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O perdão em atos

julho 19, 2023

O Evangelho Segundo o Espiritismo ensina que “o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, bem mais do que pelas palavras”, mas como compreender essa passagem ante nossa pouca compreensão sobre o perdão. Para isso podemos nos socorrer de Humberto de Campos nos livros “Contos e Apólogos” e “Estante da Vida”, o autor na sua maestria de apresentar os bastidores da vida do Cristo, dramatiza o fato com esplendor.

Narra que Jesus, na derradeira hora de sua vida, buscava entender por quais motivos Pedro o negara, qual a real motivação de Judas para o vendê-lo por míseros trocados, onde estava Tiago, Filipe e Bartolomeu, sentia profunda saudade de Mateus e apenas João podia ser visto por Ele do alto da cruz, mas João acudia a Mãe de todos.

Nesse instante se levanta o “gênio das sobras”, o mesmo que o havia tentado por três vezes no deserto, e propõe ao Cristo que amaldiçoasse os amigos ingratos, proclamasse a fraqueza dos irmãos de ideal, chamasse-os de covardes e traidores e como recompensa desceria da cruz para a glória, governaria a Terra.

Todavia, Jesus proferiu as santas e tão conhecidas palavras:

“Perdoa-lhes Pai, eles não sabem o que fazem.”

Nesse momento tem-se as palavras perdoando todos os ofensores, perdoando Pedro, Mateus e os demais discípulos, perdoando a humanidade e todos os algozes do Cristo que nesse instante se desligava da matéria. Oportunidade em que os anjos do Senhor vêm amparar o Filho querido, vem acalmar o coração machucado, limpar o sangue das feridas e o conduzir para o lado do Pai, seu lugar de direito.

Mas, quando o anjo responsável pela condução do Cristo ao alto o toma nos braços, o Cristo, em ato de completa abnegação, pede que os Anjos o ajudem a encontrar Judas, pois no exato momento da retirada do Cristo do ambiente material, Judas tira a própria vida em profundo e completo ato desmedido.

Assim, o Cristo demonstra o que está escrito no Evangelho, Ele não apenas perdoou Judas com palavras, mas em um ato de Amor incomensurável, foi ao socorro do amigo amado, daquela alma que necessitava da compaixão do Cristo, foi salvar e encaminhar àquele irmão para o esclarecimento necessário para a própria recuperação espiritual.

Assim também se passa no dia a dia. Não basta o perdão verbal, é necessário a tolerância, a compaixão e a paciência. Tolerância para compreender o amigo agressor, compaixão para não só compreender, mas se colocar à disposição de ajudá-lo e paciência para encontrar o momento e a forma mais eficiente de amparar o amigo necessitado.

Daniel Baeninger

Daniel Baeninger
Daniel Baeninger

Trabalhador do Centro Espírita Luz e Caridade de Limeira/SP.

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