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No caso da ideação suicida sugerimos a abordagem em 3 frentes. 

março 5, 2021

Desta vez, em nosso questionário sobre a ideação suicida, entrevistamos 230 mulheres dos mais diversos estados brasileiros e nas mais diversas faixas etárias. Adiante, em outros textos, traremos mais informações, até porque neste momento não é nosso objetivo esmiuçar esta parte. 

Destaco duas das perguntas que fizemos: 

1 – Já pensou em suicídio alguma vez em sua vida? 

51,8% das mulheres responderam que sim, 48,2% das mulheres responderam que não. Ou seja, mais da metade das mulheres entrevistadas, em algum momento, já pensaram na ideia de interrupção da existência. 

Quando vamos para a outra questão, que indaga se já tentaram cometer o ato extremo de tirar a própria vida, encontramos as seguintes porcentagens: 

14% já tentaram e 86% não tentaram. 

Percebe-se, como já realizado em outros estudos, um grande número de mulheres que cogitam da ideia do suicídio. 

Ainda neste questionário, ao levantarmos as razões, obtivemos muitas respostas que falam da tristeza, depressão, falta de perspectiva e esperança no porvir. 

Em realidade, ao menos para essas mulheres que responderam as questões, o fato que envolve a depressão é o mais notável. 

Os transtornos mentais estão diretamente associados à ideia de suicídio e é por isso que insistimos na abordagem em 3 frentes: 

1 – Medicina convencional. 

2 – Intervenção terapêutica. 

3 – Abordagem espiritual. 

Nos cursos que venho realizando sobre prevenção e posvenção do suicídio constato que os tratamentos preconizados se apoiam apenas nas duas primeiras etapas: medicina convencional e intervenção terapêutica. 

Entendo, claro, as razões pelas quais as instituições que ministram esses cursos ficam apenas nestas duas etapas, contudo, como espiritualista e espírita não posso deixar de anotar no horizonte do tratamento a importância do aspecto que envolve a espiritualidade, sendo, este, muito importante para todo o processo. 

Eis porque costumo bater na tecla ser fundamental a quebra do paradigma materialista, posto que, em muitas instâncias, ele, o paradigma materialista, enfoca apenas o “aqui e agora”, sem contemplar o Ser como um todo, sua biografia espiritual, suas vivências e aptidões que, não raro, são oriundas das existências pretéritas. 

Ora, se é verdade que os fatores culturais, socioeconômicos e outros dão sua parcela de contribuição na forma em que o indivíduo enxerga a vida e se relaciona com o mundo ao seu redor, introduzindo a cultura espiritualista em sociedade teremos uma abordagem mais completa de todo este quebra cabeça que podemos chamar “ser humano”. 

Causa-me e sempre me causou estranheza verificar que alguns religiosos consideram serem os problemas humanos resolvidos apenas com preces, orações, reuniões de desobsessão ou “descarrego” e idas a centro espíritas, igrejas ou instituições afins. Mas também me causa estranheza perceber que há, ainda, pessoas ligadas as ciências convencionais que se negam absolutamente a admitir a contraparte espiritual do indivíduo. 

Isto dito, cabe-nos fazer nossa parte, trabalhar para que ambas as ciências, tanto a do corpo, quando a da alma, complementem-se e produzam, juntas, mais qualidade de vida para todos, porquanto, ambas as ciências citadas aqui não se excluem, ao contrário, completam-se. 

Wellington Balbo 

Wellington Balbo
Wellington Balbo

Professor universitário, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática, Escritor e Palestrante Espírita com seis livros publicados: Lições da História Humana; Reflexões sobre o mundo contemporâneo; Espiritismo atual e educador; Memórias do Holocausto (participação especial); Arena de Conflitos (em parceria com Orson Peter Carrara); Quem semeia ventos... (em parceria com Arlindo Rodrigues).

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