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Em busca de compreensão

julho 6, 2016

francisco_rebouçasEm virtude da sua imaturidade espiritual, o Ser humano acostumou-se a tudo enxergar sob a ótica do imediatismo, ao sabor da sua vontade, sem paciência para esperar que as coisas aconteçam no momento adequado, esquecendo-se de observar que a natureza não dá saltos, e que tudo está preestabelecido pelas Sábias e Imutáveis Leis que regulam o Universo.

“Por mais que a mente humana interrogue a respeito da vida, na atual conjuntura do conhecimento intelectual, embora inegavelmente vasto, difícil se torna encontrar as respostas adequadas que lhe facilitem apreender todo o seu sentido e significado.

Reduzindo-a a acasos absurdos, destituídos de qualquer lógica, alguns investigadores simplificaram-na, eliminando maiores preocupações em torno da sua magnitude.  Outros a estabeleceram sobre conteúdos mitológicos de fácil aceitação, graças aos componentes do sobrenatural e do maravilhoso.

O milagre da vida é muito mais complexo e, por isso mesmo, o seu ponto de partida somente pode ser encontrado no Criador que a elaborou e a vem conduzindo através de bilhões de anos, produzindo na sua estrutura as indispensáveis adaptações, desdobramentos, variações…” (1)

Devemos analisar essa atitude do homem, não somente levando em conta a sua falta de maturidade, como também pela ausência de diversos outros valores morais adormecidos em seu mundo interior para os quais ainda não despertou em seu estado presente, o que não lhe facilita uma melhor visão e compreensão da vida em seus múltiplos aspectos. Somente com o desenvolvimento intelecto moral será capaz de perceber as realizações que o amor propicia iluminando e harmonizando a criatura, pois o amor é a alma da felicidade, capaz de preencher todos os vazios e aspirações do ser humano.

“Toda aquisição, porém, exige pagamento e toda conquista tem o preço que lhe corresponde.

Acharás o que procuras, disse o Senhor, mas pagarás igualmente pelo que receberes.

Pede a beleza física e tê-la-ás realmente, todavia, as tentações de natureza inferior multiplicar-te-ão os anseios.

Roga a riqueza material e, de certo, atingir-lhe-ás o patrimônio amoedado na terra, mas a tua aflição, na defesa da posse, reduzirá o teu círculo de alegria.

Solicita o brilho da fama e, sem dúvida, a popularidade fulgurará em teu nome; entretanto, a tua paz sofrerá golpes rudes.

Insiste na materialização de teus propósitos pessoais, nas linhas obscuras da leviandade ou do egoísmo e, incontestavelmente, receberás a experiência que exiges; contudo, em teus erros encontrarás o elixir amargo, destinado à própria cura.

Aprendamos a procurar a felicidade, não propriamente conosco, mas em companhia do Cristo, nosso Mestre e Senhor. ” (2)

As pessoas carentes e perturbadas pela febre das posses externas acreditam que a felicidade reside na sucessão das glórias que o poder faculta e nos recursos que amealha. Ledo equívoco, por que o tormento da posse aflige e impulsiona a sua vítima a metas cada vez mais desmedidas, tornando sua existência numa busca desenfreada para possuir cada vez mais, não refletindo que a felicidade independe do que se tem momentaneamente, mas sim daquilo que se é estruturalmente constituído pelo amor, sem necessidades de gestos grandiosos, manifestando-se nos pequeninos acontecimentos e situações naquele que o abriga.

Esta compreensão que o amor propicia conduz à solidariedade nos momentos difíceis nas grandes dores, na solidão, na amargura que periodicamente aflige todas as criaturas, e que enquanto a pessoa não experimenta o suave envolvimento do amor, vive movimentando-se nas heranças dos desejos, nas teias dos instintos, sofrendo sempre quando os seus interesses não se encontram atendidos e suas aspirações não são correspondidas.

Urge ao homem entender que nos localizamos no contexto universal, e nossa tarefa principal é a iluminação e moralização do Espírito Imortal que somos, a caminho da angelitude, e que nos solicita desde já os necessários esforços em favor do progresso próprio e do nosso semelhante, em atenção ao contido no ensinamento de Jesus “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Quanto mais se ama, mais nos inundamos de bênçãos alcançando as demais criaturas e envolvendo tudo a nossa volta, tornando-nos mais sadios, alegres, otimistas, sem preocupação doentia de possuir nada além do necessário para o nosso conforto e manutenção, entendendo definitivamente que os bens materiais não são capazes de nos fornecerem felicidade por mais que os tenhamos em abundância.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:

  • Franco, Divaldo Pereira, pelo Joanna de Ângelis. Livro: Vida: Desafios e Soluções, Cap. O Milagre da Vida;
  • Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel. Livro: Linha Duzentos, Cap. A busca.

Nota do Editor:

Imagem em destaque disponível em <http://engenhariae.com.br/wp-content/uploads/2016/02/shutterstock_186731432_mini.jpg>. Acesso em 06JUL2016.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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