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Medos

dezembro 28, 2022

“E tendo medo, escondi na terra o teu talento.”
(Matheus 25:25)

A parábola dos talentos, contada por Jesus, registrada nos livros de Matheus e Lucas é uma das preciosidades do cristianismo.

O leitor pode afirmar, com razão, que tudo o que foi dito por Jesus foi e, ainda, é precioso mas, para um espírito em evolução, longe da perfeição do Mestre, eu aqui, ainda muito pobre de conhecimento, escolhi alguns textos tanto de Cristo, quanto da Doutrina Consoladora, que mais me aprazem e esta parábola é uma delas.

Muito conhecida, não me aprofundarei nela, mesmo porque, e por isso é uma das minhas preferidas, é de tão profundas e diversas reflexões, que um texto é pouco, além de eu não ser tão capacitado assim em entender suas minúcias.

Uma das análises dela propõe que o senhor que distribuiu os talentos aos seus servos queria, na verdade, não exatamente lucro e sim trabalho e cobraria, no seu retorno, mais do que o resultado financeiro, a atitude que cada um teve diante de sua proposta inicial.

Os dois primeiros que apresentaram o lucro que dobrou o investimento inicial, trabalharam e usaram seus talentos, o material e a habilidade, com sucesso. Mas e se tivessem trabalhado e, por infortúnios diversos, apresentassem ao seu senhor um prejuízo? Segundo a análise proposta, o servo não se ressentiria já que teria visto que eles de tudo fizeram mas, infelizmente sem um resultado positivo. Gosto dessa interpretação, afinal de contas, todas as tentativas e erros resultariam, de alguma forma, em aprendizado e, por consequência, amadurecimento e crescimento, ou seja, evolução.

Mas o terceiro nada fez, não perdeu, não ganhou, sequer tentou. Alegou medo para justificar a sua inércia. Escondeu o talento na terra e ele próprio tentou se ocultar na Terra. Amedrontado pelo senhor ou, pelo Senhor, optou por não correr riscos de errar e se sentiu medo era porque temia alguma punição.

Antes de Jesus temíamos Deus, mas após sua vinda deveríamos enxergá-lo como Pai amoroso. Um Pai assim não quer que seus filhos tenham medo, se ocultem em meio ao mundo e vivam uma vida improdutiva. Um Senhor desses quer que seus filhos cresçam, amadureçam e sabe que, para tanto, cometerão erros, mas estes trarão lições valiosíssimas que precisam ser aprendidas.

O medo talvez seja justamente o do crescimento, da evolução. Errar e arcar com as consequências deles pode doer, ferir sobretudo o orgulho de quem errou e então pelo medo de ser ferido novamente, não se tenta mais. Como consequência, nada de dor e, em compensação, nada de aprendizado, nem crescimento, fica só o orgulho.

Que continuemos fazendo, ora errando, ora acertando. Os meios, os caminhos são diversos e variados, se não deu em um, tentemos o outro, se não tenho a habilidade necessária para aquilo que façamos o outro. Se desse esforço virá lucro ou prejuízo deixemos para a contabilidade divina apurar. Só não vale ficar parado!

André Tarifa 

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://chicodeminasxavier.com.br/diante-do-medo-que-voce-esta-enfrentando-por-chico-xavier/>. Acesso em: 28DEZ2022.

André Luis R. Tarifa
André Luis R. Tarifa

Trabalhador espírita desde os 12 anos de idade, eterno aprendiz, tenho um canal no Youtube onde compartilho meu aprendizado e as belezas da poesia. Atualmente desenvolvo os meus trabalhos no Centro Espírita Mansão da Esperança em São Paulo, SP.

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