Página InicialTextos EspíritasOs suaves cânticos da renovação

24 visualizações

Os suaves cânticos da renovação

maio 2, 2024

A felicidade em Cristo é possível, na medida em que se começa a vivenciá-lO

                      “Eu creio Senhor! mas, ajuda a minha incredulidade!”
                                                   – Marcos, 9:24

A busca da perfeição é o desiderato que deve ser almejado por toda criatura de Deus; daí conclamar Jesus[1]:  “sede vós, pois  perfeitos, como  é  perfeito  o vosso Pai que está nos  Céus”.

Árdua e longa é a caminhada e traiçoeiras são as veredas!… Na luta íntima para a desejada renovação cristã enfrentaremos não só os inimigos internos, acólitos do “homem-velho”, mas,  também,  toda  sorte  de  vicissitudes  externas, capitaneadas por mentalidades malsãs, encarnadas e desencarnadas, depressivas e perversas… Portanto, os anseios cristãos de renovação permanecem,  de ordinário, em rota de colisão com as milenares sedimentações atávicas psicológicas de comportamentos inadequados, ignorância, incúria e até mesmo crueldade!

É a inevitável luta quando se alça mais altos voos em busca da interação com o Pai. Não obstante, Jesus já nos ofereceu o roteiro ao afirmar[2]:  “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Escrevendo aos gálatas, Paulo enfatizava sua condição de prisioneiro do Cristo[3]: “vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”.

Estar em Cristo e Cristo estar em  nós em quaisquer situações felizes e infelizes é atingir a plenitude de ser. Longe de tal atitude caracterizar misticismo piegas, é, na verdade, uma realidade a ser alcançada. Difícil de lograr?  Sim, mas não impossível!  Como começar?! Ora, Jesus deixou a fórmula que o Espírito de Verdade ratificou: a Caridade!

O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.[4]

Espíritas  amai-vos…”[5]  É o mesmo  apelo  à Caridade!

Acompanhemos o raciocínio de L. Palhano Jr., pinçado da  2ª  parte  do  livro  “aos  efésios”  no  capítulo intitulado “em Cristo”, no qual podemos ler o seguinte: “(…) a felicidade em Cristo é possível,  na medida em que se começa a vivenciá-lO, em princípio, quebrando  a dureza  que há em nossos corações, substituindo-a  pela  piedade. Para alcançarmos esse resultado temos três recursos à nossa disposição:

            1- A vigilância – sobre pensamentos e  atos, para que não sejamos apanhados em concupiscência;

           2 – A oração –  que nos colocará em contato com os Agentes da Luz;

           3 – A meditação –  que nos  possibilitará  o controle  sobre  nossos próprios pensamentos, fazendo com  que  a nossa quietude interna aflore e domine a agitação exterior”.

Para sustentação desses recursos, não poderão faltar doses maciças de humildade, de desprendimento e de sublimação das energias interiores… Enfim, trata-se de um combate ferrenho movido contra as forças coagulantes dos pensamentos que procedem das furnas milenares do “homem-velho”, desencadeadoras dos ímpetos da imperfeição.

Não seria esse bom combate que caracteriza o verdadeiro Espírita?  Kardec enfatizou muito bem isso, quando afirmou[6]: “reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações”.

Lembremo-nos de que nesse combate necessário, a hesitação no mundo íntimo é o dissolvente de nossas melhores energias.  Somente aquele  que confia  consegue  perseverar  no levantamento  dos degraus que o conduzirão à altura da  renovação em Cristo que deseja atingir.

Com toda razão enfatiza o apóstolo[7]:  “(…) o que  duvida  é semelhante  à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte”.

Afirma Emmanuel[8]: “(…) quem duvida de si próprio, perturba o auxílio  divino em si mesmo.  Ninguém pode ajudar àquele que se desajuda.

Compreendendo  o impositivo da confiança  que deve  nortear-nos para frente, insistamos no bem,  procurando-o com todas as possibilidades ao nosso alcance. Abandonemos a pressa e olvidemos o desânimo. Não importa que a nossa conquista surja  triunfante  hoje  ou amanhã. Vale  trabalhar e fazer o melhor que pudermos, aqui e agora, porque a vida se incumbe de trazer-nos o que buscamos.

Avançar sem vacilações, amando, aprendendo e servindo infatigavelmente – eis a fórmula de caminhar com êxito, ao encontro de nossa vitória”.

Enfatiza – poeticamente – João de Deus: “guarda a fraternidade por bandeira/ E a lição de Jesus por novo guia./ Seja teu canto a glória que anuncia/ Renovação à humanidade inteira…”

Rogério Coelho

Referências:

[1] – Mt., 5:48.

[2] – Jo., 14:6.

[3] – gálatas, 2:20.

[4] – Jo., 15:9 a 12.

[5] – KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. VI, item 5, § 5º

[6] – KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XVII, item 4, § 5º.

[7] – Tiago,1:6.

[8] -XAVIER, F. Cândido. Fonte viva. 10.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 10982, cap. 165.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

Deixe aqui seu comentário:

Divulgue seu evento conosco.
É rápido, fácil e totalmente gratuito!

+ Clique e saiba como