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Um livre-arbítrio sublimado.

abril 8, 2024

“À medida que o Espírito se afasta do ponto inicial, desenvolvem-se lhe as ideias, como acontece às crianças, e com as ideias rompe o livre-arbítrio, isto é, a liberdade de ação consciente para escolher o caminho a seguir em sua marcha – o que constitui um dos atributos essenciais do Espírito.” (grifo nosso) (1)

O que é corroborado pela resposta dada pelos espíritos a Kardec quando ele pergunta como os espíritos, mesmo não tendo consciência de si mesmos, podem decidir sobre o bem e o mal: “O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Não haveria liberdade, se a escolha fosse provocada por uma causa estranha à vontade do Espírito. A causa não está nele, mas no exterior, nas influências a que ele cede em virtude de sua espontânea vontade. Esta é a grande figura da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação e outros resistiram.” (2)

Se verificarmos no significado da palavra “arbítrio”, por exemplo, no dicionário on line Português, temos: “Oportunidade ou possibilidade de tomar decisões por vontade própria, seguindo o próprio discernimento e não se pautando numa razão, motivo ou causa, estabelecida: a fé não impõe regras, mas confia no livre-arbítrio de cada cristão.”

Isso posto, podemos concluir que como o livre-arbítrio depende do discernimento, a qualidade das decisões por nós tomadas evoluem até chegar a um nível sublimado, fruto de uma análise racional e moral elevada, que podemos comparar a de um juiz de direito, que antes de chegar à sua conclusão imparcial estudou com cuidado o caso em todos os seus aspectos, pelo menos é o que se espera dele/a.

Logo, podemos concluir que o arbítrio de um ser que está iniciando sua jornada humana, com uma grande influência de seu extinto de sobrevivência, não seja de quem está pensando muito nas consequências racionais e éticas de seus atos, parecendo mais simples escolhas impulsivas, mas que evoluem, que vão vagarosamente formando um arbítrio real, mais maduro.

Quando vemos o mundo como está hoje, observamos que muito temos que melhorar a qualidade das decisões tomadas, principalmente no que tange a paz. Mas sabemos de um Ser que foi revolucionário e tomou decisões perfeitas, fruto de Sua inimaginável evolução.

Está na obra de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, Justiça Divina, no capítulo 73, intitulado Experiência Religiosa a seguinte reflexão:

Imaginemos se o Cristo, a pretexto de angariar contribuições para as boas obras, houvesse disputado a nomeação de Mateus para exercer as atribuições de chefe do erário no palácio de ntipas; se, para garantir o prestígio do Evangelho, passasse a frequentar os corredores do Pretório como o intuito de atrair as atenções de Pilatos; se para favorecer a causas da Boa-nova, resolvesse adular os familiares de Anás, oferecendo-lhes passes magnéticos para curar-lhes as enxaquecas; ou se, para preservar-se na grande crise, tivesse provocado um entendimento com essa ou aquela autoridade do Sinédrio, acomodando-se ao mercado das influências políticas junto do povo…

Ao invés disso, vemo-lo, a cada passo, coerente consigo mesmo.

Amparando os homens, sem os escravizar às ilusões.

Prestando serviço aos homens em nome de Deus, sem conluiar-se com os homens em desserviço a Deus.

Esclarecendo sem impor.

Ajudando, sem exigir.

Promovendo o bem de todos, sem cogitar do bem de si mesmo.

Emmanuel nos proporcionou uma pérola com esses exemplos do que poderia ter acontecido se o Mestre não tivesse sido o Mestre que foi. Jesus foi o exemplo do livre-arbítrio sublimado, completamente sintonizado com a Fonte Criadora, que é a justiça suprema, o amor puro.

A nossa meta é Ele, que tomou as decisões que estão e estarão sempre nos transformando, impactando nossa vida por sua influência benéfica, nos colocando no rumo certo.

Aliás, o leitor pode encontrar as reflexões feitas no dia 27/03/24 sobre esse capítulo dessa magnífica obra de Emmanuel feita pelo palestrante Adriano Marim no canal das lives da Agenda Espírita Brasil no YouTube. A cada quarta-feira um palestrante diferente apresenta reflexões sobre cada capítulo do livro Justiça Divina. (3)

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referências:
(1) KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 1ª parte, Profissão de fé Espírita racional, subtítulo 2, item 16.
(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 122.
(3) Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=skadZB0UsDI. Acesso em: 05/04/2024.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Tradutora, mora em Porto Alegre/RS, estudante da Doutrina Espírita, trabalha no Grupo Espírita Francisco Xavier como médium.

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