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A existência de Deus

fevereiro 25, 2023

Deus é a suprema inteligência, eterno, imutável, imaterial, onipresente,
soberanamente justo e bom, infinitamente perfeito, único

“E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem
herdar  o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção.”
(I cor., 15:50.)

Em sua inconfundível lógica Allan Kardec alinha (1) inúmeras ponderações que nos levam a expandir o horizonte da compreensão a respeito da Divina existência.

Ele afirma que nenhum homem pode ver a Deus com os olhos da carne, ratificando o asserto paulino em epígrafe.

“Santa Maria, mãe de Deus (!?)”  – Como é tristemente errada e infeliz essa expressão eclesiástica!…  Deus não é a causa primária de tudo e de todos?!  Pois se Ele tivesse mãe, esta é que teria sido a Criadora Universal.

A religião que não sacia a curiosidade e que não satisfaz a razão que exige esclarecimentos dos problemas transcendentais, dificilmente poderá ser professada pelas criaturas não escravizadas mentalmente. Aliás, o eixo principal de toda religião que se preze e que deseja manter-se firme na escala do progresso, será aquele que fala dos atributos divinos e ancora seus princípios nessa base, ou seja: Deus é a suprema inteligência, eterno, imutável, imaterial, onipresente, soberanamente justo e bom, infinitamente perfeito, único.

Deus não Se mostra, mas Se revela pelas Suas obras.

Ensina Kardec (1): “a existência de Deus é uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram, entretanto, creem instintivamente na existência de um poder sobre-humano. Eles veem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um Ente Superior à humanidade. Não demonstram, assim, raciocinar com mais lógica do que os que pretendem que o Universo se fez a si mesmo?

Não nos é dado sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lO, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da depuração do Espírito.

Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender a obra da Criação, vez que só orientando-se por Seus atributos é que o homem jamais transviará. Tal também o critério infalível através do qual todas as doutrinas filosóficas ou religiosas lograrão sobreviver.

No estado de inferioridade em que ainda se encontram, só muito dificilmente podem os homens compreender que Deus seja infinito. Vendo-se limitados e circunscritos, eles O imaginam também circunscrito e limitado, por isso figurando-O quais eles são, à imagem e semelhança deles.  Os quadros em que O vemos com traços humanos não contribuem pouco para entreter esse erro no espírito das massas, que n`Ele adoram mais a forma que o pensamento.   Para a maioria, Deus é um soberano poderoso, sentado num trono inacessível e perdido na imensidade dos Céus.

Sem embargo, Deus existe, e disso não podemos duvidar. Só o nosso bem Ele pode querer, donde se segue que devemos confiar n`Ele: é o essencial.    Quanto ao mais esperemos que nos tenhamos tornado dignos de compreendê-lO.

Sob que aparência se apresenta Deus aos que se tornaram dignos de vê-lO?   Será sob uma forma qualquer? Sob uma figura humana, ou como um foco de resplendente luz? A linguagem humana é impotente para dizê-lo, porque não existe para nós nenhum referencial capaz de nos facultar uma ideia de tal coisa. Somos qual cego de nascença a quem procurassem inutilmente fazer compreendesse o brilho do Sol”.

Preocupando-se, antes de qualquer outra coisa, com o esclarecimento da magna questão da existência de Deus, a fim de fazer com que a humanidade O conhecesse, Allan Kardec abre os questionamentos aos Maiores da Espiritualidade com a célebre questão: “Que é Deus?”  E, num portento de síntese, eis a resposta, em bom francês, pois foi exatamente assim que a recebeu o Codificador: “Dieu est l`intelligence suprême, cause première de toutes choses”.

Mas, em nosso parecer, não desmerecendo (claro) esse asserto dos nossos irmãos maiores da Espiritualidade, a melhor tradução da palavra “Deus”, é aquela dada pelo “Discípulo Amado”, quando, inspiradamente falou, simples e direto (2):  “Deus é amor!”          

Rogério Coelho

Referência:
(1) KARDEC, Allan. A Gênese. ed.Rio [de Janeiro]: FEB, 2003. cap. II; e
(2) I João, 4:8.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://agendaespiritabrasil.com.br/2022/01/17/que-deus-e-esse-a-procura-de-deus/>. Acesso em: 25 de fevereiro de 2023.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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