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As virtudes

agosto 2, 2022

Conforme O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 17, Sede Perfeitos, virtude “comporta o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.” Dessa simples passagem podemos extrair para análise, elementos essenciais ao nosso convívio na Terra.

Compete-nos refletir o que vem a ser “homem de bem”? A resposta pode ser encontrada no mesmo capítulo, onde uma definição muito bonita ensina-nos que “o verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza”. Temos então um norte para nossas vidas, pois buscamos, pelo menos deveríamos buscar, ser pessoas de bem.

Assim, partindo das características mencionadas acima e retornando na definição de virtude, temos que a prática da lei da justiça, do amor e da caridade são na verdade as “qualidades essenciais” ao “homem de bem” e, portanto, concluímos que são essas as ações virtuosas que devem nortear nossos comportamentos.

Impossível nesse momento não nos lembrarmos do Sermão da Montanha, tanto quanto não nos lembrarmos da descrição de Humberto de Campos, em Boa Nova:

“O crepúsculo descia num deslumbramento de ouro e brisas cariciosas. Ao longo de toda a encosta, acotovelava-se a turba imensa. Muitas centenas de criaturas se aglomeravam ali, a fim de ouvirem a palavra do Senhor, dentro da paisagem que se aureolava dos brilhos singulares de todo o horizonte pincelado de luz.”

Com toda a certeza estamos imersos no ambiente onde Jesus proferiu:

“Bem-aventurados os pobres e os aflitos!

Bem-aventurados os sedentos de justiça e misericórdia!…

Bem-aventurados os pacíficos e os simples de coração!…”

Vemos que as virtudes nortearam as frases do Mestre, indicando que os homens devem apresentar essas características comportamentais para serem pessoas dignas do Reino dos Céus. Cada uma dessas frases irá com certeza preencher as 3 virtudes básicas de todo cristão: Justiça, Amor e Caridade.

A pobreza de espírito e a simplicidade do coração estão caracterizadas pela humildade, o singelo reconhecimento de nossa pequenez e nossa real necessidade de evolução, onde nos colocaremos em marcha à evolução moral, onde estudaremos com afinco, buscando saciar nossa sede de conhecimento para então colocá-la em prática.

Emmanuel nos trará que “a palavra escrita, em confronto com a palavra falada ou com o exemplo direto, revela poderes de repercussão menos vivos” (Pensamento e Vida), ou seja, buscar conhecimento é necessário, mas colocá-lo em prática é fundamental, pois assim arrastar-se-á multidões, exatamente como nosso Mestre fez no passado.

O sofrimento que passamos nos nossos dias na Terra não é só uma prova de caridade, mas também de amor e justiça conosco e com nosso próximo.

Quantas dívidas estamos resgatando neste momento, quantas pessoas estamos auxiliando, ao nos redimir de nossos erros e, principalmente, quantos perdões estamos concedendo nessa nossa jornada de luta e glória.

Tenhamos em mente que o sofrimento não é exclusividade nossa, sensibilizemo-nos com o sofrimento alheio, não deixemos que falte a esses irmãos um ombro amigo, uma palavra consoladora. Entender os defeitos dos irmãos é atitude de amor e caridade. Não guardemos ressentimento pelo que nos é dito e compreendamos que cada um dos encarnados está em um estágio evolutivo próprio, sejamos pacientes.

A paciência e a resignação que devem ser nossas companheiras de labuta diária, ambas são necessárias para a nossa evolução, atitudes virtuosas que devemos nos condicionar a ter. Suportar os problemas com paciência para buscar soluções nobres e enfrentar tais circunstâncias são atitudes de engrandecimento da alma e muito amor-próprio.

Munidos dessa paciência, saibamos respeitar a Lei Natural, saibamos respeitar nossos irmãos encarnados e desencarnados, todos temos necessidades, mas também estamos imersos em um mar de responsabilidade, que elas sejam cumpridas antes mesmo de aspirarmos algo, pois apenas assim a Justiça na Terra será praticada.

A Justiça nos implicará em respeitar as consequências dos nossos atos – “a cada um será concedido de acordo com suas obras”. Mas tudo isso apenas será válido se feita com modéstia e humildade, de nada adianta a virtude propagada, mais vale a virtude silenciosa.

Que as virtudes possam inflamar nosso coração, trazendo-nos um norte comportamental, onde o resultado deverá ser uma pacificidade e uma afetividade como a do Cristo, que até no momento crucial de sua vida encarnada, manteve-se sereno e tranquilo, abençoou a todos, perdoou a todos e pediu ao Pai para continuar olhando e cuidando de nós, com o mesmo senso de Justiça, Amor e Caridade, embora tenhamos faltado com essas virtudes para com Ele e insistimos em faltar para com nossos irmãos, nos dias de hoje.

Daniel Baeninger

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://folhadolitoral.com.br/colunistas/momento-espirita/na-construcao-da-virtude/>. Acesso em 02AGO2022.

Daniel Baeninger
Daniel Baeninger

Trabalhador do Centro Espírita Luz e Caridade de Limeira/SP.

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