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Noite Inigualável

agosto 15, 2017

Sutil mudança ocorria nas paisagens terrestres, sempre adornadas pelos conflitos e desgraças de todo porte, que destroçavam as criaturas e as nações em intérminas guerras de extermínio.

O Império Romano estendera-se, impondo-se às nações que lhe padeciam a arbitrária dominação, pelas suas implacáveis legiões. O carro das matanças indiscriminadas avançava sempre aumentando a estatística vergonhosa das vítimas que ficavam para trás. Na Europa, as legiões tentavam aniquilar os denominados bárbaros, insubmissos e acostumados à liberdade nas suas florestas e comunidades independentes.

Era, aquele, um período sanguinário e de terror, em que a civilização estertorava na hediondez dos poderes transitórios alucinados.

Otaviano, o imperador, no entanto, conseguira pacificar muitos povos rebeldes que se levantavam com frequência na ânsia de ser livres.

Lentamente se estabelecera a Pax romana, e as lutas entre as diversas sofridas nações foram atenuadas e quase desaparecidas no imenso império durante mais de um século.

A sombra de Augusto fazia-se respeitada em toda parte.

A pequena Israel, sempre insurrecta, sofria a pressão do idumeu Herodes, denominado, ridiculamente, o Grande. Portador de distúrbios de conduta, especialmente atormentado pelo medo de perder o poder, mandava matar indiscriminadamente inimigos declarados, familiares suspeitos e amigos inseguros…

O sanguinário conseguira, na sua faina macabra, assassinar a própria esposa sob acusação indébita, receando-lhe a grandeza moral.

As intrigas eram fulminantes, enredando personalidades nobres e igualando-as aos infelizes litigantes. A sobrevivência de cada um dependia da direção dos ventos palacianos.

A miséria socioeconômica atingira nível insuportável.

Os campos encontravam-se despovoados enquanto as cidades maiores, qual acontecia com Jerusalém, encontravam-se abarrotadas com desocupados, vagabundos, pessoas viciadas, aventureiros.

Israel esperava o Messias fazia muitos séculos, que o viesse libertar do jugo estrangeiro, pois que quase sempre estava sob dominação de outro país.

Nesse período se encontrava sob a suserania da Síria, desde quando Pompeu, o triúnviro, entrara na capital vitoriosamente, deixando a nação sob o protetorado alienígena.

O descontentamento e os ódios entre as diversas classes, a começar na mais alta corte de justiça e de religião, o Sinédrio, gerava tremenda instabilidade interna sob a vigilância do temível governante.

Esperava-se, em consequência, que o Messias fosse um guerreiro sanguinário vingador que erguesse Israel à culminância da glória terrestre, dominando os demais povos.

Esse era o clima espiritual da Terra da Promissão.

Foi então que, numa noite inigualável de beleza, nasceu Jesus, tendo como berço as palhas úmidas de uma gruta-estrebaria de calcário na região de Belém.

Humilde como a erva do campo e nobre como um arquipélago de astros, a Sua jornada seria assinalada pela proteção dos anjos, vivendo em Nazaré na condição de modesto carpinteiro.

Apagou-se num anonimato incomum, e, no momento próprio, desvelou-se num arrebatamento espiritual que mudou o destino da Humanidade.

Nunca mais a Terra seria a mesma, porque a partir da Sua chegada surgiram os pródromos da plenitude futura para todas as gerações.

Dividiu os tempos e em poucos  anos estabeleceu um Reino que se vem alongando na sucessão dos evos até os dias atuais do Consolador, quando novamente os luminares da Espiritualidade vêm transformar os conceitos do egoísmo, inaugurando a era da legítima fraternidade.

Por mais que haja amado, de forma que ofereceu a vida em holocausto para servir de exemplo, não foi correspondido na mesma intensidade, antes foi odiado e perseguido sem clemência, jamais desanimando ou descoroçoando, para que não faltassem diretrizes de segurança para a felicidade humana.

Instalando o amor nos painéis do pensamento terrestre, a Sua mensagem é hoje psicoterapia valiosa para libertar da desdita milhões de vítimas da ignorância e dos desastres morais.

Certamente sensibilizou milhões de existências na sucessão da História, não o suficiente, porém, para que se conseguisse o primado da imortalidade e do Bem. Entretanto, os alicerces por Ele colocados permanecem aguardando a construção da Verdade que em breve reinará entre as criaturas.

É necessário insculpir na mente e no coração os exemplos de Jesus que palpitam na psicosfera do planeta, aguardando oportunidade de dominar as vidas de modo a torná-las plenas, o que equivale dizer: instalar o Reino dos  Céus no mundo terrestre.

Estes são dias difíceis que fazem parte do processo evolutivo do planeta e dos seus habitantes.

Necessário ouvi-lO no imo e vivê-lO no comportamento e na ação.

Celebra o teu Natal pensando nEle, sem pompa nem arrogância.

Natal é evocação do sublime amor de Deus, enviando Jesus ao mundo para dignificá-lO.

Comemora-Lhe o aniversário fazendo como Ele, ao lado dos que sofrem e anelam pela paz.

Reúne a tua família e ora exaltando-O, e transforma-te em embaixador da Sua bondade, espalhando bênçãos entre todos.

Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 14 de setembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

Divaldo Pereira Franco
Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco é natural de Feira de Santana, Bahia, Brasil, reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade, fundou, juntamente com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, que atendem a toda a comunidade do bairro de Pau da Lima, em Salvador, beneficiando milhares de doentes e necessitados.

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