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Altibaixos emocionais

outubro 7, 2019

“Quando o amor lubrificar os sentimentos humanos, o ódio
deixará de ser ferrugem destruidora nas engrenagens da vida”.
Joanna de Ângelis (1)

Não é rara no transcurso das reuniões mediúnicas, a manifestação de Espíritos, completamente enceguecidos pelo ódio, declararem que não viram a Jesus aqui e acolá, ignorando que para privar da presença do Mestre, faz-se necessário repletar de amor o coração. Quem está vestindo as ásperas roupas do ódio e da ignorância, jamais O verá.

Afirma Emmanuel (2):

“em todos os tempos, observamos criaturas que se candidatam à fé, que anseiam pelos benefícios do Cristo. Clamam pela paz do Mestre, pela Sua presença Divina e, por vezes, após transformarem os melhores sentimentos em inquietação injusta, acabam desanimadas e vencidas… Onde está Jesus que não lhes veio ao encontro dos rogos sucessivos? Em que Esfera longínqua permanecerá o Senhor, distante de suas amarguras? Não compreendem que, através de mensageiros generosos do Seu amor, o Cristo Se encontra, em cada dia, ao lado de todos os discípulos sinceros. Falta-lhes dedicação ao bem de si mesmos. Correm ao encalço do Mestre Divino, desatentos ao conselho de João: ‘endireitai os caminhos’.
Para que alguém sinta a influência santificadora do Cristo, é preciso retificar a estrada em que tem vivido. Muitos choram em veredas do crime, lamentam-se nos resvaladouros do erro sistemático, invocam o Céu sem o desapego às paixões avassaladoras do campo material. Em tais condições, não é justo dirigir-se a alma ao Salvador, que aceitou a humilhação e a cruz sem queixas de qualquer natureza”.

Não é fácil sorver o cálice que Ele sorveu; não é fácil a conversão do homem, quanto afirmam os portadores de convicções apressadas. Muitos dizem: “eu creio”, mas poucos podem declarar: “estou transformado”.

Vejamos a grande e acidentada marcha ascensional de Pedro: ele sempre foi o mais ativo companheiro de Jesus em Seu apostolado, mas, não obstante, pouco antes de ser preso pelos esbirros do farisaísmo, Jesus lhe confidenciou (3): “Eu roguei por ti para que não desfaleça a tua fé; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”.

“O Mestre” – continua Emmanuel – “preferia sempre a sua casa singela para exercer o divino ministério do amor. Durante três anos sucessivos, Simão presenciou acontecimentos assombrosos: viu leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos que recuperavam a razão; deslumbrara-se com a visão do Messias transfigurado no Tabor, assistira à saída de Lázaro da escuridão do sepulcro, e, no entanto, ainda não estava convertido… Seriam necessários os trabalhos imensos de Jerusalém, os sacrifícios pessoais, as lutas enormes consigo mesmo, para que pudesse converter-se ao Evangelho e dar testemunho do Cristo aos seus irmãos.
Não será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais, que estarás convertido e transformado para Jesus. Simão Pedro presenciou essas revelações com o próprio Messias e custou muito a obter esses títulos. Trabalhemos, portanto, por nos convertermos. Somente nessas condições, estaremos habilitados para o testemunho”.

Permanecerá sempre atual a mensagem de Allan Kardec, em especial no ponto em que diz (4): “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.

Afirma “Um Espírito Amigo” (1):

“quando as criaturas se derem conta que, somente através da própria transformação moral para melhor, a existência física tem sentido, desaparecerão a loucura e o suicídio dos quadros sociais e morais do Planeta… Definir rumo, vencer distância, avançar com estoicismo, eis as formas de adquirir os títulos de enobrecimento, para cuja finalidade se encontra o homem encarnado”.

Só nos emanciparemos dos altibaixos emocionais quando abandonarmos a veste rota do ódio e nos deixarmos mimetizar pelo Vero Amor apregoado e exemplificado pelo Sublime Pegureiro, ocasião em que poderemos vê-lO e senti-lO, privando de Sua augusta presença.

Rogério Coelho

Referências Bibliográficas:
(1) FRANCO, Divaldo. Momentos de felicidade. Salvador: LEAL, 1991, cap. 16.
(2) XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. 26.ed. Rio [de Janeiro]: 2006, caps. 15 e 16.
(3) Lucas, 22:32.
(4) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XVII, item 4.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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