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Vida – instrumento de evolução do Espírito

junho 1, 2016

antonio-cesar-perri-menor“[…] eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá vida pelas ovelhas” – João1

A abordagem de ações preventivas oferecidas pela Doutrina Espírita para a defesa da vida­ com ações de renovação interior, na família e círculo social, é extremamente oportuna em nossos dias.

Após a crucificação, num período de 40 dias ocorreram onze aparições do Cristo, entre outros fatos, comprovando a imortalidade da alma, o que fortaleceu os seus ensinos.

A questão da imortalidade é tratada de forma aprofundada pelo Espiritismo e esta é sua tarefa fundamental, considerando os dizeres do Mestre:

“[…] o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. […] Respondeu-lhe Jesus: – “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.2

Allan Kardec aborda esses objetivos claramente na Apresentação e no Capítulo I de O evangelho segundo o espiritismo:

“[…] É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.”3

A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de aprimoramento é de fundamental importância para a melhor compreensão dos valores e da oportunidade da vida corpórea.

O apóstolo Paulo anotou em sua 1ª. Epístola aos Coríntios:

“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” 4

E André Luiz define com clareza em dois comentários:

“O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.”5

“[…] temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa.

A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim.”6

A partir dessas fundamentações cristãs e espíritas, torna-se interessante considerarmos o que representa o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e melhores condições de vida.

Emmanuel define um papel primordial para o encarnado:

“Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para o melhor.”7

Em texto de parente nosso – que exerceu a medicina -, psicografado por Divaldo Pereira Franco, destacamos:

“A indisciplina mental – desencadeadora da distonia emocional e do desequilíbrio moral- fixa, no psicossoma do homem, as matrizes dos distúrbios que fomenta, criando campo vibratório para as ocorrências liberativas em outras etapas existenciais a que o mesmo se prende.”8

Há quase uma década atrás comparecemos ao 1o Congresso Médico-Espírita dos EUA, em Washington, representando o Conselho Espírita Internacional e, entre várias palestras assistimos à apresentação do dr. Harold G. Koenig, da Faculdade de Medicina da Universidade de Duke (Virgínia). Baseado em suas pesquisas, o palestrante comentou que em um número crescente de estudos, as crenças e práticas religiosas estão relacionadas à melhor qualidade de vida e saúde; 68% dos estudos: quanto maior a religiosidade, menor a depressão; há boas razões para se identificar e se abordar as necessidades espirituais dos pacientes.

Entre muitas observações sobre o tema, Paulo comenta na Epístola aos Filipenses:

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.”9

Essa afirmação é muito semelhante ao que registrou na Epístola aos Gálatas10 “[…] vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.” A Epístola aos Filipenses define rumos para se atingir o “alvo”, sendo de fundamental importância as atitudes e o pensamento11, como o próprio Paulo recomendou aos romanos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”12

O processo de renovação interior foi explicitado pelo orientador espiritual de Chico Xavier com algumas nuances diferentes:

“Se pretendes quebrar as algemas que te agrilhoam à sombra, não bastará te rotules com esse ou aquele título no campo das afirmações exteriores. É imprescindível te transformes por dentro, fazendo luz para o cérebro e luz para o coração.”13

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Referências Bibliográficas:

  1. João, 10.10-11.
  2. João, 14. 26 e 31.
  3. Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O evangelho segundo o espiritismo. Apresentação, Cap.1 itens 5 e 6. Brasília: FEB.
  4. I Cor., 6.20.
  5. Vieira, Waldo. Pelo espírito André Luiz. Conduta Espírita. Cap. 34. Brasília: FEB.
  6. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. Missionários da Luz. Cap.12. Brasília: FEB.
  7. Franco, Divaldo Pereira; Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelo espírito Lourival Perri Chefaly. Em Louvor à vida. 1.ed. Cap. AIDS e profilaxia. Salvador: LEAL.
  8. Fil., 1.21.
  9. Gál., 2.20.
  10. Carvalho, Antonio Cesar Perri. Epístolas de Paulo à luz do Espiritismo. Cap.16. Matão: O Clarim. 2016.
  11. Rom, 12.2.
  12. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Cap. Renovemo-nos. Matão: O Clarim.
Antonio Cesar Perri de Carvalho
Antonio Cesar Perri de Carvalho

Ex-presidente da Federação Espírita Brasileira (interino de 5/2012 a 3/2013 e efetivo de 3/2013 a 3/2015); membro da Comissão Executiva e Primeiro Secretário do Conselho Espírita Internacional; Membro do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier.

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