compaixão

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Compaixão

maio 19, 2014

antonio_carlos_navarro“Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. (Jesus – LC 23:34)*

O pedido de intercessão do senhor Jesus direcionado ao Pai nos dá a oportunidade para múltiplas deduções.

Ao justificar o pedido do perdão, o Senhor deixa à mostra o sentimento de compaixão que lhe inundava o espírito, se sobrepondo ao sofrimento do momento, uma vez que já se encontrava na cruz. A lucidez, portanto, é possível em qualquer circunstância.

Pedindo, Ele o faz em função da ignorância por parte dos envolvidos, em relação às conseqüências da ação perpetrada, ou seja, o desconhecimento da Lei de Ação e Reação, que o próprio Mestre já havia nos apresentado, e que vincula os resultados ao nosso futuro, que apresentará, em tempo oportuno, o ensejo da corrigenda.

A ação, de forma inconsciente com relação às conseqüências, mas segundo os valores de juízo pessoais, atesta a condução por inteligências outras, encarnadas e desencarnadas, a despeito de nossa responsabilidade pessoal. Autoriza-se, pelo não raciocínio, e pela sintonia de interesses a ascendência sobre nós outros, individualizando a responsabilidade segundo a intenção de cada um.

A solicitação do Mestre mostra também que Ele não levou a ação alheia para o seu campo pessoal, a não ser para praticar a caridade possível naquele instante. É possível então, manter-se íntegro diante da agressão, qualquer que seja ela.

Isto posto, raciocinemos, se alguém erra contra a nossa individualidade, desta ou daquela maneira, estará amealhando para si mesmo a necessidade de corrigir-se diante da Lei Maior, independente de ser, para nós, uma situação de prova ou expiação. Temos aí a oportunidade de agir de acordo com o exemplo do Mestre, absorvendo a ação no campo da consciência de espírito em evolução, que ainda somos, e que necessita passar por determinadas situações desgostosas, sempre no sentido de aprimoramento, e sem acrescentar novas necessidades espirituais para o amanhã.

Já possuímos, como Mestre, o sentimento de compaixão dentro de nós, evidentemente não no mesmo nível, mas com possibilidades de utilização segundo nossa dedicação pessoal, e vez ou outra o extravasamos em relação a alguém que muito sofre, e o fazemos sem levar em conta a causa daquele sofrimento, e esta sempre existe. É o primeiro estágio.

O segundo estágio será desenvolvermos esse sentimento em relação ao nosso algoz, entendendo que se trata sempre de ignorância espiritual, portanto, motivo de sofrimento para ele mesmo, e oportunidade de redenção para nós, sempre vinculados às necessidades de provas e expiações. E se somarmos à nossa compaixão o pedido de intercessão para quem nos atinge, como Jesus, aí então teremos atingido o terceiro e último estágio, que será o da prática do perdão em sua prática mais verdadeira concepção.

O Guia da humanidade em marcha orienta, e em sendo o Modelo mostra que é possível, e sacramenta, quando indica que poderemos fazer mais ainda do que Ele fez, mas se realmente quisermos fazê-lo.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

* O Novo Testamento, tradução de Haroldo Dutra Dia, Primeira Edição, 2010.

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Antônio Carlos Navarro
Antônio Carlos Navarro

Estudioso e palestrante espírita. Trabalhador do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP

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