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Pressentimentos

abril 15, 2016

paulo-lara-redimensionada“Como será o amanhã? Como vai ser o meu destino?”

Futuro… Antecipá-lo sempre foi um anseio da humanidade. A regra, porém,  é desconhecê-lo para que ele nos surp
reenda a cada esquina da vida, a cada curva do caminho.

Mas, haverá exceções, pois não?

Você se lembra do vídeo do tecladista da banda “Mamonas Assassinas”, Julio Rasec, que gravou um depoimento na manhã do dia 02 de março de 1996 no qual disse que havia sonhado que o seu avião caíra? Pois é, doze horas depois, o avião em que ele se encontrava com os integrantes da banda choca-se contra a Serra da Cantareira, vitimando todos a bordo.

Já em dia 5 de setembro de 2001 o irlandês Zack Martin registrou em seu site pessoal o sonho que teve com uma aeronave comercial colidindo com um arranha-céu. “Acho que é nos Estados Unidos, possivelmente em Chicago” (1). Pois é, seis dias depois dois aviões são jogados contra as torres gêmeas, em Nova Yorque.

Também históricos os casos de premonição envolvendo o naufrágio do Titanic, dentre eles o do empresário inglês J. Connon Middleton que, em 04 de abril de 1912, adia a viagem que havia programado com os familiares no cruzeiro inaugural em virtude de um sonho recorrente com um navio de quilha para o ar, rodeado por passageiros e bagagens boiando (1). Pois é, no dia 14 de abril de 1912, como você sabe, o Titanic bateu em um iceberg e afundou no atlântico norte, e 1500 pessoas entre passageiros e tripulantes vieram a perecer.

Pois é…

O que você pensa acerca desses relatos? É possível antecipar o futuro?

Os exemplos acima apontam na direção do sim. Sim, é possível antecipá-lo, e quando isso acontece, dizemos que temos um conhecimento prévio do que ainda não aconteceu: uma (pre)cognição, em termos parapsicológicos.

Em linha gerais, premonições são as formas pelas quais este fenômeno (a precognição) se exprime. Premonição, aqui, é gênero que pode se dividir em duas vertentes:

– a dos presságios, que são acontecimentos ou experiências tomadas por sinais de que algo vai acontecer. Por exemplo, os sonhos.

– e a dos pressentimentos, que são aquelas sensações de que algo está prestes a acontecer. A intuição seria aqui um bom exemplo.

Quem é que nunca ‘percebeu’, uma fraçãozinha de segundo antes, que o telefone iria tocar? Quem nunca pressentiu que iria chegar uma visita?

Pois bem, quando o músico da banda Mamonas Assassinas relata que teve um sonho de que o avião cairia, estava ele antecipando o futuro, tanto quanto o lorde inglês que percebeu com antecedência o naufrágio do Titanic.

Também Jesus previu que Pedro o negaria, que Judas o trairia, que o Templo de Jerusalém seria destruído, tanto quanto previu o ‘final dos tempos’ no ‘sermão profético’, horas, dias, anos e milênios antes de ocorrer.

Há explicações para tais fenômenos? – deve estar você se perguntando.

Em rápidas pinceladas poderíamos dizer que os fenômenos da Natureza se dividem em dois grandes grupos: aqueles que se relacionam com as ocorrências relativas à matéria (fenômenos físicos) e aqueles que são produzidos pelo psiquismo humano. Dentro destes (fenômenos psíquicos), temos aqueles considerados “normais”, que são derivados da maneira como percebemos o mundo através dos nossos cinco sentidos básicos e temos aqueles que caminham ao lado da normalidade (ou “paranormais”), porque a ciência ainda não lhes concedeu uma explicação, posto que nos chegam por um outro sentido ainda não catalogado ou identificado, ume espécie de sexto sentido.

“O Homem pode perceber por outra via que não a dos sentidos físicos”, disse o Prof. Joseph Banks Rhine, ‘pai’ da Parapsicologia (2).

