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Somos formiguinhas

setembro 17, 2020

Quando minha mãe era encarnada, às vezes conversávamos sobre “Deus”. Ela dizia que se alguém nos observasse de cima, nos veria como as formiguinhas na terra fazendo o que devem, mas sem ideia do mundo que as cerca, nem tão pouco de Deus. Achei perfeita a analogia.

Assim estamos num planeta querendo sair da fase de provas e expiações, ainda muito jovem com relação ao Universo, querendo entender quem somos e o que é Deus. Com o avanço tecnológico a ciência ainda quer achar provas materiais da existência de Deus, quer enxergar homenzinhos verdes em outros planetas, quando o óbvio ululante está diante de seus olhos cegos que não se permitem enxergar.

Exatamente não se permitem porque quando a mente humana volta-se para outra perspectiva, é forçada a deixar para trás muitas coisas às quais se apegou e encarar a sórdida realidade de sua ignorância, de seus limites, e muitas outras coisas que a nossa mente, maravilhosa serva do inconsciente,  não quer olhar em si mesma, pois dói demais.

Então, Jesus disse estas palavras: Eu lhe rendo glórias Meu Pai, Senhor do Céu e da Terra, por ter ocultado essas coisas aos sábios e aos presunçosos, e por tê-las revelado aos simples e aos pequeninos” (1)

Basta assistir um noticiário na TV e ver quantas pessoa simples entrevistadas sobre desastres naturais ou acidentes dos quais foram vítimas dando seus depoimentos  sobre as perdas humanas e materiais que tiveram, para ver que muitas dizem que Deus quis assim, mas que Ele dará força a elas, para enfrentar e superar tudo. Bem aventurados os simples de coração! Elas demostram uma resiliência e força invejáveis e, como têm pouco, rapidamente conquistam aquele “mínimo” com o qual convivem naturalmente, feito as formiguinhas. Os que possuem muito e se acostumam com esse muito, quando perdem tudo ficam desesperados, como crianças sem saber por onde recomeçar.

Será que um desses cientistas inteligentíssimos reagiriam assim? O que faz uma pessoa que não crê numa fonte criadora no leito de morte, a quem apela, por que morrer é um acontecimento solitário? Que sofrimento deve ser achar que vai virar um nada? Mas se vai virar um nada onde ficou a sua inteligência e todo o conhecimento adquirido? E o que fazer disso, já que o nada não existe?

Transcender, de acordo com o dicionário do Google, significa “elevar-se sobre ou ir além dos limites; situar-se para lá de”. Para que a ciência veja além da matéria, precisa ser humilde, sentir-se formiguinha que nada sabe, e olhar para onde nunca olhou, escutar e estudar aqueles que nunca escutou. E não faltam fontes para isso.

Ao assistir documentários científicos sobre a formação do universo, um Espírita deve se perguntar como que eles nunca leram “A Gênese” de Kardec? Vemos que existe um número crescente de espiritualistas que têm a Codificação como base, como um tipo de “Constituição do Universo”, mas não se dizem Espíritas.  Está claro na Codificação que palavras são limitadíssimas e são meras convenções. Haverá um dia em que usaremos somente telepatia, e aí, de que valerão os nomes? O resultado é que todos verão que a verdade é que temos um Criador do Universo; que somos espíritos reencarnados para progredir moralmente, desenvolvendo a capacidade de amar; que quando encarnados podemos nos comunicar com os espíritos; que existem mundos habitados com seres diferentes, fisicamente, de nós;  que Jesus é o nosso modelo. Simples assim. Somos meras formiguinhas que não viram da missa a metade. Simplicidade é a resposta.

“O mundo está num grande trabalho de gestação… neste trabalho, ainda confuso, domina, entretanto, a tendência para certo fim; o da unidade e da uniformidade, que predispõem para a confraternização. São também sinais dos tempos.” (2)

As formiguinhas deverão se unir cada vez mais, trabalhando muito, a caminho da luz.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referências:
(1) M, 11:25; e
(2) Kardec, Obras póstumas, 2ª parte: Regeneração da Humanidade.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://br.pinterest.com/pin/195765915030975657/ >. Acesso em: 16SET2020.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Tradutora, mora em Porto Alegre/RS, estudante da Doutrina Espírita, trabalha no Grupo Espírita Francisco Xavier como médium.

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