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Marcas morais

maio 30, 2017

O ser humano, ao comprometer-se perante as leis divinas, fica assinalado por marcas que se lhe fixam, difíceis de ser removidas, mesmo quando superados os equívocos e integrado no conceito harmônico da sociedade, como permanente advertência para não mais incidir nos mesmos equívocos.

São esses sinais psicológicos que facultaram ao nobre neurologista suíço Jung os estabelecimentos dos arquétipos (marcas antigas), com os quais construiu a sua doutrina libertadora de muitos conflitos e de valiosas outras contribuições para o equilíbrio do Espiritismo na sua aljube carnal.

O erro,o vício, o ato criminoso encontram-se carregados de emoções que levam a sua vítima a situações embaraçosas durante muito tempo.

Ansiedade, culpa, medo são algumas das emoções que se manifestam após o comprometimento, assinalando no inconsciente a necessidade da liberação da mácula, mediante a sua diluição que se torna exequível pelas realizações iluminativas que se encontram ao alcance de todo aquele que deseja harmonia e saúde.

Desde o momento que ocorreu a fissão da psique, esquematizando as forças do Bem e do Mal e de todos os fenômenos antípodas, o discernimento passou a sofrer o assédio do ego para permanecer nas posturas cômodas do prazer, sem a indispensável renovação espiritual que faculta a sua diluição no self.

A atração da felicidade promove o esforço do ser para vencer os impulsos ancestrais que se insculpiram no cerne da vida, oferecendo os valores morais para consegui-lo.

Acepção do que é correto e pernicioso proporciona a opção por tudo aquilo que favorece com harmonia, abrindo um imenso elenco de trabalho com as ferramentas do amor, que passa a inspirar o comportamento.

Adquirida a consciência de que somente as ações corretas promovem o Espírito, mesmo quando pratica o erro, sente a náusea da permissividade que se permitiu e aspira pela correção imediata, fortalecendo e favorecendo os propósitos de elevação que se assinala com outras marcas, que expressam dignidade e evolução.

O longo período do primarismo condiciona o ser profundo à repetição das velhas fórmulas, que já não lhes satisfazem, porque havendo conhecido o lado superior do comportamento rico de emoções sem tormentos, não mais se tranquiliza nas atitudes antigas.

De tal forma se expressam esses sentimentos, que eles próprios possuem as forças necessárias para as mudanças, às vezes, assinaladas pelo sacrifício e pela renúncia.

A conversão do sentimento, portanto, ocorre na esfera íntima do ser humano, que passa a descondicionar-se dos hábitos perniciosos, gerando outros, que não são enobrecidos.

Felizes daqueles que podem assinalar-se por marcas que mudam de significado no transcurso da mesma existência.

Quando se pronuncia o nome Judas Iscariotes, logo a marca da traição é a marca mais visível da sua personalidade atormentada, embora muitas ações honestas e saudáveis que foram praticadas antes e depois do ato ignóbil.

Referindo-se a Simão Pedro, o apóstolo Galileu, a marca do negador é acionada rapidamente, apesar da sua posterior entrega total a Jesus até a sua morte estrênua na cruz de cabeça para baixo…

Evocando-se o nome de Maria de Madalena, a sombra da conduta irrefletida e insensata envolve-a, nada obstante a renovação moral que se impôs de tal maneira elevada, que lhe facultou ser a primeira testemunha da ressurreição.

Qualquer referência a João Evangelista e ei-lo identificado como o discípulo amado, em razão da sua afetividade.

Felizmente, alguns deles conseguiram novas marcas defluentes dos esforços de renovação que se transformaram em heroísmo e abnegação.

De igual maneira, qualquer personagem que se tornou célebre ou não no cenário terrestre, permanece assinalada pelo ferrete da alucinação que se permitiu ou pelo sinal de enobrecimento que lhe tipificou a existência.

Essas marcas exteriores também se encontram no psiquismo do indivíduo, muitas vezes, atormentando-o, embora inconscientemente, em especial, quando gera culpa e, por consequência, necessidade de reparação.

De igual maneira, aquelas da elevação moral transformam-se em estímulos, valiosos para o prosseguimento no esforço de autoiluminação.

O ser humano é um conjunto de experiências que lhe formam o caráter, a personalidade, impulsionando-o ao avanço, quando são nobres essas realizações, ou fazendo-o momentaneamente estacionar no sofrimento, na repetição da atividade até liberar-se do conflito culposo.

Essencialmente, é o Espírito que armazena os valores de ordem psíquica necessários ao crescimento interior e a conquista do espaço das oportunidades de bem servir.

Nisso, residem-lhe as conquistas inalienáveis que se transferem de uma existência para outra, favorecendo-o com o enriquecimento interno.

Todos os conflitos, portanto, que afetam ao ser humano, resultam das suas marcas morais que, negativas, aguardam a diluição pelo antídoto dos comportamentos relevantes que mantém, e quando positivas, auxiliando-o na ascensão interior…

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Tem em mente que os teus atos possuem a força de assinalar-te psicologicamente, refletindo na emoção a qualidade das ações perpretadas.

O idealista que supera as condições negativas em que se encontra, obstaculizando-lhe a realização dos anelos que se faz portador, traz as marcas dos tentames anteriores que se concretizaram ou não, mas que lhe constituem motivo básico para a existência.

Os interesses da atualidade, de igual maneira, irão deixar os sinais correspondentes que lhe programarão os comportamentos do futuro.

Assim sendo, permite-te assinalar pelas marcas do Cristo, que são a bondade e o amor, a mansuetude e a caridade, enriquecendo-te de bênçãos de harmonia e de felicidade ainda nesta existência corporal.

 

Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na tarde de 26 de maio de 2009, em Berlim, Alemanha.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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