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O ciúme

abril 29, 2016

divaldo_franco_maiorA juventude é uma grande fase de descobertas, de experiência de novas emoções e sensações. É compreensível, neste período de transição entre os estágios infantil e adulto, que o vendaval dos mais diversos anseios e pensamentos se torne presente na mente do jovem, erguendo opiniões, preconceitos, tabus e outros temas que eram tidos como certos e inalteráveis. A estrada sedimentada com a presença dos pais até então vai se dissipando sob seus passos, estabelecendo que ele, depressa, construa os alicerces do seu próprio caminho.

O ciúme é um sentimento perturbador que aflige a maioria das criaturas e alcança algumas outras espécies animais. Trata-se de uma emoção que se deriva do medo de perder-se a pessoa amada ou os objetos, posições e relacionamentos conseguidos ao longo da existência. É muito variável o seu grau de manifestação, apresentando-se de maneira sutil e simples até os casos mais graves de transtorno psicológico e mesmo mental, quando se transforma em fixação patológica.

O ciúme tem causas diversas, desde a infância, nos complexos de Édipo e de Electra, quando a criança ama o genitor do mesmo sexo e tem medo de perdê-lo. Noutros casos, são fenômenos de falta de autoestima e de ausência de segurança pessoal, por não acreditar nos próprios valores que lhe parecem insignificantes, facilmente superados pelos de outras pessoas.

Famílias desajustadas em que são demonstradas afeições diferenciadas entre os seus membros, com a eleição de uns em detrimento de outros, respondem a conflitos e recalques de autodesvalorização e medo. O ciúme transtorna a vida de quem padece o agasalha, assim como daquele que lhe padece o aguilhão, porquanto a sua morbidez atormenta a ambos, envolvendo também outrem que lhe seria o causador.

Mesmo nas suas expressões mais simples, tem tendência de tornar-se destruidor, pela ausência de confiança e pelos tormentos que produz no paciente, inspirando-o, muitas vezes, crimes tenebrosos, a fim de livrar-se da situação. O ciúme é filho espúrio do egoísmo na sua faina de querer sempre para si, de não repartir emoções nem posses, encastelando-se em territórios de congelamento afetivo.

Pode-se facilmente superá-lo, quando os parceiros se resolvem pela honestidade do diálogo esclarecedor, oferecendo, cada um a seu turno, segurança e paz, defluentes do próprio ato de amar. Em casos mais graves deve-se recorrer à psicoterapia, a fim de libertar-se desse gigante da alma que alucina. O verdadeiro amor não se deixa corroer pela insegurança do ciúme.

Divaldo Franco

Fonte:
Mansão do Caminho. Disponível em <http://www.mansaodocaminho.com.br/o-ciume-artigo-divaldo-franco/#sthash.DfuFABEs.dpuf>.  Acesso em: 29ABR2016.
“Publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 07ABR2016. Divaldo Franco escreve na quinta-feira, quinzenalmente. Achou interessante? Passe um e-mail ou ligue para os nºs abaixo e comente, isso é muito importante para a permanência da coluna no referido jornal. Central Telefônica: (71) 3340 – 8500; Redação: (71) 3340 – 8800; Email – opiniao@grupoatarde.com.br”.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://www.zamanecocuk.com/aile/haber/kardes-kiskancliginin-altinda-yatan-gercekler/1275/>. Acesso em: 29ABR2016.

Divaldo Pereira Franco
Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco é natural de Feira de Santana, Bahia, Brasil, reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade, fundou, juntamente com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, que atendem a toda a comunidade do bairro de Pau da Lima, em Salvador, beneficiando milhares de doentes e necessitados.

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