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Ante o Ofensor

março 18, 2017

Emmanuel

Aquele que nos fere terá assumido, aos nossos olhos, a feição de inimigo terrível, no entanto, o Divino Mestre que tomamos por guia de nosso pensamento e conduta, determina venhamos a perdoá-lo setenta vezes sete.
Por outro lado as ciências psicológicas da atualidade, absolutamente concordes com Jesus, asseveram que é preciso desinibir o coração de quaisquer ressentimentos e estabelecer o equilíbrio na governança de nossas potências mentais a fim que a tranqüilidade se nos expresse na existência em termos de saúde e harmonia.
Como, porém, realizar semelhante feito?
Entendendo-se que a compreensão não é fruto de afirmativas labiais, é forçoso reconhecer que o perdão exige operações profundas nas estruturas da consciência.
Se um problema desse nos aflora ao cotidiano, – à nós, os que aspiramos a seguir o Cristo, – pensemos primeiramente em nosso opositor na condição de filho de Deus, tanto quanto nós, e situando-nos no lugar dele, imaginemos em como estimaríamos que a Lei de Deus nos tratasse, em circunstâncias análogas.
De imediato observaremos que Deus está em nosso assunto desagradável tanto quanto um pai amoroso e sábio se encontra moralmente na contenda dos filhos.
Então, à luz do sentimento novo que nos brotará do ser , examinaremos espontaneamente até que ponto teremos ditado o comportamento do adversário para conosco.
Muito difícil nos vejamos com alguma parte de culpa nos sucessos indesejáveis de que nos fizemos vítimas, mas ao influxo da Divina Providência, a cujo patrocínio recorremos, ser-nos-á possível recordar os nossos próprios impulsos menos felizes, as sugestões delituosas que teremos lançado a esmo, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que perpetramos, às vezes, até impensadamente, sobre o companheiro que não mais resistiu à persistência de nossas provocações, caindo, por fim,na situação de inimigo perante nós outros.
Efetuando o auto-exame, a visão do montante de nossas falhas não mais nos permitirá emitir qualquer censura em prejuízo de alguém.
Muito pelo contrário, proclamemos, de pronto, no mundo íntimo a urgente necessidade da MisericórdiaDivinapara o nosso adversário e para nós.
Então, não mais falaremos no singular , diante daquele que nos fere: – “eu te perdoo”e sim, perante qualquer ofensor com que sejamos defrontados no caminho da vida, diremos sinceramente a Deus em oração: – “Pai de Infinita Bondade, perdoai a nós dois.”

Livro: Atenção – Chico Xavier por Espíritos Diversos.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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