Aparências

Rogério Coelho
21/06/2021
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O erro é sempre desvio da rota

                                                    “(…) Melhor será que concedas um crédito de confiança e
tenhas em  bom  conceito quem  não  os  merece,  do que
negando oportunidade  e  ajuda  a  quem  te  parece sem
valor e  é,  no  entanto,  credor  de confiança e respeito.”
                                          – Joanna de Ângelis (1)

Área perigosa a do julgamento… Emboscados dentro do corpo somático, nossas potencialidades espirituais ficam amodorradas, quase apagadas e, consequentemente, nossa visão psicológica tem pouco alcance.

Saibamos perseverar no bem com Jesus mesmo quando os benefícios prestados sejam pagos com ingratidão.  Atendamos à exortação do Mestre quanto à conveniência de não julgar e sejamos generosos com todos, embora a recíproca não nos seja outorgada. Não podemos nos armar contra o   próximo induzidos pelas bocas acostumadas à perfídia.  Guardemo-nos dos técnicos em acusações, pessimismos e acrimônias… Geralmente as coisas não são como aparentam ser. Nossa visão, distorcida pela obtusidade da situação de encarnados, sofre prejudicial e aguda refração.

O que ocorre, de modo geral, com relação aos julgamentos sobre o comportamento do semelhante é algo que mais se assemelha à maledicência, e no coração do discípulo do  Cristo  não  há lugar para essa situação perniciosa e anticristã.

Atentemos para as advertências de Joanna de Ângelis em relação a julgamentos (1): “(…) julgar uma ocorrência quando essa eclode, tomando uma posição apriorística, não deixa de ser precipitação em área perigosa. O erro é sempre desvio da rota. Dependendo da pessoa que nele incide, há-se que considerar os fatores que  escapam,  na  natureza  sócio-psicológica, econômica, moral e espiritual.

Quando explode uma situação ou alguém delinque, justo  se tenham em mente as raízes  do  problema  que estruge lamentável.”

O Espírita-Cristão saberá comportar-se nessa área, de acordo com o que aprendeu das palavras,  atitudes  e gestos do Meigo Pegureiro da humanidade.

A mulher adúltera, a traição de Judas, a negação de Pedro, a dúvida de Tomé, não mereceram julgamento pelo Senhor; antes, todos eles foram ajudados e amados por  Ele,  que,  com todo o carinho os trouxe  para  a  senda  do equilíbrio…

Em abençoada peroração, através da psicografia de um texto de Joanna de Ângelis conclama a nobre mentora (1): “(…) unge-te de amor pelos ingratos, os fracos, os caídos, os delinquentes, os desditosos, os  perversos, nossos  irmãos  necessitados  de fraternidade, pois  que  “com  a medida com que os julgares, assim também serás julgado” e como os receberes também nosso Pai de misericórdia te receberá.”

Foi também, através da psicografia de Divaldo Franco, que tomamos conhecimento de u`a mensagem de Marco Prisco, que sintetiza essa questão magistralmente, dentro do mais puro espírito cristão. Afirma o Mentor Amigo: “não julgue desfavoravelmente, mesmo que sua observação o ajude na conclusão precipitada.

Você não pode pretender ter examinado o assunto  sob  todos os ângulos.  Muita coisa que você vê, não é exatamente como você vê… Não comente desfavoravelmente, mesmo que tenha sobejas razões para fazê-lo. Você não sabe como se portaria, se estivesse na posição do antagonista. O que você sabe não se deu como você sabe… Não pense desfavoravelmente, mesmo que encontre apoio na atitude de todos. Você não conhece o assunto com a consideração devida. O que você conhece não expressa a realidade como você pensa… Não informe desfavoravelmente, mesmo que  você esteja  senhor  do  assunto. Você não dispõe de possibilidades para prever as mudanças que se operam num  minuto. O de que você está informado não é conhecimento bastante para que você informe como foi informado… Não opine desfavoravelmente, quando você puder ajudar, só porque muitos são contra.  Você não pode discordar, somente para agradar a maioria.  O de que você tem notícia não se passou como lhe disseram…

No dia do julgamento de Jesus Cristo, a multidão julgava, comentava, pensava, informava e   opinava desfavoravelmente a Ele…

Crucificado, deu ganho de causa aos assassinos e perseguidores. No entanto, o material com que O julgaram e as testemunhas que O acusaram não representavam a verdade, porque, enquanto todos estavam ligados aos interesses inconfessáveis do mundo, desejavam alijá-lo da Terra. Ele, que era o Senhor do Mundo, ficou, porém, em silêncio, fiel ao Supremo Pai, porfiando até o fim…”

Rogério Coelho

Referência:
(1) FRANCO, Divaldo. Oferenda. Salvador: LEAL, 1980, p. 98 e 116.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.google.com/search?q=Apar%C3%AAncias&tbm=isch&tbs=rimg:CWpzPv-v2nIQYZfwVIifDkoN&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CBsQuIIBahcKEwjwrv7am6TxAhUAAAAAHQAAAAAQDA&biw=1349&bih=568#imgrc=jZ-zSrRyhE8P6M>. Acesso em: 21JUN2021.

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