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Para entender a reencarnação

setembro 21, 2023

A comparação é grosseira, sabemos.

Mas tenta ilustrar o que é a reencarnação àqueles que carecem de algo palpável para entender o que não veem.

Tomemos o exemplo da aquisição e uso de um carro.

– Em primeiro lugar nos planejamos e procuramos saber que carro comprar. Será branco, marrom, prata? Qual aparência será útil para nós?

– As formas, dimensões e recursos do veículo também importam. De que vale comprar um carro com recursos para reboque se a tarefa relevante a cumprir é o transporte de passageiros?

Assim também nos planejamos antes de encarnar. Atendendo ao propósito pelo qual regressaremos ao mundo carnal, nossa estrutura física é organizada cirurgicamente pelas equipes espirituais que nos auxiliam o retorno. E entre milhões de possibilidades de conexões genéticas entre espermatozoide e óvulo, somente uma ocorre estimulada pelo magnetismo induzido espiritualmente para que o corpo seja impresso no modelo adequado ao progresso do espírito.

Uma vez adquirido o carro, precisamos aprender a dirigi-lo, tarefa que pode não ser simples.

Dirigir requer conhecimento do veículo, suas capacidades de torque, visibilidade e manobrabilidade.

Eis a nossa infância diante do corpo. Um período muito rápido diante da eternidade. Se antes de encarnar gozávamos das potencialidades do espírito, sem as limitações da carne, precisamos agora nos limitar aos recursos que o corpo nos oferece. Alguns nascem com um corpo físico dotado de recursos plenos. Outros, limitados.

Começamos a dirigir. Se olharmos somente para frente, correremos o risco de não estarmos atentos aos infortúnios que podem nos atingir nos demais lados do veículo. Se somente dirigirmos olhando para trás ou para ou lados, estaremos limitados na capacidade de avançar por não descortinar o que vem à frente.

Logo, precisamos conduzir a nossa encarnação mirando nos objetivos que devemos atingir à frente. Carecemos de progredir moral e intelectualmente. Olhar para frente é fundamental.

Mas também precisamos olhar para o lado. Percebemos paisagens de flores ou de espinhos que nos cercam, mas que estão no caminho que escolhemos seguir previamente. E ainda que o piso não seja pavimentado, há a necessidade de cruzá-lo para ir adiante.

Olhar para trás também é permitido e uma demanda permanente. Mas devemos fazê-lo da mesma forma como usamos um retrovisor de um carro, desviando rapidamente os olhos sem perder o foco no futuro. Olhar para atrás nos faz perceber nossas falhas, nossos erros, ajuda-nos a refletir no que podemos melhorar em nossas vidas (Questão 919, O Livro dos Espíritos).

Ao final da jornada, o nosso veículo começará a mostrar sinais de cansaço. Uma falha em um sistema ou outro irá nos fazer parar algumas vezes até o momento que não poderemos mais utilizá-lo.

Por sua vez, nosso espírito continua vivo. O invólucro corporal é apenas uma veste temporária elaborada com os recursos e a perfeição concedida pelo Amada Pai (Questão 257, O Livro dos Espíritos). Deixada esta matéria, no momento adequado receberemos outra, e outra, e outra, até o momento em nosso espírito não necessite mais de veículos físicos grosseiros em suas novas encarnações.

Sejamos gratos ao Divino Pai que nos cede este precioso veículo, o nosso corpo físico, como ferramenta de progresso. E, acima de tudo, que o usemos em prol do amor e da caridade.

Márcio Martins da Silva Costa

Márcio Costa
Márcio Costa

Membro do Conselho Editorial da Agenda Espírita Brasil e colaborador do Centro Espírita Seara de Luz, em São José dos Campos - SP, atua na divulgação da Doutrina Espírita escrevendo textos e realizando palestras.

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