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Cuidados do Médium

outubro 12, 2016

francisco_rebouçasSabemos que todo aquele que se dispõe a trabalhar na sagrada missão da mediunidade com Jesus, está, só por isso mesmo, sujeito a inúmeras armadilhas providenciadas pelos adversários ferrenhos e gratuitos da Luz, imediatamente após o médium se decidir por seguir as atividades mediúnicas.

Por isso mesmo, Allan Kardec não cansou de nos alertar sobre o assunto e formulou questões à Espiritualidade superior para esclarecimento de todos nós que nos dedicamos a este trabalho altruísta na Seara do Mestre de Nazaré.

No Livro dos Espíritos, encontramos na Parte 2ª Capítulo IX, as perguntas e respectivas respostas que muito nos esclarecem sobre o tema conforme se segue:

Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos

459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.

460. De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?
Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que, frequentemente, muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem! No conjunto deles, estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes.
É que tendes em vós duas ideias a se combaterem.

461. Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?
Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.

De posse de tão valiosos esclarecimentos trazidos até nós pelos imortais da vida maior sobre os cuidados a serem observados por todos nós, em relação ao nosso pensamento que será o propulsor de nossas atitudes, é bastante razoável que estejamos sempre atentos aos sinais positivos ou negativos que essas influências nos causam, procurando estar em constante estado de vigília e oração, pois não podemos sequer imaginar-nos isentos, ou como exceções inatingíveis pelas artimanhas das forças inimigas da moral e da ordem.

O que não nos faltam são as advertências que a Doutrina Espírita nos apresenta em várias de suas obras, dentre as quais, selecionamos esta mensagem de André Luiz, contida no Capítulo 4 do livro Conduta Espírita, pela abençoada psicografia de Chico Xavier, que transcrevemos a seguir, como verdadeiro roteiro para ser seguido por todos aqueles que buscam a segura orientação para servir a Jesus, da maneira mais adequada possível nos labores da mediunidade santificada.

Do Médium

Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou missões de avultada transcendência, reconhecendo-se humilde portador de tarefas comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa.
O seareiro do Cristo é sempre servo, e servo do amor.

No horário disponível entre as obrigações familiares e o trabalho que lhe garante a subsistência, vencer os imprevistos que lhe possam impedir o comparecimento às sessões, tais como visitas inesperadas, fenômenos climatéricos e outros motivos, sustentando lealdade ao próprio dever. Sem euforia íntima não há exercício mediúnico produtivo.

Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica, evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias, salvo quando lhe caibam tarefas especiais concomitantes, a fim de que não se prive do ensinamento. A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina.

Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimentos de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos.
O medianeiro será sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz portador.

Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele fenômeno.
A espontaneidade é o selo de crédito em nossas comunicações com o Reino do Espírito.

Mesmo indiretamente, não retirar proveito material das produções que obtenha.
Não há serviço santificante na mediunidade vinculada a interesses inferiores.

Extinguir obstáculos, preocupações e impressões negativas que se relacionem com o intercâmbio mediúnico, quais sejam as questões da consciência vigilante ou da inconsciência sonambúlica durante o transe, os temores inúteis e as suscetibilidades doentias, guiando-se pela fé raciocinada e pelo devotamento aos semelhantes.
Quem se propõe avançar no bem, deve olvidar toda causa de perturbação.

Ainda quando provenha de círculos bem-intencionados, recusar o tóxico da lisonja.

No rastro do orgulho, segue a ruína.
Fugir aos perigos que ameaçam a mediunidade, como sejam a ambição, a ausência de autocrítica, a falta de perseverança no bem e a vaidade com que se julga invulnerável.
O medianeiro carrega consigo os maiores inimigos de si próprio.

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” — Paulo. (I CORÍNTIOS, 12:7.)

Que nos esforcemos para não cair em tentações e perder o fruto da sementeira abençoada que a Mediunidade com Jesus nos propicia amealhar, procurando nos princípios basilares da Codificação do Espiritismo encontrar as ferramentas que nos hão de sustentar a disposição de crescimento interior, através do investimento no trabalho no Bem, espalhando os benefícios do Amor, na absoluta certeza de que somos os maiores beneficiados.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos;
(2) XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO. Espírito André Luiz. Conduta Espírita.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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