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A caverna da impulsividade primitiva

novembro 20, 2023

A fé nos leva a proceder com dignidade nos momentos de testemunhos

(…) Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade!
Mc. 9:34.

Justamente por conhecer as vicissitudes a que estamos sujeitos, Jesus conclamou (1): “não  se  turbe o vosso  coração;  credes  em Deus, crede também em mim”.

O espírita-cristão deverá saber conservar a sua paz, tranquilidade e confiança em Deus em quaisquer que sejam os percalços e espinhos da senda evolutiva, visto que em virtude do nível evolutivo em que ainda nos encontramos e do tipo de planeta em que ainda reencarnamos, estaremos sempre às voltas com deserções, conflitos, perfídias, desarmonias, prejuízos, fracassos, injúrias, calúnias,  pedradas, inquietações…

Não obstante, afirma Allan Kardec (2): “(…) aquele que já vislumbrou o horizonte da  espiritualidade,  deposita  fé imorredoura em  Deus,  na  Sua Bondade,  na  Sua  Justiça  e  Sabedoria.  Sabe  que  todas  as vicissitudes  da  vida, todas as dores, todas as  decepções,  são provas ou expiações e as aceita sem murmurar”.

Emmanuel adverte-nos (3): “(…) atravessarás – incólume – sombras e lágrimas, tribulações e empeços diversos, se tiveres a coragem de conservar a fé, reconhecendo em todas as circunstâncias, que nada somos, nada podemos, nada realizamos, nada temos e nada sofremos, sem a devida permissão das Leis de Deus”.

Nossa fé, portanto, deve ser inquebrantável e imarcescível em todas as circunstâncias.

Paulo de Tarso deu-nos o exemplo da suprema humildade, perante os desígnios da  Providência, e ao render-se incondicionalmente  a  Jesus revelou  à  comunidade  cristã  a sublime qualidade de sua fé.

Assim, quando injunções adversas nos infelicitarem a caminhada, saibamos  guardar-nos  na fé  e  confiança  em  Deus, abandonando a promíscua caverna da impulsividade primitiva que nos levou aos domínios da blasfêmia e despautérios bastas vezes. Elevemos a nossa concepção de obediência aos desígnios de Deus, procedendo  com dignidade nos momentos de testemunhos. Mas, seja a nossa obediência  construtiva, tal qual a do Apóstolo dos  Gentios  que escreveu aos efésios (4): “e  assim vos rogo eu, o preso do Senhor  que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados”.

Rogério Coelho

Referências:
(1) João, 14:1;
(2) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio: FEB, 2009, cap. XVIII, item 3;
(3) XAVIER, Francisco Cândido.  “Mais perto”  2.ed. S. B Campo: GEEM, 1984, p. 25; e
(4) Paulo, Efésios, 4:1.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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