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Lei de sintonia

maio 9, 2017

O cidadão comum que preserva os valores éticos e comporta-se conforme a crença moral que lhe é agradável atrai, inevitavelmente, a presença dos bons Espíritos que se comprazem em assisti-los.

Sendo possuidor de faculdade mediúnica, abrem-se-lhe as portas da caridade que pode exercer mediante os sentimentos que lhe são naturais.

No caso em tópico, aqueles Espíritos inamistosos, a princípio zombam do seu comportamento, logo depois, ante a natural demonstração dos atos dignificantes, sensibilizam-se, tornam-se-lhe simpáticos e aderem aos postulados de que se contagiam.

Trata-se da lei de sintonia, através da qual os semelhantes se atraem.

A melhor terapêutica, portanto, para os graves problemas das desordens obsessivas é o bem proceder.

Quando examinamos a mensagem de Jesus, identificamos em todos os momentos a superioridade do amor que inspira os pensamentos e os atos nobres, induzindo à vivência saudável.

O amor, portanto, emite ondas de vibrações elevadas, que ensejam a não violência, a resistência pacífica.

A tragédia do cotidiano entre as criaturas humanas deflui da inadvertência de pessoas e grupos que optam pela dominação arbitrária dos outros e tentam, a seu talante, submeter todos quantos se lhe acercam.

A lei de sintonia propõe a transformação moral do ser humano e logo advêm as consequências pacíficas e pacificadoras.

No começo do século XX, Leon Tolstói, que se houvera tornado cristão sem designação religiosa, mas conforme o Evangelho, acompanhando a miséria que reinava na sua pátria – a Rússia – escreveu uma carta ao czar Nicolau II, chamando-o de irmão e amigo para adverti-lo da crueldade do seu governo sobre os cem milhões de súditos. Advertia-o das ciladas e das manobras dos seus auxiliares, daqueles que o cercavam, polícia e exército, informando-o ser amado e aplaudido por aqueles miseráveis que o detestavam no abandono e na forme a que estavam atirados …

Falou-lhe da força inexorável do amor e do bem que lhe cabia praticar na missão que Deus lhe confiara de conduzir o povo esfaimado e sofrido.

Vaticinou que, por certo, não teria ocasião de vê-la sofrer as consequências da violência na qual se apoiava, com resultados devastadores, em razão da sua idade avançada.

Apelava para a bondade e a justiça, eliminando a pena de morte das leis severas que mantinham nos cárceres abarrotados por mais de cem mil prisioneiros tidos como revolucionários, porque insatisfeitos com a maneira como eram tratados …

De fato, mais tarde, quando estourou a revolução comunista, ele foi deposto e enviado com a família para o exílio na Sibéria, sendo submetido a inclementes humilhações, fuzilado logo depois, num espetáculo doloroso.

Tolstói houvera desencarnado antes e foi sepultado humildemente entre as árvores que ele próprio plantara, num singelo túmulo, tão humilde quanto ele, em Yasnaya Polyana.

Deixou-nos, entre outras, a sua obra que ele considerava prima, O reino de Deus está em vós.

Nesse ínterim, na África do Sul, um jovem advogado indiano que lera a sua magnífica obra sobre a mensagem de Jesus em tomo do Reino dos Céus dentro de nós, alterou a vida e dedicou-a, a princípio, a dignificar o seu povo odiado e perseguido naquele país. Preso e condenado por pedir igualdade para todos, iniciou a cruzada por libertar a Índia e o Paquistão do cárcere do Império britânico.

Tratava-se de Mohandas Karamchand Gandhi.

Viveu o Evangelho em toda a sua pureza, no amor e no jejum, na resistência pacífica, na oração e, sobretudo, em a não violência.

Assassinado por um fanático, chamou por Deus sorrindo e imortalizou-se.

Parece difícil, nestes dias, a vivência íntegra do amor, tais as circunstâncias e as conquistas bélicas, as forças da violência, o poder das armas … No entanto, nos dias de Jesus, não eram diferentes as condições, e por isso Ele foi crucificado.

Tolstói teve algumas das suas obras proibidas de circularem nas terras da Mãe Rússia, e a pobreza suprema a que ele se submeteu permitiu que fosse escarnecido e desprezado e que tivesse problemas domésticos, ao renunciar ao título de Conde.

Gandhi, admirado e perseguido, insistiu nos objetivos a que entregou a existência e, conforme esperava, tomou-se vítima da violência, deixando o seu legado de paz que ainda comove o mundo.

Talvez não logres alcançar o nível desses missionários, o que não é importante, desde que te dediques ao humilde trabalho de aplainar a estrada, melhorar os caminhos por onde marcharão os apóstolos do amanhã que virão pacificar a Terra.

Faze a tua parte: ama!

Exercita o não revide, a não violência, a resistência pacífica.

Esses elementos são o alicerce sobre o qual o Senhor está construindo o mundo melhor de amanhã.

As tremendas provações que ora se abatem sobre a humanidade: guerras, epidemias, violência, desagregação do ser, perda de sentido existencial, atraem Espíritos também infelizes que se mesclam com os indivíduos e as massas, provocando o caos.

A mesma lei de afinidade atrai os seres nobres da Espiritualidade, os gênios, os sábios, os mártires e os santos para a edificação da felicidade dos corações mesmo durante estes afligentes momentos …

Pensa no amor e ascende aos páramos da Luz Divina da qual procedes.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de  3 de fevereiro de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção,  em Salvador, Bahia.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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