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Trabalhar Mais

outubro 29, 2023

Comum ouvir nas rodas de conversas espíritas aspirações sobre viver em Nosso Lar, mas muitos se esquecem que lá possui características muito semelhantes à Terra, características essas que são motivos de queixas e até de nosso atraso no longo caminhar rumo ao Progresso. Lendo o livro Nosso Lar, de nosso irmão André Luiz e psicografia de Chico Xavier, deparei-me com observações interessante sobre o trabalho.

Embora lá todos recebam provisões de pão e roupa, no que tange o necessário, e aqui, inclusive nos termos da questão 676, o “seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade”, logo precisamos trabalhar para consegui-los, as diferenças cessam por aí. Pois vejamos que o ocioso vestirá uma roupa, mas o trabalhador vestirá uma roupa melhor, por exemplo, tal qual acontece aqui na Terra.

Continua André Luiz, “os inativos podem permanecer nos campos de repouso ou nos parques de tratamento, favorecidos pela intercessão de amigos; entretanto, as almas operosas conquistam bônus-hora e podem gozar a companhias de irmãos queridos, nos lugares consagrados ao entretenimento…”, tal qual a Terra.

Vejamos, portanto, que a ociosidade não tem lugar consagrado após o desencarne, assim não podemos aqui reclamar do trabalho, muito menos sonhar com a ociosidade e a contemplação após a nossa passagem para a erraticidade.

Vemos hoje grupos de trabalhadores e políticos discutindo sobre a redução semanal de jornada, afirmando que muito trabalhamos nos dias atuais, o que é uma mentira sem tamanho. A regra nacional para o trabalho são apenas 40 horas semanais, lembrando quem uma semana possui 168 horas, o que implica dizer que apenas trabalhamos 23% do tempo disponível. Vale lembrar que provavelmente dormimos outros 23% aproximadamente, nos sobrando 54% em completa ociosidade.

Fazendo novamente uma comparação com o desejado Nosso Lar, Laura em palestra com André Luiz explica que “cada um de nós, os que trabalhamos, deve dar, no mínimo, oito horas de serviço útil, nas vinte e quatro horas de que o dia se constitui.” E continua mencionado que há permissão para mais “quatro horas de esforço extraordinário, aos que desejem colaborar no trabalho comum, de boa vontade.”

Importante destacar dois verbos nessas passagens, primeiramente todos devem trabalhar oito horas, não é opcional, é dever; e em segundo, aqueles que querem podem trabalhar mais quatro horas extras.

Assim, voltando ao Livro dos Espíritos, o trabalho não é opcional, mas compulsivo, é uma Lei Natural. Compreendemos ainda que já trabalhamos pouco na Terra, pois Laura arremata o tema, informando que “há muita gente que consegue setenta e dois bônus-horas, por semana, sem falar dos serviços sacrificiais cuja remuneração e duplicada e às vezes, triplicada.” Implica essas considerações que se instalados no Nosso Lar trabalharemos não 8 horas por dia, 5 dias por semana, mas ao menos 8 horas por dia e 6 dias por semana, podendo e devendo chegar a 12 horas por dia nos mesmos 6 dias, todavia aqui na Terra queremos trabalhar agora apenas 4 dias por semana.

Vejamos que nossas lutas terrenas devem ser para aumentarmos o tempo de trabalho, lembrando a questão 675 do Livro dos Espíritos, “toda ocupação é útil”, não nos coloquemos a reclamar de labor algum, pelo contrário nos coloquemos a agradecê-lo, tenhamos a consciência da necessidade do trabalho e aumentemos a nossa jornada laboral voluntariamente. Se as leis da matéria nos permite apenas 40 horas semanas, tenhamos a iniciativa de realizar outros trabalhos, agora no campo espiritual, seja se educando ou ajudando o próximo, apenas não fiquemos em ociosidade, pois quando deixarmos esse planeta de ociosidade seremos chamados ao trabalho incansavelmente, estejamos prontos.

Daniel Baeninger

Daniel Baeninger
Daniel Baeninger

Trabalhador do Centro Espírita Luz e Caridade de Limeira/SP.

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