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Obrigado, Kardec!

março 5, 2024

No dia 31 de março de 1869, Allan Kardec aos 64 anos, desencarnou e foi sepultado no Cemitério de Montmartre, em Paris, e transferido para o Père-Lachaise.

Na ocasião o jovem astrônomo Camille Flamarion fez memorável discurso no seu sepultamento.

Aproveito a ocasião para trazer a público o discurso memorável para que possamos voltar no tempo e revisitar esse momento ímpar da história do espiritismo.

“Aquele cuja visão é limitada pelo orgulho ou pelo preconceito e não compreendem esses desejos ansiosos de nossos pensamentos, ávidos de conhecimentos, que atirem sobre tal gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema! Nós erguemos mais alto as nossas contemplações!… Tu foste o primeiro, ó mestre e amigo! tu foste o primeiro que, desde o começo de minha carreira astronômica, testemunhou uma viva simpatia por minhas deduções relativas à existência das Humanidades Celestes; porque, tomando nas mãos o livro Pluralidade dos mundos habitados, puseste-o a seguir na base do edifício doutrinário que sonhaste.

Muitas vezes nos entretínhamos, juntos, sobre esta vida celeste tão misteriosa. Agora, ó alma! sabes por uma visão direta em que consiste essa vida espiritual, à qual todos retornaremos, e que esquecemos durante esta existência.

“Agora voltaste a esse mundo de onde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrenos. Teu invólucro dorme aos nossos pés, teu cérebro está extinto, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não mais será ouvida!… Sabemos que todos nós chegaremos a esse último sono, à mesma inércia, à mesma poeira. Mas não é neste envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança.

O corpo cai, a alma fica e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor. E, no céu imenso, onde se exercitarão as nossas mais poderosas faculdades, continuaremos os estudos que na Terra dispunham de local muito acanhado para os conter. Preferimos saber esta verdade, a crer que jazes por inteiro neste cadáver, e que tua alma tenha sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este sol brilhante é a luz da Natureza.

“Até logo, meu caro Allan Kardec, até logo.”

Camille Flamarion com a sua inteligência muito colaborou para que Allan Kardec pudesse trocar ideias edificantes sobre o Universo.

Segundo Gabriel Delanne, ele foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte.

Flammarion – “poeta dos Céus”, como o denominava Michelet – tornou-se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador, conforme escrito por Paulo Alves Godoy – Os Grandes Vultos do Espiritismo.

Analisando os fatos podemos afirmar que diversos colaboradores de excelência estiveram com Allan Kardec nessa jornada terrena, colaborando de acordo com o tempo de cada, conforme continuamos vendo os novos trabalhadores da Boa Nova.

A mensagem de Jesus durante a sua passagem na Terra, nunca se perdeu em nenhum instante, como, aliás, temos visto e testemunhado.

Se hoje reverenciamos a dedicação e os esforços de Allan Kardec pelo trabalho superior que desenvolveu numa época difícil, hoje estamos aqui para aplaudir a tarefa junto ao Consolador Prometido.

Uma doutrina que caminha junto à ciência possibilitando todas as pessoas de todas as idades e de todos os lugares do mundo a participar desse grande banquete, que o seu inicio a partir do ano de 1854 quando o Sr. Fortier, amigo magnetizador, encontrou com o professor Rivail para falar das mesas girantes.

A princípio o professor ouviu com a devida atenção, mas não considerou uma verdade absoluta o que havia ouvido.

No ano de 1855 ele teve um encontro com o Sr. Carllotti, seu amigo de mais de vinte e cinco anos, que detalhou sobre o fenômeno e fez o convite para comparecer às experiências na casa dos Plainemasion.

Diante das jovens médiuns, as senhoritas Baudin, o professor Rival, assiste atentamente a sessão e percebe que algo muito inteligente está por trás das comunicações.

Voltando para casa ele não consegue mais parar de pensar sobre a experiência fabulosa que vivenciou e passou a frequentar periodicamente e fazer anotações, mergulhando assim, de vez nos estudos através do método de experimentação e observação, publicando em 18 de abril de 1857 o Livro dos Espíritos.

Em junho de 1869, Allan Kardec faz a sua comunicação mediúnica, que está publicada na Revista Espírita, e que podemos nos certificar do seu conteúdo e refletir sobre as suas palavras, num espaço curto de seu desenlace.

Creio que todos nós estaremos imbuídos a homenagem sincera, cujos agradecimentos por tudo ele fez em benefício da Humanidade jamais será esquecido.

Para nós espíritas esse dia está marcado como sendo o momento a boa nova em nosso planeta Terra, e sabemos que temos o compromisso com a sua divulgação, porém, fazendo que o estudo sistematizado da doutrina dos espíritos seja devidamente apresentada conforme sua verdadeira natureza: Ciência, Filosofia e Religião.

Finaliza, portanto, com a resposta dada por Léon Denis, quando perguntado sobre o futuro do Espiiritismo?

– O futuro do Espiritismo será o que nós fizermos dele.

Gilberto Lepenisck

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