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Por que desgostas a vida?

dezembro 28, 2023

Vivemos tempos difíceis. Apesar de toda a modernidade que nos circunda, ou talvez, em virtude de toda a modernidade que nos afoga, sentimos vazios que nos levam a desgostar de nossa vida. Assim, vale tomar a questão 943 de O Livro dos Espíritos e analisá-la para encontrar uma maneira de passar a gostar mais da vida.

“Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, apodera-se de certos indivíduos?

“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.

“Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”

Vejamos que Kardec questiona sobre o desgosto da vida para aqueles que assim demonstram esse sentimento, mas que não apresenta motivos plausíveis, mas os Espíritos no alto de toda a sapiência vêm apresentar três motivos para tal sensação do ser humano. Vem dizer primeiramente sobre a ociosidade, oposto ao trabalho. Logo deixar de realização ocupações úteis, ficar sem nada fazer, ou nos dizeres de André Luiz, a “hora vazia”, oportunidade para obsessões de espíritos menos brilhantes, mas até uma auto obsessão, onde nossa mente mesmo nos impõe situações que nos levam cada vez mais a sensações desagradáveis.

Continuam falando da fé, mais precisamente sua falta, pois aquele que não confia em Deus e na continuidade eterna de nossas vidas, não pode compreender as razões de aqui estar encarando. Por isso vale a lembrança de tantos doutores do cristianismo que pedem para que nos mantermos orando e vigiando, pois nesses atos nos mantemos conectados com o Divino e passamos a ter a certeza da importância de nossa existência, mas, acima de tudo, de nossa utilidade enquanto seres humanos.

Terminam falando da saciedade, mas aqui não se referem à saciedade concedida pelo Pai que tudo nos provê, muito pelo contrário, refere-se à saciedade dos bens materiais que possuímos em excesso, chegando ao extremo de nada mais precisar, nada mais querer, logo não fazer mais sentido realizar qualquer movimento, pois nada falta. O incompreensível é que são essas pessoas que mais precisam retribuir, como como sabemos, muito será cobrado de quem muito tiver e se o ser humano chaga ao ponto de mais nada precisar, ele urge por começar a doar.

Assim compreendemos que o gosto pela vida começa no trabalho, na doação do seu tão escasso tempo aos seu próximo. Lembrando da Parábola do Bom Samaritano, mantém-se ao longo da jornada na carne compreendendo a dor, a sua própria dor e a do próximo para se colocar a ajudar a si e ao próximo. E termina por aceitar os desígnios do Pai: amá-lo e permitindo que dia a dia brilhe a vossa luz, pois foi para isso que o Divino nos criou.

Daniel Baeninger

Daniel Baeninger
Daniel Baeninger

Trabalhador do Centro Espírita Luz e Caridade de Limeira/SP.

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