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O Valor do Trabalho

setembro 8, 2023

“O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” ( Questão 674 de O livro dos espíritos).

Assim é considerado o trabalho na Filosofia Espírita, não é apenas uma atividade que se exerce para ganhar dinheiro e aumentar os gozos que a vida material pode oferecer.

Na questão 675, da citada obra, os Mentores Espirituais informam: “…o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”. (grifo nosso)

Portanto o trabalho se impõe ao ser humano por ser consequência da sua própria natureza corpórea. Ele pode ser um instrumento de expiação, mas essencialmente é um meio de desenvolvimento da inteligência e da moral.

Vivendo neste mundo material, para satisfazer suas necessidades básicas: alimentação, segurança e bem-estar, o homem tem que trabalhar, o que impulsiona ao progresso intelectual. Assim, o trabalho é importante meio de participação no mundo em que vive, e, especificamente, na sociedade de que faz parte.

Ao trabalhar o homem cria e, consequentemente, torna-se um agente altivo do supremo Criador; revela-se um cocriador dentro da vida. Independentemente da sua natureza, o trabalho traz em si mesmo a dignidade que deve ser respeitada, jamais servindo de motivo à humilhação ou exploração.

É como pessoa e Espirito imortal que o ser humano está sujeito ao trabalho. Este deve servir para que ele se desenvolva intelectual e moralmente e, consequentemente, desenvolver a sociedade.

Essa é a visão espírita do trabalho é, também, a visão cristã. Constitui postulado da Doutrina Social Espírita e da Doutrina Social Cristã.

Conclui-se, pois, que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, afastando assim, moralmente, toda forma de exploração do ser pelo trabalho para satisfazer o interesse econômico. A pessoa jamais poderá ser reduzida a “instrumento de trabalho”.

A civilização cria muitos tipos de trabalho, nenhum dele, porém, poderá servir como meio de exploração do homem com o objetivo do lucro, nem ferir sua dignidade como ser humano. Quando isso acontece, surge a pobreza e a marginalização, evidenciando flagrante injustiça social.

A dimensão social e espiritual do homem não pode ser inibida quando ele estiver trabalhando. O trabalho é seu instrumento de progresso social, intelectual e espiritual É necessário componente na sua dinâmica evolutiva.

Aylton Paiva 

Referências:

  1. O livro dos espíritos, de Allan Kardec; e
  2.  Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

Nota do Editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em campo.
Acesso em: 06/09/2023. 

Aylton Paiva
Aylton Paiva

Cooperador na Casa dos Espíritas, em Lins, interior de SP, estudioso do Espiritismo e desejoso de aplicar sua Filosofia na própria vida, além de Esperantista.

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