-se valores que igualmente não possuem.

Agitados, dão a impressão de operosos, quando, em realidade, são apenas instáveis emocionalmente, abraçando diferentes propostas de trabalho, que não sabem executar.

Habilmente, apresentam suas ideias, mas transferem o esforço para os outros, desejosos sempre que os seus amigos abandonem os seus próprios compromissos, a fim de ajudá-los naquilo que pretendem, por considerarem ser de suma importância, quando não passam de campeonatos de vaidade pessoal e de promoção do ego.

São gentis na aparência e, quando contrariados, logo apresentam a outra face, a da agressividade.

Impulsivos, falam sem pensar, escrevem desarrazoadas acusações, dominados pela ira, acreditando-se únicos possuidores da verdade, que dizem defender.

São insinuantes, a princípio, para logo demonstrarem as reações íntimas e absurdas.

Fazem-se iracundos com facilidade e expressam sentimentos que não são verdadeiros, quando desejam conquistar simpatizantes para os seus objetivos.

Insinuam-se com facilidade onde desejam reinar, a fim de alterarem o clima de fraternidade, mediante intrigas bem trabalhadas, acusações descabidas, frutos da inveja e da insensatez.

A cizânia é uma arte terrível, de que se utilizam os Espíritos moralmente fracos, para torpedearem as realizações edificantes.

Tem cuidado com eles.

Não disponhas do teu tempo, gastando-o inutilmente nas discussões infindáveis que geram, a fim de lograrem a autopromoção.

Incapazes de produzir com elevação moral exaltam-se, apresentando-se como grandes realizadores, assim diminuindo o esforço dos outros, de que se utilizam, na condição de defensores dos Espíritos nobres que deram sua quota de sacrifício em favor dos ideais que abraçavam, como se estes necessitassem dos seus encômios e referências.

Esses indivíduos encontram-se por toda parte.

Imiscuem-se nos labores edificantes que já encontraram em realização, desejando a autopromoção, e logo geram dificuldades que perturbam e produzem sofrimento às pessoas honestas, normalmente suas vítimas.

São acusadores sistemáticos, perversos, dissimulando-se de colaboradores ou apresentando-se como vigias que ajudam, preservando o patrimônio superior que dizem ameaçados.

Não se dão conta de que os ideais sempre vicejaram antes deles, prosseguirão apesar deles e após passarem no rumo da sepultura…

Se te encontras abraçando uma realização dignificadora, não ficarás livre da sua peçonha, nem dos seus espículos.

Não percas tempo defendendo-te ou acusando-os.

Segue adiante!

Ninguém alcança o acume de um monte, se permanece na baixada evitando cair nos precipícios ou tentando eliminá-los.

Tampouco procures justificar-te, quando eles criarem embaraços para os teus pés.

Considera-os doentes espirituais e compadece-te das suas façanhas infelizes, mas não pretendas salvá-los.

Cuida de promover o teu serviço, dando-lhe continuidade e vivenciando-o com alegria, sem queixas nem reclamações.

Mesmo o Colégio Apostólico sofreu, periodicamente, o fermento da cizânia, que o amor de uns e a abnegação de outros conseguiu diluir.

Desde que não buscas o aplauso, nem os benefícios imediatos do reconhecimento humano, prossegue em frente, aplainando o solo do ideal, ensementando as plântulas que formarão a paisagem do futuro, enfrentando sol e chuva, calor e frio, com o entusiasmo de quem se entrega a Deus e n’Ele confia.

O espírito de cizânia é artifício do Mal, que se apresenta em todos os segmentos da sociedade de hoje, como existiu ontem, e provavelmente ainda estará presente por algum período nos dias do futuro.

Nunca desanimes, nem te deixes influenciar pelas propostas da cizânia.

Enquanto luz o amor, serve e passa.

Deixa que prossiga vicejando o entusiasmo haurido no Bem e nada poderá impedir-te o avanço.

Trabalha-te interiormente o lado negativo da personalidade e luariza-te, harmonizando-te no próprio ideal de produzir para a Verdade.

Com essa disposição chegarás ao túmulo sem recordações infelizes, sem tormentos dispensáveis e com inefável alegria.

Vencendo-te, a ti mesmo, terás conseguido a maior vitória da existência carnal.

Joanna de Ângelis.

Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 31 de dezembro 
de 2004, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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