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A existência de Deus 

julho 21, 2020

O Universo existe, logo tem uma Causa 

 Como podemos provar a existência de Deus?” 

Resposta“Procurai a causa de tudo o que não   

é obra do homem e a vossa razão responderá.” 

  • “O Livro dos Espíritos” (1) 

 

Lembra-nos ainda Allan Kardec na obra mencionada em epígrafe(1): para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma Causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa”. 

Em se constituindo um dos pontos básicos do Espiritismo, (e por ser o mais importante de todos), a existência de Deus mereceu todo um especial carinho do Mestre de Lyon. Assim sendo, já na primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, observamos a atenção do Codificador voltada para esse ponto. 

Aduz ainda o Mestre Lionês (2): (…) o poder de Deuse consequentemente a prova de Sua existência, está caracterizado de modo positivo, e de maneira muito imponente pelo grandioso conjunto das obras da criação, pela sábia previdência que essa criação revela, assim nas partes mais gigantescascomo nas mais mínimas, e pela harmonia das leis que regem o Universo”. 

Para desdobramento do tema, pinçamos os seguintes tópicos de uma palestra feita por  Divaldo Franco, na qual ele assim explicou:  

(…) Albert Einstein, fascinado pelo mecanismo da vida, diante das leis sensatas dos saltos quânticos e observando também a sua teoria da relatividade, foi levado a proclamar: desejo afirmar, que além do Universo que vemos, existe um Poder Pensante que não pode explicar-se senão adotando-se a crença numa Causa Criadora da Vida.” 

A realidade de Deus é tão incontroversa – dizia o Dr. Morrison, diretor do Museu de História Natural de New York –, que se pode estabelecer os seguintes pontos: não de pode negar a Causa Racional, admitindo os efeitos irracionais. Deus é o Fator Iniludível para explicar a realidade universal. “Por exemplo” – continua o Dr. Morrison em seu livro que se tornou best seller: (…) quando eu considero que o Sol está distante da Terra cento e cinquenta milhões de quilômetros, eu constato que isso não se trata de um acaso, porque se o Sol estivesse mais próximo da Terra apenas um milhão de quilômetros, a vida seria impossível, porque o excesso de calor destruiria qualquer manifestação de vida.   Mas, se o Sol estivesse distante da Terra mais de um milhão de quilômetros, a vida seria impossível por falta de luz e calor. 

 A Lua – sabemos, está distante de nós trezentos mil quilômetros, e isto não é por acaso.  Se ela estivesse distante de nós apenas setenta mil quilômetros, a vida na Terra seria impossível, porque a pressão magnética nas águas levantaria marés tão altas que as águas atingiriam o pico do Himalaia e a erosão destruiria toda a face terrestre. Mas, se a Lua estivesse, digamos, a quinhentos mil quilômetros de distância, seu magnetismo sobre a vida impediria que esta se manifestasse, pelo menos nos termos em que nós conhecemos. 

Se a superfície do mar fosse mais profunda de apenas três metros, a vida seria impossível, porque o oxigênio do ar seria absorvido pelas águas e nenhum animal, tampouco qualquer ser vegetal, poderia respirar, porque não haveria oxigênio na camada exterior. Mas, se acaso a superfície do mar fosse mais alta dois metros, a vida na Terra seria impossível, porque as águas do mar absorveriam o oxigênio e o gás carbônico e a vida ficaria estiolada. 

Se a atmosfera terrestre não tivesse sessenta quilômetros, fosse um pouco menor, digamos, cinquenta quilômetros, a vida na Terra seria impossível, por uma razão muito lógica: os meteoritos, os meteoros, os aerólitos que diariamente caem sobre a Terra e que são “ralados” na atmosfera, destruiriam a vida, porque todos os dias caem na Terra aproximadamente cinquenta milhões deles.  

Se o eixo da Terra não tivesse 18º e fosse uma perpendicular, a vida seria impossível, porque o gelo dos polos se derreteriam e toda a superfície estaria coberta. 

