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Sem se iludir: reflexões sobre a importância do Estudo da Doutrina Espírita

novembro 26, 2017

Para todos nós que buscamos, periodicamente, os recursos dos tratamentos espirituais em qualquer crença – na forma de entender e praticar de cada um, o que, naturalmente, deve ser, profundamente, respeitado –, é preciso entender que há um detalhe fundamental na questão: os recursos existem, são reais, podem até curar, mas necessitam de ativa participação do paciente, especialmente, por meio da vontade, do querer, do esforço por melhorar-se.

Sejam benzimentos, passes ou outros recursos, a participação do beneficiado é decisiva.

Vejamos, por exemplo, os passes – prática comum nos Centros Espíritas – normalmente, buscado por muitas pessoas. Passe é terapia de superfície, alívio momentâneo e até duradouro, mas não definitivo. Pode até curar, pode ou não atingir as causas, pois em muitos casos de fé positiva e merecimento consiga operar curas de enfermidades graves.

A causa de nossas perturbações reside em nós mesmos, nas inferioridades morais que todos temos. Por isso, muito mais importante que o passe, ou a busca desses recursos, é o esforço por esclarecer-se. Esclarecidos, seremos defensores pessoais de nós mesmos. Saberemos defender a própria saúde, física e espiritual.

As perturbações de ordem espiritual, a influência de espíritos ou sua presença incômoda são de nossa própria responsabilidade. Somos nós que lhes permitimos aproximarem-se de nós. Quando sentimos ódio, revolta, inconformação, inveja, ciúme ou outros sentimentos mesquinhos, verdadeiramente, escancaramos nossas defesas espirituais e os espíritos infelizes encontram livre acesso para nos perturbar.

Conclui-se em breve raciocínio que NÃO ADIANTA viver recebendo passe e NÃO MELHORAR o comportamento. E isto se compreende de maneira muito ampla quando se estuda. Nossa preferência deve ser de procurar antes reuniões de estudos, palestras, estudo dos livros, para conhecer com profundidade as causas das enfermidades e perturbações.

É comum encontrarmos o Centro cheio em dia de passe. Reduzido, porém, em dia de estudos ou nas palestras doutrinárias. Ora, isto é um equívoco tremendo. Valoriza-se, demasiadamente, a tarefa do passe, em detrimento do que o Espiritismo possui de mais belo – o seu conteúdo doutrinário. Este sim precisa receber prioridade dos dirigentes espíritas para levá-lo ao conhecimento do público e também receber nossa preferência, enquanto frequentadores do Centro.

O estudo espírita é, altamente, terapêutico e preventivo, pois abre a mente e esclarece o raciocínio. Mas, aqui também, não se iluda. O estudo requer perseverança, continuidade e interesse. A Doutrina possui material de estudo e reflexão para a vida toda.

O passe é importante? Claro que sim! Muito importante. Mas é tarefa e recurso secundário. Somente o estudo ensina a pessoa a autodefender-se. Conhecer a Doutrina Espírita deve ser nossa meta. Ela não veio para ficar nas estantes. Veio para ser conhecida e ajudar o homem. Desprezá-la demonstra desconhecimento da grave responsabilidade de que estamos investidos e também total desconsideração ao público que, pretensamente, julgamos atender.

Orson Peter Carrara

Orson Peter Carrara
Orson Peter Carrara

Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve na maioria dos estados do país, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita. Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas, sites e jornais do país, além de boletins regionais, no país e no exterior. Autor de treze livros, seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, estando disponibilizados em vários sites de divulgação espírita.

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