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O Criador e a criação

setembro 2, 2022

Tudo obedece a uma planifica­ção superior, antecipada,
inevitável e determinista para a harmonia total

“Fiat Lux” – e a luz se fez. (1)

“No começo tudo era o caos; os elementos estavam em confusão… Pouco a pouco cada coisa tomou o seu lugar”. (2)

O pensamento humano – muito limitado – abisma-se ante a grandiosidade da Obra Divina!… Ainda falta à humanidade a maturidade necessária para compreender com mais abrangência a magnificência do Pai Celestial e a enormidade de Sua Criação.

Após o advento do Consolador prometido por Jesus, várias respostas elucidaram a magna questão da Criação, do ser, do destino, mas, a origem de tudo ainda permanece um mistério insondável, incompreensível…

Sem embargo, conforme aprendemos com Joanna de Ângelis (3), “(…) Deus prossegue criando sem cessar… O Seu psiquismo dá nascimento a verdadeiros fascículos de luz, que contêm em germe toda a grandeza da fatalidade do seu processo de evolução.

Manifestando-se em sono profundo nos minerais através dos milhões de milênios, germina, mediante processo de modificação estrutural, transferindo-se ­para o reino vegetal, às vezes, passando pelas formas intermediárias, dando surgimento à sensibilidade, a uma organização nervosa primária, de que se utilizará no remoto futuro. Obedecendo a campos vibratórios sutis e inabordáveis, lentamente se transfere para o reino animal, experimentando as variações do trans­formismo e do evolucionismo, igualmente vivenciando as experiências encarregadas das mutações e variações, desdobrando os instintos até alcançar os primatas, e deles prosseguindo no direcionamento humano…

Não cessa, porém, no bípede pensante, o grandioso desenvolver dos conteúdos divinos nesse psiquismo, antes alma e agora Espírito, que avança para a angelitude, para a superação de qualquer expressão no campo da forma, até atingir o máximo da sua destinação glori­osa.

Todas as manifestações no mundo das formas direci­onadas por uma energia peculiar modificam-se, tornan­do-se mais complexas, até alcançar estágios definitivos que as caracterizam no campo material.

O mesmo ocorre com os iniciais fascículos de luz, que se utilizam das condensações que elaboram para desenvolver-se, impondo futuras expressões, nas quais a capacidade intelecto-moral se há de manifestar.

Pode-se, portanto, perceber a presença divina em todos esses períodos em manifestações de impulsos que conduzem aos diferentes estágios que deságuam no oceano da futura harmonia.

Arquivando todas essas experiências nos arcanos­ profundos da mente individual e humana, o ser que vem transitando pelo campo da matéria e desenvolvendo os inextricáveis mecanismos da energia pensante, conduz o conhecimento da evolução, de que se utiliza, consciente ou inconscientemente, para mais audaciosos cometi­mentos ascensionais.

A princípio, encontra-se fixado ao solo, e nele ín­sito. Logo após, prende-se-lhe por intermédio de raízes que lhe oferecem elementos para a vida e para a susten­tação, o mesmo ocorrendo no seio das águas… Mais tarde, arrasta-se lentamente na terra que lhe serve de base, para poder erguer-se em pernas vigoro­sas que lhe sustentam o peso ou voar livremente nos ares…

A libertação do magneto terrestre dá-se, a pouco e pouco, até o momento em que, humanizado, aprende a planar acima do seu apoio, quando se utiliza da mente para os fenômenos da movimentação e da vida.

Trata-se do Reino dos Céus, do Nirvana, do Paraíso, do Mundo de Plenitude fora do mundo físico, que serve de hospedagem transitória para o desenvolvimento do deus interno, da Mente divina que permanece em toda a Criação.

A denominada fatalidade biológica encarregada de fazer que o neuroblasto dê origem a todos os demais, va­riando na aparência e na finalidade, bem compreendida como a moldagem imposta pelo perispírito, é resultado da Mente Divina que orienta o crescimento e a manifes­tação da vida, na sua multifacetada expressão. Tudo e todos, portanto, obedecemos a uma planifica­ção superior, antecipada, inevitável e determinista para a harmonia total.

Jamais se fragmenta a Mente Divina, porque Deus é Uno, Absoluto, Eterno, portador de muitos outros atributos, ainda incompreensíveis aos limites das criaturas humanas.

Jesus denominou-o como Pai, e João Evangelista, como Amor.

Seja como for, essa Mente criadora é responsável por tudo quanto existe e merece ser identificada em todas as expressões alcançadas pelo pensamento e pela percepção humana, a fim de render-Lhe graças e prestar-­Lhe culto de admiração, aprendendo a amar a Obra na qual se encontra em processo de crescimento ilimitado no rumo da sua relativa perfeição.

Assim sendo, o amor é chamado a compartilhar dessa saga extraordinária, unindo todas as criaturas no mesmo nível de sentimento e de afeição, maneira apropriada de demonstrar gratidão ao Pai misericordioso”.

Rogério Coelho

Referências:
(1) BÍBLIA, V.T. Gênesis. Português. O velho testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio [de Janeiro]: Imprensa Bíblica Brasileira, 1983. cap. 1. Vers. 3;
(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83.ed.Rio de Janeiro: FEB, 2002, questão 43; e
(3) FRANCO, Divaldo. Iluminação interior. Salvador: LEAL, 2006. p.17-20.

Nota do Editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-07/nasa-divulga-novas-imagens-obtidas-pelo-telescopio-james-webb>. Acesso em: 02SET2022.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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