Por estas razões eu creio que Alguém Pensou porque isto não é resultado do “acaso”, porque o acaso não se repete. Todas as vezes que o acaso se repete, a lei não é casual, mas sim, causal.  Esta a primeira razão pela qual eu creio em Deus” – afirma o Dr. Morrison – “masexiste uma segunda razão que se chamavida. Ora, se perguntássemos o que é a vida, cada um daria uma descrição e duvidamos que dois dessem a mesma definição.  O médico teria a sua definição, o biólogo, o químico, o filósofo, o teólogo, o materialista, e assim por diante, cada um dentro de seu campo de entendimento…  Mas a vida é tão notável que está em toda parte: está na rocha, na água, na atmosfera...  A vida é um químico caprichoso que na intimidade da raiz de uma planta no seio da terra transforma água em humus, em açúcar, em madeira; é um perfumista que do lodo arranca o perfume de uma flor; é um esteta que trabalha cada folha caprichosamente e jamais se encontraram duas folhas absolutamente iguais. 

Mas eu creio em Deus por uma terceira razão que se chama: instinto dos animais.   Mas o que é o instinto?!  Podemos dar uma definição biológica, filosófica, e ainda aí ficaríamos sem saber o que é o instinto. Todos nós falamos: é o instinto de conservação da vida; é o instinto de procriação; é o agir por instinto; mas, o que é instinto?  A verdade é que a Ciência não sabe.  Mas a vespa sabe, por instinto, que toda vez que faz a desova, ela morre e não vê os seus descendentes.  Ela sabe, também, por instinto, que quando os filhos nascem, eles têm necessidade de comer, porque os insetos já nascem adultos.  Ela tem, então, o cuidado de colocar alimentação para eles.  Mas ela sabe, por instinto, que os seus descendentes só comem carne viva, porque se comerem carne morta, perecem… Ela faz uma viagem nupcial, aplica uma picada no gafanhoto que o imobiliza, e é uma picada tão notável que em laboratório ninguém consegue imobilizar assim o gafanhoto.   Ela não o mata, apenas o imobiliza.   Ele fica como carne em conserva.  Ela o leva para um buraco no chão, desova em torno do abdome do gafanhoto, voa e morre, mas sabe que os filhos estão amparados.   Quando os filhos nascem, imediatamente começam a comer o gafanhoto pela base do abdome; e o comem até o centro vital. Quando comem o centro vital, o gafanhoto morre e eles voam e vão cuidar de suas vidas, repetindo, por instinto, todo o ciclo…  Mas, se o instinto da vespa é notável, também o é o do João de Barro. Quando ele vai construir sua casa, coloca-se no ponto mais alto da árvore e aponta o bico para determinar a direção do vento. E nunca erra, pois sabe que disso vai depender a sobrevivência de seus descendentes, que precisam do ninho aquecido.    

Mais notável ainda, é o instinto do salmão que só se reproduz no lugar em que nasceu. Ele sobe contra a correnteza e se o colocarmos em um afluente de seu rio ele sabe que está errado.  É o instinto, cantando as glórias de Deus!… Pelo instinto dos animais, eu creio em Deus, diz o Dr. Morrison. 

Mas eu creio em Deus por uma quarta razão, e essa razão se chama genes ou cromossomo...   Se os sete bilhões de pessoas existentes na Terra fossem reduzidos à condição de Genes ou Cromossomos, caberiam num dedal de costureira. E quando olhamos para essa quantidade e sabemos que ali está sete bilhões de criaturas, cada qual com a sua impressão digital diferente, cor de olhos e todas as características da individualidade, somos obrigados a parar e dizer: eu creio em uma Causa Inteligente para a vida, sem a qual a própria vida não tem sentido nem significação. 

Mas eu creio em Deus por uma quinta razão que se chama “inteligênciaO instinto se repete monotonamente, mas a inteligência são as sete notas musicais; a inteligência é uma sinfonia de beleza mímica através da razão. 

Eu creio em Deus por uma sexta razão que se chama “equilíbrio ecológico. 

Eu creio em Deus por um sétimo fator que se chama: “imaginação.  É só pela imaginação que conseguimos conceber Deus.   

Eu creio em Deus porque o Sol para nos dar vida, converte massa em energia na razão de quatrocentos e vinte milhões de toneladas por segundo, e assim permanecerá por dez bilhões de anos, cantando as glórias de Deus. 

É por tudo isso, e muito mais, que os Espíritos do Senhor responderam a Allan Kardec quando ele lhes perguntou (3): “Que é Deus? E, num portento de síntese responderam: “Deus é a Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas”. 

Sem embargo, há mais de dois milênios, o “Discípulo Amado” já havia enunciado a mais bela definição de Deus, ao alcance de nosso entendimento: “Deus é Amor”.           

Rogério Coelho 

 

Referências: 

  1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 4;   
  2. KARDEC, Allan. A Gênese. 43.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIII, item 15; e 
  3. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 1. 

 

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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