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Desapego

julho 18, 2023

O capítulo 20 do livro Missionários da Luz, de Francisco Cândido Xavier, ditado por André Luiz, tem por título “Adeus” e é, também a despedida da leitura de tão maravilhosa obra já que se trata também do último episódio.

Ao longo da obra André Luiz foi orientado, em diversos aprendizados por Alexandre, espírito esse que liderava diversos trabalhos diferentes naquela esfera. No último capítulo despede-se de vários de seus orientandos, já que fora designado para atuar em esferas superiores.

Como qualquer espírito um tanto mais evoluído do que nós, não perdeu em sua despedida a oportunidade de deixar uma última lição e, para mim, foi ela o desapego. Desapegava-se ele, naquele momento do trabalho que tão tranquilamente dirigia desafiando-se a novas, diferentes e desafiadoras experiências.

Quantos de nós, ao contrário dele, nos julgamos indispensáveis ou insubstituíveis em determinada função ou trabalho ou, ainda pior, absolutamente confortáveis nessa tarefa, nos negando aos desafios de uma nova experiência e, junto com ela, o enriquecimento próprio através de um novo aprendizado. Negamos a nós mesmos a evolução.

Desapegava-se Alexandre dos companheiros de tanto tempo e trabalhos. Entendeu ele que somos todos irmãos e, a conexão do amor verdadeiro independe do quão distante ou próximos estamos do ser amado.

Quantos de nós, ao contrário dele, negamos aos entes amados a liberdade de quererem ou não estar na nossa presença. Amamos, se é que se pode assim chamar, egoisticamente, queremos estar próximos mais por apego do que por um sentimento nobre. Perdemos a consciência de que ninguém é nosso, que apenas vivemos a experiência de estar com eles. Negamos a nós e a estas pessoas as novas e necessárias experiências.

Por fim, mostrou desapego à veneração ou idolatria que seus liderados dedicavam a ele. Despiu-se da vaidade redirecionando todos os elogios àquele que, de verdade, é nosso modelo e guia, o mestre Jesus.

Quantos de nós, em sentido contrário, fazemos nossas tarefas esperando agradecimentos, agrados ou afagos no ego, quando, na maioria das vezes, não fizemos nada além de nossa obrigação ou dever moral.

Sigamos nós em frente aprendendo e refletindo nos ensinamentos e, sobretudo, exemplos daqueles que nos auxiliam por já terem aprendido um pouco mais do que nós.

André Tarifa

Nota do Editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em https://www.edublin.com.br/quando-tive-que-diser-adeus-a-minha-amiga-leila/
Acesso em: 17/07/2023

André Luis R. Tarifa
André Luis R. Tarifa

Trabalhador espírita desde os 12 anos de idade, eterno aprendiz, tenho um canal no Youtube onde compartilho meu aprendizado e as belezas da poesia. Atualmente desenvolvo os meus trabalhos no Centro Espírita Mansão da Esperança em São Paulo, SP.

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