
Obrigação cumprida e atitude exata
Desdobremos a abnegação, a tolerância e a caridade, multiplicando as obras da educação.
“(…) Podendo condenar e impor reparações, Jesus usou da
inquestionável força do amor a fim de ajudar os aturdidos,
nunca, porém, utilizou-Se do ácido da acusação intempestiva.”
Joanna de Ângelis (1)
O Meigo Rabi deixou muito claro que os Seus discípulos seriam reconhecidos por muito se amarem, e Ele mesmo exemplificou superlativamente esse amor durante todo o tempo em que esteve entre nós…
A humildade é outra característica marcante da personalidade de Jesus.
Portanto, se O queremos seguir e servir, não podemos menosprezar essas lições vivas de amor e humildade nos trabalhos de Sua Seara de Luz.
Muitos são os necessitados de todo matiz e pouquíssimos são os trabalhadores verdadeiramente imbuídos do ideal cristão para as magnas e urgentes tarefas de remodelação dos críticos e terríveis painéis existenciais.
Críticos e maledicentes não faltam em todos os lugares. A impiedade, porém, não pode fazer parte das ações de quem se diz seguidor do Cristo, sob pena de se agravar ainda mais os padecimentos de quantos ainda tateiam nas sombras da ignorância e do destrambelhamento.
Aconselha José, Espírito protetor (2): “(…) sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta, irrita…”
Segundo o iluminado e singular Mentor de Chico Xavier (3), “(…) o azedume estabelece, para os espíritos viciados na irritação, seis modalidades de tributos calamitosos: a perda do trabalho, a perda do auxílio, a perda do equilíbrio, a perda da afeição, a perda da oportunidade e a perda de tempo.
Diante dos irmãos que se tresmalharam na irresponsabilidade e no desespero, desdobremos a abnegação, a tolerância e a caridade, multiplicando as obras da educação e os valores espontâneos do bem, pois eles estão carecendo de socorro no hospital da oração e no abrigo do bom exemplo.
(…) Muitas criaturas esperavam que o Cristo chegasse coroado de louros, numa carruagem de glória. Julgavam que Ele, o Grande Renovador, deveria surgir numa apoteose de exaltação individual: o trono dourado, o cetro imponente, o laurel dos triunfadores, a túnica solar, os olhos injetados de orgulho, o verbo supremo, a exibição de riquezas, os espetáculos de poder, a escolta angélica, as sentenças inapeláveis…
Jesus, porém, caminha entre os homens, à maneira de servidor vulgar, de vilarejo em vilarejo; veste-Se conforme as usanças dos que O cercam; apostoliza em lares e barcos emprestados; ouve atenciosamente mulheres consideradas desprezíveis; atende a homens conhecidos por malfeitores; serve-Se à mesa de pessoas classificadas como indignas; abraça crianças desamparadas; socorre os doentes anônimos; acolhe a todos por amigos, a ponto de aceitar como discípulo aquele que desertaria, dominado pela ambição; recebe remoques e injúrias de quantos lhe exigem sinais do espírito… E parte do mundo, banido, entre ladrões, sob violência e sarcasmo… Entanto, em circunstância alguma condena ou amaldiçoa, mas sim suporta e ajuda sempre, respeitando nos seus ofensores filhos de Deus que o tempo renovará.
Também na Doutrina Espírita, indene de todo cárcere dogmático, a indagação campeia livremente… Cristianismo redivivo, qual acontecia na época da presença direta do Senhor, junto dela hoje enxameiam, de mistura com os corações generosos que amam e auxiliam, as antigas legiões dos desesperados, dos escarnecedores, dos indecisos, dos investigadores contumazes, dos inquisidores da opinião, dos perseguidores gratuitos, dos gênios estéreis, dos cépticos frios e dos ignorantes sequiosos de privilégios, por doentes da Alma…
Entretanto, se Jesus, que foi o Embaixador Divino, para manter-Se ligado à Esfera Superior exerceu a Caridade e a tolerância em todos os graus, como fugir delas, nós, espíritos endividados perante a Lei, necessitados do perdão e do amparo uns dos outros?
É por isso que, em nossas atividades, precisamos todos de obrigação cumprida e atitude exata, humildade vigilante e fé operosa, com a caridade e a tolerância infatigáveis para com todos, sem desprezar a ninguém”.
Rogério Coelho
Referências:
(1) FRANCO, D.P. “Convites da Vida” – 3.ed. Salvador: LEAL, 1978;
(2) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. X, item 16; e
(3) XAVIER, F.C. “Seara dos Médiuns”. ed.Rio [de Janeiro]: FEB, 1998, p. 115-117.
Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://agendaespiritabrasil.com.br/2017/05/09/jesus-e-o-exemplo/>. Acesso em: 02 de março de 2023.
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