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Casamento, encontre o seu

junho 4, 2016

paulo-lara-redimensionada“O matrimônio muito frequentemente, na Terra, constitui uma prova difícil, mas redentora.” (1)

Meu amigo de estudos espíritas, a temática do casamento volta à baila em nossas reflexões, que tem sob pano de fundo o livro “O Consolador”. É que o Instrutor Emmanuel nos alerta que o matrimônio é, muito frequentemente, prova difícil e redentora…

‘Prova difícil e redentora’ surge quase como uma desfeita para aqueles que sonhavam com sua cara-metade, alma gêmea e tal, não é?

Mas ‘muito frequentemente’ não quer dizer ‘sempre’… – insistirá você, alma sonhadora.

De fato, não quer dizer ‘sempre’, nem ‘sempre’ é ‘todo dia’, como já cantou alguém. (2)

Vimos em nosso artigo anterior que as uniões, estas sim, são, sempre, programadas. Nesse contexto, não nos é lícito imaginar que os casamentos sejam meras uniões de corpos, elos efêmeros da sociedade humana (embora possam, até, sê-lo).

Não, algumas uniões perduram no tempo e sobrevivem ao desenlace do corpo físico, projetando-se na eternidade (e espero ter satisfeito a sua dose de romantismo nesta frase). Outras já se desenlaçam por aqui mesmo, fruto de encontros casuais, atropelos ou de clamorosas defecções dentro do quadro de compromisso anteriormente assumido.

Para exemplificar uma dessas uniões que se projetam no tempo, André Luiz nos conta a história de Abelardo (3), marido desencarnado, ainda enlaçado com Celina, esposa encarnada, mesmo que ele possuísse condições espirituais bastante inferiores à dela. Sim, ligações duradouras são possíveis mesmo entre espíritos em desnível evolutivo pois, afinal, Deus não nos ama a todos como somos?

Mas se existem uniões que representam provas difíceis e redentoras, outras haverá que podem ser (até) felizes!

Martins Peralva, escritor e pensador espírita radicado nas Minas Gerais, em seu interessante livro “Estudando a Mediunidade” (4), prefaciado por Emmanuel (o que para mim vale quase como um selo de qualidade), propõe a classificação dos matrimônios terrenos em cinco grandes grupos. Confira:

1 – Casamentos acidentais: seriam aqueles ocorridos sem prévia programação, por efeito da atração momentânea entre espíritos sem qualquer ascendente espiritual; nem laços de simpatia nem de desagrado vinculariam previamente os enlaçados, almas que se encontram na confluência dos caminhos e unem seus corpos; união muito comum nos mundos com o nosso nível evolutivo, podem determinar o início de futuros reencontros, em outras reencarnações.

2 – Casamentos provacionais: reencontros de almas para reajustes necessários à evolução de ambos; são os mais frequentes, conforme atesta o Instrutor Emmanuel na obra citada, razão pela qual em tantos lares reina a desarmonia e impera a desconfiança; Deus reúne seres para que, pelo convívio diário, a Lei Maior (de amor e fraternidade) seja por eles exercitada nas lutas comuns; deve imperar a compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade entre os cônjuges, para levar a empreitada a bom termo.

3 – Casamentos sacrificiais: reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de redimi-la (ajudá-la); reúne almas possuidoras de virtudes e sentimentos opostos; obviamente, é casamento de sacrifício para um dos cônjuges, aquele mais adiantado que volta para ajudar o ainda retardatário.

4 – Casamentos afins (afinidade superior): reencontro de corações amigos para a consolidação de afetos e a execução de programa evolutivo, são os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam e consolidam velhos laços de afeição no doce reduto do lar.

5 – Casamentos transcendentes: almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações imortais de interesse geral (coletivo); a vida desses casais encerra uma finalidade superior, o ideal do Bem lhes preenchem as horas e os minutos, pairando acima das vulgaridades terrestres, dentro do campo das emoções superiores.

E aí, identificou o seu?

Naturalmente, a divisão proposta é esquemática e deve ser lida como coadjuvante didático à compreensão dos objetivos maiores que nos orientam a existência.

Seja como for tenhamos em mente que é no sagrado instituto da família que Deus agrupa e reagrupa almas comprometidas (nos dois sentidos) com o processo evolutivo para que, juntas e com as bênçãos do esquecimento do passado, possam somar esforços na sua trajetória evolutiva para Deus.

Paulo Lara

Referências Bibliográficas:
(1) O Consolador (Chico Xavier/Emmanuel), questão 188;
(2) Sempre não é todo dia (Oswaldo Montenegro);
(3) Nos domínios da mediunidade (Chico Xavier/André Luiz), capt. 14;
(4) Estudando a mediunidade (Martins Peralva), capt. 18;

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em <http://mdemulher.abril.com.br/amor-e-sexo/cosmopolitan-brasil/entenda-o-significado-das-maos-dadas>. Acesso em 04JUN2016.

Paulo Lara
Paulo Lara

Trabalhador da última hora junto ao Grupo Espírita Esperança e Caridade de São José do Rio Preto, Interior do estado de São Paulo.

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