O problema da paciência

Hyerohydes Gonçalves dos Santos
24/12/2017
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Muitos de nós – ou mesmo a maioria – podemos estar em conflito com os pedidos que fazemos a Deus no campo da paciência.

Ao amanhecer, pedimos a Deus que nos dê paciência para resolvermos os desafios do dia. Logo nos aparece uma situação difícil que nos tire do sério.

Ficamos inconformados diante dos desafios e questionamos a Deus:

– Quanto mais lhe peço paciência, mais complicação me aparece.

Por que isso acontece?

Talvez um simples silêncio, de alguém que cumprimentamos, já é motivo para nos tirar do sério; talvez por que o café da manhã não estava ao nosso gosto trivial; ou mesmo por causa da visita inesperada de alguém que julgamos inconveniente.

Agora, imaginemos se sairmos de casa atrasados para o serviço; e, de repente, no meio do caminho, depararmos com um engarrafamento no trânsito!

E então, como procederemos? Dispensa comentários?!!!

Muitos até brincam, enquanto muitos até questionam contundentemente:

– Não mais pedirei a Deus paciência, porque toda vez que lhe peço paciência, algo me aparece e me tira do sério…

* * *

Na verdade, a coisa é simples assim:

– Estamos todos nós, indistintamente, submetidos à Lei do Progresso, percorrendo pela eternidade através das sendas evolutivas a que nos cabe.

No nosso caso, amigo leitor, estamos na lida das provas e das expiações desta tão abençoada oficina Terra, na busca do auto aprimoramento moral e espiritual que compete a cada um de nós em particular.

Eis um grande questionamento:

– Como evoluir sem que haja uma situação adversa, um desafio a vencer, um fator complicador???

Ah! Então o amigo leitor poderia me contradizer:

– Então a coisa não é tão simples assim!!!

É e não é!!! Defendo-me!

É simples assim:

Se entendermos que a paciência é uma virtude que desenvolvemos com esforço próprio. E uma vez adquirida, integra-se ao nosso patrimônio espiritual. Ou seja: uma vez averbada ao nosso patrimônio espiritual, jamais a perderemos. É uma conquista para sempre.

Por exemplo: Se perdemos a paciência com alguém ou com uma situação ou coisa, é porque ainda não a temos.

É o contrário do que se refere aos bens materiais. Se perdemos um bem material, é porque o temos.

Com a paciência é diferente: se a perdemos é porque não a temos; se a temos não a perderemos.

Então, quando pedimos a Deus paciência, é lógico que Ele, Pai de amor e bondade, todo misericordioso, prontamente nos ajuda a desenvolvê-la, fornecendo-nos os meios e os instrumentos necessários, traduzidos, por exemplo, numa pessoa de difícil relacionamento, ou numa situação que nos requer esforço de compreensão.

É como desenvolver a musculatura da paciência, exercitando em nós a ciência da paz; a paz consciente que se desenvolve de dentro de nós, ao lidar com as situações da vida, resolvendo-as… e resolvendo os conflitos de nós mesmos nas sendas evolutivas pelo caminho da eternidade.

Não é tão simples assim:

Se acharmos que cabe a Deus resolver todos os nossos problemas sem o nosso concurso.

Que ao pedir a Deus paciência, Ele tenha de nos dar tão somente tranquilidade, vida paradisíaca e resolver tudo por nós.

* * *

Então, caro leitor, é ou não é tão simples assim?!!!

Yé Gonçalves

 

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
<https://josenildosantos.wordpress.com/2013/01/02/o_que_eo_tempo/ampulheta-quebrada-grande/>.
Acesso em: 23DEZ2017.

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