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Calamidade vibratória

maio 22, 2024

O sacrifício mais significativo é o que o homem faça do seu próprio ressentimento

                                               “Concilia-te depressa com o teu adversário,
                                                               enquanto estás no caminho com ele…”

                                              – Jesus.  (Mt., 5:25)

A criatura que já se deixou permear pelas luzes espirituais do Evangelho do Cristo, jamais poderá flagrar-se acoroçoando as inconvenientes vibrações da aversão.

Segundo André Luiz, a aversão é calamidade vibratória.  Uma vez impregnada por esse sentimento malsão, a Alma transforma-se em sítio de água estagnada, apodrecida, lançando venenos e miasmas pestilenciais ao seu derredor.

De fato, a convivência cotidiana, na vida de relação, torna-se, não raro, um campo minado no qual devemos transitar sob a proteção da vigilância e da oração, a fim de  que nossos pés não acionem “explosivos” ocultos, acarretando largos prejuízos à nossa economia espiritual e social.

Em várias ocasiões Jesus ensinou e exemplificou qual deve ser o “modus-vivendi” de Seus seguidores.

Hoje, o Espiritismo lançando ainda mais luzes no Evangelho do Meigo Rabi, realça o  verdadeiro  sentido  de Suas   palavras,  mostrando-nos,  sem  subterfúgios,  de forma inequívoca,  as  consequências  danosas da  não  observância  dos postulados alí exarados.

“Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso  irmão  tem qualquer coisa contra vós, deixai a vossa oferenda junto ao altar e  ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois,  então, voltai a oferecê-la.”  (Mt., 5:23 e 24)

Na sequência dos versículos aqui assinalados, Jesus realça a necessidade de nos harmonizarmos primeiro  –  e rapidamente – com as  criaturas  que, por  um ou outro motivo, na vida de relação, se atritaram conosco.

Segundo Allan Kardec, quando Jesus diz[1]: “ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar“, Ele ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que antes de apresentar-se para  ser  por Ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o  agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de  todo e qualquer pensamento mau.

(…) Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual  existência;  é,  principalmente,  para  que  elas  se  não perpetuem  nas  existências  futuras. “Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto  não  houverdes satisfeito completamente  a  justiça  de Deus”.

Vemos, assim, quão importante é (não só para as relações interpessoais, mas, também, para que nos harmonizemos com a Legislação Divina) o posicionamento verdadeiramente cristão que inclui, entre outras coisas: a vigilância, a oração, a brandura, a ajuda espontânea para o bem, enfim, a expansão do amor em todas as direções…

Semear alegria, fugir da impaciência, guardar confiança, não criticar, não se escandalizar,  não  cultivar desafetos,  tais são as atitudes vazadas no Evangelho para que  a calamidade vibratória da aversão não se aninhe em nossos corações e  onde  serão  lançadas  as raízes para  que  a  força  do  amor plenifique  nossas  vidas, sob as bênçãos de Jesus.

Certa feita, judiciosamente, afirmou Joanna de Ângelis: “aversão espalhada pressagia antipatia futura”.            

Rogério Coelho

Referência:
[1] – KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 104.ed.FEB, cap. X, itens 6 e 8.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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