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Qual o pior dos meus defeitos!

dezembro 14, 2016

francisco_rebouçasEstava eu a pensar o quanto tenho lido nas fontes benditas da nossa doutrina, em todos esses meus anos de encontro com a mensagem dos Espíritos Superiores no Espiritismo sobre reforma íntima que ainda não consegui realizar, quando distraidamente me deparo com mais esta lição para minhas reflexões, contida no Livro dos Espíritos, na questão seguinte proposta por Kardec e elucidada pelos Imortais da Vida Maior na Codificação.

895.“Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?
“O interesse pessoal. Frequentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia todos o admiram como se fora um fenômeno.

O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.” (1)

Tive então certeza naquele momento de que, sem sombra de dúvidas, o interesse pessoal, tem um peso determinante para a dificuldade que encontro na realização dessa inadiável proposta de renovação que preciso empreender o quanto antes para meu próprio benefício e progressão espiritual que tanto almejo.

Em outra excelente instrução contida no livro Paulo e Estevão, por meio de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, podemos ter a noção de quanto é necessário ao verdadeiro cristão que tenha a intenção de empreender esse grande feito, pois, as barreiras e entraves de nossa ignorância a serem ultrapassadas são imensas e necessitam de muita força de vontade para serem vencidas conforme segue.

“Falais de Moisés e dos Profetas, repito. Acreditais que os antepassados veneráveis mercadejassem com os bens de Deus? O grande legislador viveu entre experiências terríveis e dolorosas. Jeremias conheceu longas noites de angústias, a trabalhar pela intangibilidade do nosso patrimônio religioso, entre as perdições de Babilônia. Amós era pobre pastor, filho do trabalho e da humildade. Elias sofreu toda sorte de perseguições, compelido a recolher-se ao deserto, tendo só lágrimas como preço do seu iluminismo. Esdras foi modelo de sacrifício pela paz dos seus compatriotas. Ezequiel foi condenado à morte por haver proclamado a verdade. Daniel curtiu as infinitas amarguras do cativeiro. Mencionais os nossos heroicos instrutores do passado, tão-só para justificar o gozo egoístico da vida? Onde guardais a fé? No conforto ocioso, ou no trabalho produtivo? Na bolsa do mundo, ou no coração que é o templo divino? Incentivais a revolta e quereis a paz? Explorais o próximo e falais de amor a Deus? Não vos lembrais de que o Eterno não pode aceitar o louvor dos lábios quando o coração da criatura permanece dele distante?” (2)

Diante de todos esses ensinamentos, chego à conclusão de que os Imortais me quiseram esclarecer que Jesus não é um Mestre a ser seguido com atitudes de violências ou com interesses escusos, “é preciso negar-se a si mesmo pegar cada um a sua cruz e segui-lo como Ele nos falou”.

Também nos alertou que seus discípulos sofreriam perseguições, apodos, zombarias e acoites diversos, que não teriam privilégio algum, que teriam que ser corajosos, e sinceros em seus ideais de crescimento moral espiritual, mas que a nenhum faltaria a prestimosa ajuda dos Emissários do plano espiritual, nem os recursos necessários para a vitória sobre si mesmos, pois nessa hora o mestre se fará ouvir através de um de seus mensageiros.

Jesus nos convida amigavelmente ao trabalho redentor em sua Seara, esperando que assim como Paulo de Tarso, nos decidamos por aceitar sua oferta e espera de nós a mesma disposição que teve Paulo para iniciar uma nova vida e responder com sinceridade: Senhor o que queres que eu faça? Claro que o Senhor não nos pedirá nada além de nossas possibilidades de realização, solicitará simplesmente o que estiver em conformidade com nossa capacidade de crescer e progredir moral e espiritualmente.

Urge examinar nossas disposições de aceitar o convite do nosso Mestre e Guia, buscando fazer o próprio trabalho que nos compete com a finalidade de progredir mais rapidamente encurtando a distância que nos separa do encontro com Jesus.

Francisco Rebouças

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Referências:
(1) O Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição; e
(2) Livro Paulo e Estevão – Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel. Primeira parte cap. 6.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://issuu.com/bruno061/docs/antropologia>. Acesso em: 14DEZ2016.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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