Muito bem, e qual a hipótese espírita para a explicação desses fenômenos? -, insiste você.

A teoria espírita dos fenômenos psíquicos se funda na preexistência, existência e sobrevivência do Espírito ao corpo físico e em suas manifestações. Para a Doutrina Espírita não há fenômeno psíquico produzido sem alma ou espírito, daí porque Kardec os chama de fenômenos espíritas. Portanto, o agente deste sexto sentido é o próprio espírito, enquanto força atuante da natureza.

Logo os fenômenos espíritas ou psíquicos são resultantes das manifestações do Espírito, esteja ele encarnado ou desencarnado. Assim, aqui também podemos dividi-los em dois grandes grupos:

– os fenômenos anímicos que são aqueles produzidos pelo espírito encarnado, sem a intervenção de seres espirituais. Kardec os chama de fenômenos de emancipação da alma, e trata deles tanto no “Livro dos Espíritos” quanto em “A Gênese”; e

– os fenômenos mediúnicos, termo utilizado pelo Codificador para designar a faculdade inerente da alma que a coloca em comunicação com seres extracorpóreos, ou espíritos. Neste caso há a interferência de seres espirituais e participam da ocorrência pelo menos dois elementos: um encarnado e outro desencarnado. Kardec dispõe largamente sobre eles em “O Livro dos Médiuns”.

Tal classificação, frise-se, é apenas didática, teórica. O que se observa, na prática, é que os fenômenos estão comumente interligados. Nos fenômenos mediúnicos, aqueles em que prevalece a atuação dos seres espirituais, o intermediário (médium) jamais se encontra inativo, antes participa de forma dinâmica na sua produção. Vale dizer: em todo o fenômeno mediúnico há um forte componente anímico, ou seja, da alma do próprio médium.

O reverso também é verdadeiro. Os fenômenos anímicos muitas vezes são secundados pelos espíritos amigos, que contribuem diretamente na sua produção.

Na prática diária quase sempre é impossível precisar se um fenômeno que se nos apresenta tem um componente anímico ou mediúnico, pois, teoricamente, poderia ser catalogado em ambas as categorias. Tais são as premonições, as curas, os desdobramentos, e outros.

Agora, muita atenção aqui: todos nós temos uma série de ‘pressentimentos’ que não se concretizam e que traduzem mais nossos medos e receios que uma premonição verdadeira. Assim, é comum que achemos que o avião que estamos vai cair, ou que aquele procedimento cirúrgico não vai dar muito certo, porque temos medo de morrer.

Volto a dizer, isso é medo, não pressentimento. Pelo menos, até que ocorra. E isso foi engraçado!

De qualquer forma, os pressentimentos existem e são organizados para que entendamos que há algo em nós que sabe, que vê e que percebe antes que os fatos ocorram e que esse algo não é material, porque vemos não com o cérebro orgânico nem com os olhos físicos, mas com o nosso Ser espiritual.

Ou, como diz Emmanuel “(…) o Homem não se reduz a um conglomerado de elementos químicos” (3).

Agora perguntará você, meu insistente amigo, como tais fenômenos se harmonizam com nosso livre-arbítrio? Por outra, se posso antecipar o futuro, então tudo já está escrito?

Pois é, pressinto que terei que voltar ao tema, em outra oportunidade.

Paulo Lara

Referências:
(1) Revista Super Interessante – maio 2005;
(2) Parapsicologia hoje e amanhã – J. Herculano Pires; e
(3) “O Consolador” (Chico/Emmanuel), resposta à questão 144.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
<http://www.outrasfronteiras.com.br/blog/author/carla/>.
Acesso em: 15ABR2016.

Paulo Lara
Paulo Lara

Trabalhador da última hora junto ao Grupo Espírita Esperança e Caridade de São José do Rio Preto, Interior do estado de São Paulo.

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