Sobre a liberdade de expressão – Porta dos fundos

Antônio Carlos Navarro
10/01/2020
1085 visualizações

Não é “politicamente correto” que se fale, ou se satirize, quem não tem meios, se o quiser, de se defender.

Em tempos onde todos temos o direito de se defender e reclamar retratação, ou ainda cobrar compensação financeira por assédio moral, referir-se a alguém, mesmo que seja um vulto histórico não presente fisicamente é, no mínimo, antiético, e a exposição midiática a que foi exposto Nosso Senhor Jesus Cristo se enquadra nesse contexto.

A percepção e uso da liberdade é uma das necessidades básicas dos seres vivos, e muito mais dos seres humanos – ensina o notável psicanalista Erich Fromm. No entanto, a liberdade deve vir acompanhada de respeito, responsabilidade e limites, e tanto mais quanto mais atinge, direta ou indiretamente, os que estão vinculados ao personagem focado, pelos laços sagrados do sentimento e da crença.

Assim como se tolhe a liberdade das crianças em seu processo de aprendizado, a bem delas próprias, “crianças espirituais” também necessitam de contenção e vigilância em função de suas cegueiras morais.

A necessidade de se manter na mídia, em evidência, e a falta de criatividade moralmente sadia, inteligente, levam a aberrações morais que denotam a ignorância em relação ao sagrado, e ao Senhor Jesus e Sua mensagem de esclarecimento libertador.

Não se pode tudo em nome da liberdade. Sempre haverá prejuízos de monta.

Mas o Senhor Jesus não tem necessidade de defensores. Para quem sofreu a traição de um amigo muito próximo, a negação de outro, e a deserção de outros tantos, culminando com a coroa de espinhos, o flagelamento e a ignominiosa cruz, ser retratado como foi é “café pequeno”.

Trabalhando com e para Deus, o Pai Maior, amorosamente o Senhor Jesus espera que lobos se transformem em ovelhas, alertando, no entanto, que a vida não premia e não castiga, apenas conduz a consequências – à cada um segundo suas obras, ensinou-nos – e que cegos que conduzem cegos acabam por cair ambos no precipício. Não há uma só imperfeição moral que não resulte em sofrimento, ensina a Doutrina Espírita.

Mas, atenção, cristãos. É preciso tomar cuidado com nossas reações. Não nos cabe outra conduta senão a indicada pelo próprio Mestre Jesus – para nós, Espíritas, o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo:

Perdoai setenta vezes sete vezes; orai pelos vossos inimigos e por aqueles que vos perseguem e caluniam; oferece a face esquerda ao que te bate na direita; não resistais ao mal”.

Nada de violência, portanto, de nenhum tipo, em hipótese alguma.

Evidentemente, pode-se, e deve-se, se posicionar a respeito dos fatos aberrantes, e externar esse posicionamento, mas não de forma equivalente moralmente. Que nos expressemos educando, aconselhando, mas sobre tudo exemplificando as lições que temos aprendido junto ao Evangelho do Senhor Jesus.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://nerdpai.com/os-youtubers-influenciam-nossos-filhos-e-filhas-entrevista/>. Acesso em: 10JAN2020.

Veja também

Ver mais
16.03.2025

Deus espera que ames

Se tiveres um pouco de atenção e olhares em torno de ti, encontrarás os variados meneios da vida que se reportam ao amor do nosso Criador, em cada movimento. Em…
16.03.2025

Luz no Caminho – O Livro dos Espíritos

O LIVRO DOS ESPÍRITOS Da vida espírita - Capítulo VI  Escolha das provas 258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do…
16.03.2025

Pluralidade

As manchetes de todo o globo estampam a fotografia tirada por uma sonda lançada à Titã, lua de saturno repleta de gás metano, mostrando a um mundo estarrecido a imagem…
Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá! Como podemos ajudá-lo(a)?