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A poesia de Maria Dolores

abril 13, 2024

As palavras de amor e fé redigidas pelo Espírito Maria Dolores através do médium Francisco Cândido Xavier, comprovam a dedicação de quem passou pela vida terrena sempre atuante e convicta da sua tarefa criativa e consoladora.

Em sua última encarnação, ela se chamou Maria de Carvalho Leite, nascida em Bonfim da Feira (Bahia) em setembro de 1901, desencarnando em 27 de julho de 1958, de pneumonia.

Diplomou-se professora lecionando no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, ambos em Salvador/BA.

Dedicou-se à Arte Poética e foi redatora-chefe da página feminina do Jornal O Imparcial, além de colaborar no Diário de Notícias.

Foi uma mulher dinâmica e muito além do seu tempo, pois sabia que não estava a passeio e precisava atuar com a precisão de quem olha o mundo com os olhos cheios de amor e as horas como importantes oportunidades de trabalho.

O século passado trouxe para sociedade brasileira as influências da vida europeia. No entanto, para ela, o modismo e os excessos da época, não representavam qualquer obstáculo, porque tinha como propósito legítimo a responsabilidade de esclarecer e amparar.

Sendo assim, procurava atender aos que necessitavam. Ofertou toda renda da publicação do livro “Ciranda da Vida” ao Lar das Meninas sem Lar.

Ao desencarnar aos 57 anos de idade, parece não ter levado muito tempo em refazimento, pois logo teve que voltar aos projetos poéticos utilizando a mediunidade de Chico Xavier.

Eles foram contemporâneos e muito provavelmente tiveram notícias de suas tarefas durante o período em que estiveram encarnados.

Maria Dolores nos trouxe as mais belas páginas de entendimento espiritual, alinhavando nossas lacunas de saudade, tristeza, dor e resignação. Suas mensagens sempre traduziram com naturalidade as verdades imperecíveis do Evangelho de Jesus, demonstrando profundo conhecimento doutrinário.

Aliás, devemos ressaltar que a responsabilidade dos espíritos sérios é sempre nortear os seus leitores, com o que há de mais nobre na linguagem universal. Jamais se deixam desviar pelo mau gosto ou pobreza de linguagem.

Gostaríamos, portanto, de lembrar que a Espiritualidade Superior, quando considerou o momento de falar sobre a imortalidade da alma, reuniu em torno do nosso querido e saudoso Chico Xavier, notáveis poetas para tal compromisso. Assim, obtivemos o lançamento do livro Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira.

Por que será que a espiritualidade reuniu poetas para falar da sobrevivência da alma? Por que será que a humanidade teve em suas mãos depois do Pentateuco e da Revista Espírita, por exemplo, um singelo livro de poesias?

Magnifico registrar é que depois deste, muitos outros espíritos poetas começaram a transmitir suas mensagens criativas e consoladoras.

Em Parnaso de Além-Túmulo encontramos poetas como: Casimiro de Abreu, Abel Gomes, Amaral Ornellas, Antero de Quental, Arthur Azevedo, Augusto dos Anjos, Carmen Cinira, Castro Alves, Cruz e Souza, Guerra Junqueiro, Jésus Gonçalves, João de Deus, José do Patrocínio, Olavo Bilac, Pedro de Alcântara, entre tantos outros.

A verdade é que a poesia de Maria Dolores continua cristalina como nos primeiros dias de sua publicação. Toda sua obra pertence à humanidade, e caberá às novas gerações cultivarem seus ensinamentos.

A poesia escrita pelos espíritos não é algo para ser guardado em bibliotecas solitárias, nem para ser lembrada apenas em dias festivos. Deve ser vivida e divulgada, porque assim, estaremos propagando a vontade de Deus.

Entre tantas mensagens ofertadas por essa artista-espiritual, deixo para nossa reflexão belas palavras de conforto e orientação desta que consideramos a educadora dos sentimentos:

 

Agradeço, Senhor,

Quando me dizes “não”

Às súplicas indébitas que faço,

Através da oração.

Muitas daquelas dádivas que peço,

Estima, concessão, posse, prazer,

Em meu caso talvez fossem espinhos,

Na senda que me deste a percorrer.

De outras vezes, imploro-te favores,

Entre lamentação, choro, barulho,

Mero capricho, simples algazarra,

Que me escapam do orgulho…

Existem privilégios que desejo,

Reclamando-te o “sim”,

Que, se me florescessem na existência,

Seriam desvantagens contra mim.

Em muitas circunstâncias, rogo afeto,

Sem achar companhia em qualquer parte,

Quando me dás a solidão por guia

Que me inspire a buscar-te.

Ensina-me que estou no lugar certo,

Que a ninguém me ligaste de improviso,

E que desfruto agora o melhor tempo

De melhorar-me em tudo o que preciso.

Não me escutes as exigências loucas

Faze-me perceber

Que alcançarei além do necessário,

Se cumprir o meu dever.

Agradeço, meu Deus,

Quando me dizes “não” com teu amor,

E sempre que te rogue o que não deva,

Não me atendas, Senhor!…

De Maria Dolores, do livro “Poetas Redivivos”
Médium: Francisco Cândido Xavier – Editora FEB

Gilberto Lepenisck

Gilberto Lepenisck
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